7 de junho de 2009

Bi-Tetra!


Mais um título para a já longa lista de feitos da secção de Hóquei em Patins. Oito títulos consecutivos, numa hegemonia que roça a obscenidade, tão evidente se torna. Ano após ano, elevando o nome do clube.

Desta feita, num jogo electrizante, contra a Juventude de Viana, decidido no prolongamento, através do denominado golo de ouro. 5-4 como resultado final, 3-1 em número de jogos [não televisionados, vá-se lá saber porque], ficando apenas a faltar o corolário lógico: a conquista da Champions. Talvez para o ano...

4 de junho de 2009

1º Título do Dragão Caixa

Parabéns ao Andebol, pela conquista do título nacional. Brilhante temporada, sob o comando de Carlos Resende, reconquistando o ceptro nacional. Allez, Porto, Allez!

18 de maio de 2009

Por onde andas tu?

Por onde anda esse paladino da ética desportiva, conhecido por ser detentor do penteado mais ridículo da TV?

Se bem se lembram, depois de mais uma concludente vitória, com exibição condizente, do Porto em Matosinhos, o pseudo-jornalista isento Rui Santos resolveu, à boa maneira das conversas de tasca, colocar em causa a integridade profissional de Beto, guardião do Leixões. O motivo?

Naquela cabecinha decorada com uns caracóis ridículos, os azuis e brancos só passearam classe no Estádio do Mar, porque o ventilado nome do guarda-redes do Leixões era uma das hipotéticas possibilidades de se transferir, num futuro próximo, para os Dragões.

Depois de ver a patética figura de Eduardo, no recente Braga-Benfica, com os nomes dos possíveis sucessores de Quim e Moreira na baliza a sucederem-se a um ritmo diário, pergunto por onde anda agora a teoria da conspiração?

Ou isto pode ser branqueado?

10 de maio de 2009

Vamos repetir a festa?


nota: Depois do campeonato do asterisco (*), Jesualdo sabe que é bem avisado acabar o campeonato com 6 pontos de avanço contra os que fazem “as coisas por outro lado”. Pelo que, e até porque o FC Porto não brinca em serviço e entrega os pontos de mão beijada, há que vencer, ser campeão e manter a vantagem pontual. Nunca se sabe o que alianças espúrias de Verão podem fazer. Deve ser por isso que o treinador do FC Porto quer ganhar todos os jogos até final. E pensa muito bem, ou não fosse já experimentado na difícil tarefa de ser campeão pelo FC Porto, contra tudo e contra tolos.


zé luis, para o excelente portistas de bancada

16 de abril de 2009

Fim do sonho


assistência: 50.010 espectadores.
árbitros: Massimo Bussacca (Suíça), Matthias Arnet e Manuel Navarro; Sascha Kever.

FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Lucho «cap», Fernando e Raul Meireles; Lisandro, Hulk e Rodríguez.
Substituições: Lucho por Mariano (31m), Rodríguez por Farías (63m) e Sapunaru por Tomás Costa (80m).
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Guarín e Andrés Madrid.
Treinador: José Gomes.

MANCHESTER UNITED: Van der Sar; O’Shea, Ferdinand, Vidic e Evra; Anderson, Carrick e Giggs; Cristiano Ronaldo, Berbatov e Rooney.
Substituições: Berbatov por Nani (68m) e Anderson por Scholes (77m).
Não utilizados: Foster, Neville, Evans, Tévez e Macheda.
Treinador: Alex Ferguson.

disciplina: cartão amarelo a Vidic (41m) e Evra (57m).
golos: Cristiano Ronaldo (6m).

Chegou o dia. Finalmente. Mais do que ansiedade, pelo jogo frente ao Manchester, é um sentimento de alívio. Logo mais, pelas 21.30, tudo estará acabado. De uma forma ou de outra. É que isto de ser adepto tem muito que se lhe diga. É uma confidência, em formato intimista. As grandes partidas, as decisões de eliminatórias, os adversários poderosos, funcionam como punhais espetados no meu, já depauperado, sistema nervoso. Sofrimento atroz, comum a muitos de nós, onde o coração bate mais veloz, vendo a bola aproximar-se com perigo das nossas redes…

Não sendo um jogo transcendente, é uma partida importante. Aliás, de enorme relevância. Depois de 2004, cinco anos decorridos, a Europa abriu a boca. De espanto. Esquecidos das proezas das camisolas famosas, ostentando as tradicionais listas verticais, com o azul acasalado com o branco, o Velho Continente mostrou-se, inicialmente incrédulo. O vigente campeão da Europa, o imperante campeão do Mundo, um dos clubes mais ricos do planeta, cedia perante o arreganho de um “pobretanas” vindo dos confins da Europa. Depois da surpresa, veio a admiração. E os elogios, em catadupa.

