15 de fevereiro de 2009

Salvos pela Tecla afinada


assistência: 34.808 espectadores.
árbitros: Elmano Santos (AF Madeira), Sérgio Serrão e José Oliveira; Augusto Costa.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Fernando, Raul Meireles e Lucho «cap.»; Hulk, Farías e Mariano.
Substituições: Fucile por Tomás Costa (46 min), Mariano por Rodríguez (58 min) e Cissokho por Lisandro (73 min).
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Guarín e Tarik.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

RIO AVE FC: Paiva; Miguel Lopes, Gaspar, Bruno Mendes e Rogério Matias; Niquinha «cap.», Delson, Livramento e Fábio Coentrão; Evandro e Yazalde.
Substituições: Evandro por Candeias (46 min), Livramento por Tarantini (70 min) e Fábio Coentrão por Edson (77 min).
Não utilizados: Mora, André Vilas Boas, Chidi e Pedro Moutinho.
Treinador: Carlos Brito.

disciplina: cartão amarelo a Cissokho (5 min), Gaspar (35 min), Farías (39 min), Delson (46 min), Niquinha (53 min), Tomás Costa (60 min), Candeias (60 min), Fábio Coentrão (71 min) e Rogério Matias (87 min).

golos: Lucho (36 min, g.p.), Fábio Coentrão (71 min) e Farías (86 e 89).

3 jogos. 270 minutos. Um mísero golo, no Estádio do Dragão, obtido por Lucho, na marcação de uma grande penalidade que aziou um País quase inteiro. O jogo de hoje, contra o Rio Ave, representa por isso mais do que meros 3 pontos em disputa. Poderá ser a ocasião perfeita para afastar fantasmas passados, encontros onde a finalização foi irritantemente inócua.

Do outro lado, ancorados como sempre na esperança de um bom resultado, uns vilacondenses em posição periclitante na tabela, usando o desespero como arma para alimentar a tenacidade defensiva.

A conferência de imprensa, que antecede os embates da Superliga, já tinha deixado adivinhar algo que a constituição da equipa inicial mostrou. Jesualdo, com algumas pedras nucleares à beira da exclusão, em caso de admoestação arbitral [e quem não se lembra do amarelo a preceito dado a Fucile em Setúbal?], resolveu usar a rotatividade, essa palavra algo tenebrosa que significa alterações num onze tipo.

Mantendo a forte e coesa estrutura defensiva inalterada, bem como a intimidade que o meio-campo revela, foi no ataque que as bocas se abriram de espanto, ao constatar que Lisandro e Rodriguez [dois dos jogadores à bica] estavam relegados para o banco de suplentes.

Para os seus lugares, Mariano Gonzalez, recentemente com a bitola exibicional mais condizente com a camisola que enverga, e Farías, um argentino que rapidamente perdeu a pólvora que a fama anunciava de mortífero goleador.

O Porto entrou bem. Pressionante e com Hulk a criar perigo, logo de início, quando dispara para defesa elástica de Paiva. Seria um tónico perfeito para os Dragões, com o embalo de golo madrugador, mas a sorte/finalização nada quiseram com os azuis e brancos.

Marcava o cronómetro 6 minutos, quando Cissokho é agraciado com o primeiro amarelo da partida. O lateral-esquerdo, ainda à procura do seu espaço na equipa, impede a progressão de Miguel Lopes, futuro reforço.

E o jogo continuou, numa toada de ping-pong, com boa réplica da equipa de Carlos Brito, beneficiando de alguns espaços para delinearem o contra-ataque. No Porto, era o brasileiro com nome de super-herói que servia de abre-latas. Hulk, personificação da potência aliada à técnica, criava espaços, procurando servir os companheiros no centro da área.

O Estádio assistiu, aos 21 minutos, a uma dança esteticamente perfeita do brasileiro, capaz de se desenvencilhar de vários adversários, ofertando de seguida a bola, redondinha, para Meireles. O remate deste, desviado em esforço por um contrário, embate no poste, com Paiva batido. Continuava o namoro, encetado desde o início de temporada, dos portistas com os ferros das balizas opostas.

Foi o melhor período dos comandados de Jesualdo. Várias combinações, criando o caos no último reduto vilacondense, num carrossel ofensivo com Lucho no epicentro. Teimosamente, a bola não entrava, começando a fermentar o caldeirão de ansiedade nas bancadas. E aos 31 minutos, o exemplo perfeito de como o futebol pode ser, simultaneamente, um vício apaixonante e uma injustiça gritante.