Porém, num qualquer gabinete com vista esplendorosa, um outrora jogador de renome, remoía mágoas passadas. Crédulo, sentia uma pontada de inveja, ao ler os louvores a jogadores que ele desconhecia. Repisava o que lhe tinham transmitido. Pesou o peso de ambos os clubes. Sorriu de desdém. O campeão luso teria que ser travado. Dentro ou fora do campo, mas não queria ter que, em Roma, a bela cidade repleta das obras dos velhos mestres italianos, entregar a Taça ao capitão de azul e branco. Dormindo mal, nos últimos dias, a ideia tinha passado a obsessão. Depois a pesadelo. Não confiando em absoluto no saber de Ferguson, nem acreditando em demasia nas qualidades técnicas dos rapazes de Manchester, começou a manobrar, à boa maneira siciliana, os meandros futebolísticos.

Assim, se forma subtil, fomos confrontados com erros arbitrais [o penalty sonegado a Hulk, em Old Trafford, enquadra-se na definição de “batota”, monsieur Platini] e com castigos cirúrgicos ao técnico azul e branco, coincidente com a recepção aos diabos vermelhos.

Sabendo isto, é com orgulho, que deveria ser escrito em letras garrafais, que vejo a minha gente, desde o anónimo sofredor adepto até ao vip mais emproado, continuamente a seguir, numa fidelização que escapa aos cânones racionas, o emblema do Dragão. Sabemos quem somos. E o que tivemos que trilhar, para chegar aqui.

O apito inicial do árbitro mostrou um Manchester United num 4-4-2- dinâmico. Carrick e Anderson como dupla de pivôs, permitindo depois um quarteto perigoso, bem aberto na frente de ataque. Giggs, pese a veterania, um perigo à solta no flanco esquerdo, com Ronaldo a procurar desempenhar o mesmo papel no lado oposto. E depois, um duo que equivalerá, por certo, a todo o orçamento portista. Carrick e Anderson [que saudades, miúdo], recuados no meio-campo, procurando servir de tampão naquela zona nevrálgica. Os red devils diziam ao que vinham. Para atacar. Sem contemplações.

O Porto apresentou-se ao seu público no esperado esquema táctico, resguardando-se do ímpeto inicial do adversário. A zona central, mercê da movimentação colectiva do campeão inglês, parecia tentadora, antevendo-se uma potencial exploração dos comandados de Jesualdo.Mas, ironia do destino, foi precisamente por ali que surgiu o balde de água fria. Ronaldo, deambulando por áreas fora da sua zona de jurisdição, qual vagabundo milionário, puxou do galardão que o transforma no melhor do Mundo. Uma nesga de espaço, um pontapé portentoso e a estirada de Helton a revelar-se infrutífera.

Inverteram-se os papéis. Tal como na 1ª mão, era a equipa forasteira que se adiantava no marcador. O Porto não se desuniu, subindo as linhas, numa procura pela igualdade que, sabia-se, nos conferia o passaporte para o sonho.É mais fácil dizê-lo do que fazê-lo. Rodriguez, que se juntava a Lucho e Meireles quando o Manchester atacava, era a imagem do inconformismo. O Porto apresentava-se perante uma tarefa hercúlea. Atacar, com agressividade, mas sem conceder espaços a opositores credenciados. Numa partida disputada taco-a-taco, com os espartilhos tácticos e as marcações cerradas a imperarem, perante o virtuosismo e o rasgo de imprevisibilidade, os Dragões quase só criaram perigo de bola parada. A equipa estava lenta, amorfa, sem a necessária criatividade.

Bruno Alves ainda fez sonhar o anfiteatro, quando desferiu remate similar ao que resultou em golo, frente ao Amadora. Pouco depois, na marcação de um canto, o capitão portista impôs-se nas alturas, rematando com perigo. Era pouco. Sentia-se que, desta forma, o Manchester manteria o controlo do encontro, sem grandes dificuldades.

Numa noite de chuva copiosa, parecendo que a abertura das comportas celestiais era uma espécie de castigo divino, El Comandante caiu. Lesionado. Mariano, imagem da abnegação, entrou para o seu lugar. O intervalo chegou, trazendo com ele a sensação de frustração. O azedume por, mesmo longe de repetirmos a exibição de Manchester, estarmos a perder com quem pouco mostrou. São estes os desígnios de um jogo que nos apaixona, vicia e alimenta.

A segunda metade foi uma espécie de cópia da primeira. Jogada com coração, mas faltando algo. Uma espécie de acendalha que alimentasse a revolta. O jogo tornou-se confuso, com algumas picardias. O ataque portista era feito com pulmão. Rodriguez ou Hulk. Colectivamente, estávamos manietados, incapazes de pressionar um adversário que se limitava a aguardar.

Jesualdo arriscou, fazendo entrar Farias, por troca com Cebola. O relógio avançava de forma inexorável, tornando-se o pior inimigo.

Olho, pela enésima vez, para o relógio. Faltam 4 minutos. Poucos. O nó na garganta teima em não desaparecer. 3 minutos. A bola ronda perigosamente a área de Van der Sar. A respiração fica suspensa, vendo o couro no ar, interrogando-me onde o mesmo cairá. A angústia é uma tortura. Física. Que me põe doente. Comemoro por antecipação, quando Licha remata em boa posição. É o desejo a falar mais alto. O guardião holandês sustêm o esférico.

2 minutos. Um breve suspiro de alívio, exalando o ar. Bola junto à relva, na nossa posse. Segundos cruciais, que se perdem. O apito do árbitro. Recomeça a partida. Cada investida adversária vista com fatalidade. Cada corte dos nossos comemorado em surdina, agradecendo a Deuses desconhecidos. Dentes cerrados. Acredito num milgare. Faço promessas patéticas. Quero a bola anichada nas redes. Quero comemorar.

1 minuto. Não consigo estar sentado. Tenho o estômago revolvido. Procuro engolir. Tarefa hercúlea. Dói-me tudo. O meu antídoto está ali, à distância de um apito. Praguejo, perante o olhar complacente da esposa. A placa com o tempo de descontos foi o motivo de nova explosão de cólera. O tempo avança, célere, como se troçasse de mim. De nós. De todos que comungam desta forma de vida.

Pareço um daqueles miúdos hiperactivos. Levanto-me. Vou até à varanda, olhos colados ao ecrã. Volto a sentar-me. Aliso a roupa. Passo a mão pelos cabelos, já em desalinho. “Caralho, o sonho não pode acabar assim”. O pensamento – o único pensamento – martela-me a cabeça. Acabou o tempo de descontos. O juiz, como se imbuído de uma tarefa inquisitória, prolonga até ao limite do suportável o desfecho da eliminatória. Não aguento. Fecho os olhos. Abstraio-me de todos os sons. Só me interessa aquele. O que nunca ouvirei. O bruáaaa da multidão enlouquecida, comemorando o empate.

PRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII. Não cedo à tentação. Recosto a cabeça. Deixo-me estar assim. É uma derrota amarga. Seria fácil baixar a cabeça e deixar o desespero invadir a mente. Mas não. Lutamos. Bravamente. Numa correlação de forças díspares, podemos afirmar, com orgulho, que caímos de pé. Com a cabeça bem levantada. Mostramos a nossa força. Assustamos muita gente. E isso, afinal, faz-me sorrir. E cantar…

Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal.
Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto

Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós
Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto

Análise final: Será fácil cair na crítica negativa, face à real incapacidade demonstrada hoje pelos Dragões. Compreendo quem o faça. Eu não sigo por aí. Estivemos perto, bem perto, de alcançar um feito que, não sendo inolvidável, nos colocava bem perto do Olimpo. As derrotas, todas elas, trazem sempre algo de positivo atrelado. O Porto alegre, eléctrico, pujante e dominador, da semana passada, não subiu hoje ao relvado.Pese o sabor amargo na boca, sinto que esta equipa, este plantel, este treinador, deram tudo o que podiam, prestigiando um emblema secular. Atravessado o pior momento da temporada, com a colecção de 3 derrotas consecutivas a colocar a equipa perigosamente à beira do abismo, a inflexão em alguns processos tácticos e o crescimento e maturidade adquirida pelos jogadores, colocaram os Dragões nos trilhos. De uma época que poderá ser histórica, com a conquista do tetra e da Taça.

Esta derrota mostrou, um pouco por todo o lado, a capacidade inigualável, em solo nacional, de um clube sempre debaixo de fogo. A luta briosa a que se assistiu, em 180 minutos, frente ao colosso inglês, ajudou a colar os fragmentados pedaços do orgulho lusitano, tão fragilizado depois de sucessivas campanhas desastrosas dos rivais lisboetas. Continuamos a ser respeitados na Europa. Pelo que somos. Platini suspirou, por certo, de alívio, ao receber a notícia da nossa eliminação.Mas também ele, tal como muitos jornalistas da nossa praça, sente lá no fundo uma pontinha de admiração. Por quem apresenta, ano após ano, esta incrível capacidade de sobrevivência. Perdemos? Sim, é um facto. Mas obrigamos os milionários a vestirem a roupa de trabalho. Emudecemos, por dias, o riso fácil e bonacheirão de Ferguson, aburguesado no trono endinheirado em que se reformará.E, mais importante, para o ano, lá estaremos. A jogar. E a fazer sonhar este imenso clã, uno na defesa do seu ideal. O futuro é já a seguir. E será azul e branco.