Hulk, poderoso, arranca no meio-campo portista. Em velocidade, lançado como uma locomotiva a vapor, o brasileiro torna-se imparável. Ele avançou, demonstrando que a alcunha lhe assenta como uma luva. Tem algo de mítico. De heróico. De sobre-humano. Veloz, proporcionou uma imagem única, perdurando muito para além dos 90 minutos. Elegante na corrida, cabeça levantada, corpo imparável, passando por um. Por dois. Por três. E depois, a 25 metros da baliza, disparando com o pé esquerdo. Um míssil. Um balázio. Caprichosamente, quando o destino do couro parecia ser o anichar-se nas redes da baliza, ele embate violentamente na trave. Quase um sacrilégio, pois qualquer amante do desporto-rei mereceria ver, vezes sem conta, o lance espectacular.

Não foi preciso, pese a decepção de não ver glorificado o lance, esperar muito mais para ver golos na Invicta. Aos 37 minutos, os espectadores puderam verificar, por si mesmos, que Farías estava em campo. O argentino, capaz de fazer corar de vergonha a própria apatia, conseguiu acorrer a um lançamento em profundidade. Gaspar, mais um futebolista de cabelo horrivelmente oxigenado, comete falta. E Lucho aproveitou para facturar mais um.

O momento bom do Porto era finalmente premiado. Mas a contenda, na primeira metade, não terminou aqui. Teve mais 5 minutos. E muitos casos. Aos 40, Mariano cabeceia e Paiva defende. Dentro ou fora? Na dúvida, já se sabe, f**-s* o Dragão. The show must go on, mesmo que as imagens comprovem que o GOLO É LEGAL. LIMPO. MAS ISTO, JÁ SE SABE, NÃO FARÁ CAPAS DE JORNAIS, NEM ARTIGOS INFLAMADOS DA CORJA DO COSTUME, POIS NÃO?

Um minuto apenas decorrido, e o sempre prestável fiscal-de-linha anula mais um golo, desta feita a Farías, milimetricamente adiantado. Olho-de-lince, quando a lei diz que, em caso de dúvida, se deve favorecer o ataque. Como forma de se precaver de mais asneiras, Elmano apitou para o intervalo. Foi o que fez de melhor.

A segunda parte é um deserto. Tivemos um ministro que afirmou que, numa determinada zona a sul, aquilo era um ermo, sem ninguém. É a melhor forma de caracterizar a exibição [qual exibição?] portista no pós-intervalo. Sem chama. Sem crença. Sem velocidade. Sem pressão. Sem intensidade. Sem nada. Um deserto.

Começou cedo, com a troca de Fucile [boa exibição no tempo em que esteve em campo], por Tomas Costa, com Fernando recuando para a ala direita. Sem se perceber o que esteve na génese da substituição do uruguaio, apenas a especulação poderá esclarecer. Lesão, atendendo a que o jogador apresentou algumas queixas, no final da primeira metade? Poupança? Desagrado com a exibição?

O tempo ia passando, percebendo-se que essa devia ser também a estratégia [qual estratégia?] engendrada pelo nosso treinador, mestre em contenção, doutorado em controlar jogos quando falta uma eternidade para o final.

A sensação premonitória, de tragédia iminente, desceu sobre o Dragão, quase como algo viscoso. Fábio Coentrão ameaçou, aos 57 minutos. Perante tanta passividade defensiva, rematou ao poste. Candeias andava já em campo, pisando terrenos que conhece na perfeição. O Rio Ave, sem ser dominador, assustava.

No lado do Porto apenas Hulk mostrava inconformismo. Chutava, sempre com perigo, ludibriava adversários, conseguindo amiúde colocar o esférico jogável em companheiros, procurava esticar o jogo para onde ele naturalmente deveria fluir. Para a baliza vilacondense. Até que, aos 72 minutos, recebido de forma natural, o golo do empate. Um soco no estômago. Um balde de água fria. Um golpe nas nossas aspirações.

O fabuloso remate, de Coentrão, silenciava por momentos o monumental anfiteatro dos sonhos. [Abro aqui um pequenino parêntesis para falar sobre o jogador em questão. Tecnicamente irrepreensível, tem algo que o pode tornar apaixonante. Move-se de forma felina, com o couro colado aos pés, como se fizesse parte da epiderme. Mas, em algum momento da criação, o talento não foi acompanhado pela inteligência. Demasiadas pitadas de um ingrediente e quase nenhumas do outro. Comprovando que escolheu o patrão certo, ao assinar com a corja encarnada, o jovem jogador tem a personalidade perfeita para jogar de águia ao peito. Mesquinho, provocador, fanfarrão, verdadeiro estereotipo de gentinha menor, incapaz de conviver com a glória. O gesto provocatório, quando assinou o empate, teve a devida correspondência, mais tarde, por parte de Farías. Duas teclas, bem espetadas, na tua bílis…]

E pronto. Acabou o [pouco] futebol racional. Começou o pontapé na bola feito de emoção, jogado com o coração. Ironicamente, foi isso que salvou o Porto. O peso das listas azuis e brancas. O passado histórico do clube. A tradição que aquele emblema carrega. Tudo isso galvaniza quem a veste. Até à última gota de suor, lutando...

Faltavam apenas 4 minutos. A descrença tinha-se abatido, de forma inexorável. Até que Lucho, exuberante Comandante das tropas, cruzou a bola para a área. FARIAS.FARÍAS.FARÍAS.FARÍAS.FARÍAS. O grito, estrangulado na garganta de milhares, fez-se ouvir. Um grito simbolizando o alívio, o bálsamo, a cura, que aquele golo representou. Um golo importante, tremendamente valorizável, que poderá valer um campeonato, quando na resenha final se efectuar o somatório das importâncias.

Já sem imagens [serviço público na RTP, no seu “melhor”], Farías redimiu-se de uma partida jogada de forma abúlica, sentenciando o encontro. Jesualdo pode respirar de alívio, apesar de perseguido por uma imagem que representa bem o estado de coisas após o empate. Mãos na cabeça, personificação do desespero e impotência perante a exibição, pálida, dos portistas.

Melhor em campo: Durante todo o jogo, claramente Hulk, pelos motivos enunciados acima. Exibição ao seu nível, combativo, diligente, acutilante. Merecia os louros de ser ele o obreiro da conquista dos 3 pontos. Mas, ao ter que escolher apenas um nome, Farías. Se é certo que, ao longo de todo o jogo, exasperou o mais paciente dos homens, estranhamente ausente das mais elementares participações num jogo de futebol, o que é certo é que estava lá. Para empurrar o esférico, por duas vezes, para o fundo das redes. É ele o homem do jogo. “Tecla” Farías.

Arbitragem: Não é, farto-me de repetir, com “Labaredas” que lá vamos. O Porto já deveria estar, nesta fase da competição, a fazer sangue. Pedindo a cabeça de Hermínio. Exigindo castigos aos jogadores dos mais directos adversários. Usando as mesmas armas. Olho por olho. Dente por dente. Até lá, até esse dia em que a nossa defesa seja feita com arreganho, de peito feito, sem medos nem receios espúrios, teremos que gramar com isto. A mensagem que alguns querem passar, de batotice, continua a ter via verde nos me[r]dia. Mesmo que, como hoje, tenha sido perpetrado mais um atentado à verdade desportiva. Um golo claro. Limpo. Legal. Não sancionado. Não merecerá parangonas nos jornais. Nem artigos de opinião dos impolutos seres que habitam gabinetes nos jornais. Nem, atrevo-me a afirmar, passará no resumo do jogo, nos canais televisivos. O que me preocupa é que ainda faltam 12 jornadas. 12 oportunidades para, tal como hoje, nos colocarem mais obstáculos no caminho do Tetra. Miseráveis!

ps: artigo originalmente publicado no Bibó Porto, a quem se agradece também a cedência do logo da partida.

6 comentários:

Anónimo disse...

NORTADA

Por Miguel Sousa Tavares

DE FORMA ALGUMA CREDÍVEL

1 - Quinta-feira foi um dia aziago para alguns ilustres benfiquistas e para alguns defensores do Estado da Calúnia contra o Estado de Direito: o Tribunal da Relação do Porto, por voto unânime dos três desembargadores, confirmou a sentença do tribunal de primeira instancia que mandou arquivar o célebre «caso da fruta», envolvendo o jogo FC Porto-Estrela da Amadora (2-0), de 2004, peça central do Apito Dourado. E mandou arquivar porque julgou que a prova decisiva em que se baseava a acusação do Ministério Público - o testemunho de Carolina Salgado - «como é bom de ver, não é de forma alguma credível» e, pelo contrario, não podia nunca ser julgado isento. E, quanto aos supostos «erros de arbitragem» que, segundo o MP, teriam favorecido o FC Porto (num jogo que já só era a feijões), a Relação julgou que «eles não são mais do que aqueles que os agentes de investigação consideraram...por conjectura ou imaginação...e não o resultado da perícia e das declarações dos peritos». E, acrescentaram os juízes, o que a peritagem concluiu foi que «nenhum dos lances que originaram os golos do F C Porto foram precedidos de erros de arbitragem» e, por isso, nunca a acusação poderia concluir que os erros ocorridos «são causa adequada do resultado final quando favorecem o F C Porto, e completamente inócuos quando favorecem o Estrela da Amadora». Para quem sabe ler, o que os desembargadores dizem é que toda a acusação se baseou em preconceitos clubísticos e assentou na credibilidade de uma testemunha que, de todo, a não merece. Ando a escrever isto há dois anos, mas há quem ache que a justiça dos tribunais não presta, a do Comissão Disciplinar da Liga - onde os juízes são escolhidos por influências dos clubes, onde se julga sem contraditório e sem sequer ouvir testemunhas - essa, sim, é que é a verdadeira. Foi isso, por exemplo, que José Manuel Delgado quis dizer, num elucidativo texto aqui, sábado passado e acompanhando uma resumida notícia sobre a sentença da Relação, e no qual ele defendia nas entrelinhas que é uma chatice que a justiça comum tarde em render-se à campanha de moralização do futebol português, tão exemplarmente encabeçada pelo exemplar Sr. Vieira.
Mas convém recordar que este processo da «fruta» já antes tinha sido investigado pelo MP e arquivado por absoluta falta de indícios probatórios. Foi então que o Dr. Pinto Monteiro, acabado de ser nomeado Procurador-Geral da República e interrogado sobre o «livro» «de» Carolina Salgado, respondeu que ia mandar investigar o que lá vinha - assim lhe conferindo, logo, uma credibilidade que não podia saber se a coisa justificava. E nomeou, perante o aplauso de toda a nação benfiquista, uma task-force encabeçada pela Dr.ª Maria José Morgado para investigar o FC Porto e Pinto da Costa - e apenas eles. E a Dr.ª Morgado agarrou-se à pretensa «testemunha» como se Deus falasse pela boca dela. Gastou aos contribuintes milhares e milhares de euros a fazer «proteger» a sua testemunha, dia e noite, por dois seguranças cuja verdadeira função era a de fazer crer que ela poderia estar ameaçada, tal era a importância daquilo que sabia. E obrigou o MP do Porto a reabrir o processo e levar uma acusação a tribunal. O tribunal respondeu com a não-pronúncia dos réus e, vexame máximo, ainda mandou abrir um processo contra Carolina Salgado por crime de «falsidade de testemunho agravado». A Dr.ª Morgado entendeu recorrer para a Relação e a Relação acaba de lhe dar a resposta que merecia e que, houvesse algum sentido de responsabilidade, deveria levar o Sr. Procurador-Geral e a Sr.ª Procuradora, pelo menos, a pedir desculpas públicas.

Mas, não. Tudo continuará na mesma. Como se nada se tivesse passado, continuarão a escrever sobre o «Apito Dourado» e a «fruta» como verdade estabelecida, continuarão a tentar que a «justiça desportiva» consiga excluir o FC Porto da Liga dos Campeões, em benefício do Benfica. E o Sr. Vieira, verdadeiro criador da criatura caída em descrédito e genuíno paradigma do fair-play, continuará a dizer que a hegemonia do FC Porto nos últimos 20 anos se deve apenas a batota. Como aliás o demonstra a comparação entre as carreiras europeias do Benfica e do FC Porto nos últimos 20 anos...

2 - Tive o saudável bom-senso de me pirar daqui na altura crítica deste clima de histeria, quando, no espaço de doze dias, ao FC Porto coube defrontar os três clubes de Lisboa: Belenenses, Benfica e Sporting. Dos três jogos só soube à distância e não vi nada, depois, senão os dois cruciais lances do Dragão. Mas deixei os jornais guardados e fartei-me de sorrir ao lê-los. E então, do pouco que vi e li, constatei o seguinte:

— em Alvalade, houve dois penalties do Sporting contra o Porto, que viraram o resultado (há trinta anos que é assim...). Na página 11 da edição de 5/02 de A BOLA vêm as respectivas fotografias. Na primeira, não se vê rigorosamente nada que possa justificar um penalty, mas a legenda diz que se deve «dar o benefício da dúvida ao árbitro». Na segunda, vê-se o Sapunaru no chão, com uma mão pousada suavemente sobre a anca de Postiga e a legenda reza que foi «penalty claro» ( a fazer lembrar a mão pousada no ombro do João Moutinho e que também foi «penalty claro» no Sporting-Porto para o campeonato);

— na edição de 9/02, vêm duas fotografias do penalty do Dragão, onde, tal como nas imagens televisivas, se vê claramente a mão de Yebda tentando travar Lisandro pela barriga. A legenda, porém, diz que foi só um «toque» e quando ele já estava em queda (a cuja não se vê de todo). Ora, eu até concedo que aquela mãozinha não chegasse para justificar um penalty; o que não percebo é como é que os três penalties de Alvalade são claros ou merecem o benefício da dúvida e aquele seja um «roubo» evidente...

— evidente, evidente, é que aos 19 minutos do jogo do Dragão, Reyes rasteirou Lucho dentro da área. Ele foi ao chão e levantou-se, prosseguindo a jogada e dando ao árbitro mais do que tempo para se lembrar de que não há lei da vantagem em caso de penalty. Ou seja, o árbitro do Dragão errou primeiro contra o FC Porto e depois contra o Benfica. Não entendi, assim, porque fizeram desta arbitragem mais um caso para o «Apito Dourado» e porquê que o José Manuel Delgado teve logo de ir ouvir Luís Filipe Vieira em mais uma «entrevista exclusiva», para dizer o mesmo de sempre- ele, que até nem vê os jogos.

3 - E anteontem, infelizmente (eu odeio penalties, desde a infância, onde enjoei de os ver na Luz e em Alvalade e sempre, sempre, para o mesmo lado...), um FC Porto com um ataque reduzido ao génio de Hulk e à absoluta inutilidade de Mariano e Farias, só conseguiu inaugurar o marcador contra o último classificado e no Dragão, através de um penalty que, vendo na televisão, ninguém de boa-fé pode dizer se existiu ou não. Mas logo estava a receber uma mensagem de um amigo benfiquista garantindo que, na sua televisão, tinha sido mais um «roubo» evidente. E, embora três minutos depois, só o árbitro e o fiscal-de-linha não tenham visto a bola dentro da baliza do Rio Ave, seguiu-se nova mensagem a garantir-me que também aquele árbitro estava comprado. Depois do Benfica-Porto, li alguns benfiquistas queixarem-se de que tinham sido vítimas do «excesso de isenção» de um árbitro sabidamente benfiquista. Mas, curiosamente, só se queixaram da nomeação depois e não antes do jogo: antes, não lhes ocorreu estranhar que para um Porto-Benfica onde muito do campeonato se podia decidir, tenham escolhido um árbitro que é sócio do Benfica. Olha se fosse sócio do Porto, o que não diriam!

Aliás, acho que seria útil que a direcção do Benfica encarregasse o João Gabriel de anunciar publicamente a short-list dos raríssimos árbitros que, à imagem do seu próprio presidente, consideram sérios. E Vítor Pereira faria o favor de só nomear esses dois ou três para todos os jogos do Benfica e do Porto.

Anónimo disse...

Paulo tens a crónica sobre basquetebol no blog onde desta vez perdi a paciência com o matos...

Anónimo disse...

"Para quem sabe ler, o que os desembargadores dizem é que toda a acusação se baseou em preconceitos clubisticos e assentou na credibilidade de uma testemunha que, de todo, a não merece. Ando a escrever isto há dois anos, mas há quem ache que a justiça dos tribunais não presta, a do Comissão Disciplinar da Liga- onde os juízes são escolhidos por influências dos clubes, onde se julga sem contraditório e sem sequer ouvir testemunhas- essa, sim, é que é a verdadeira."


ESCLARECEDOR este MST.

Anónimo disse...

18-02-2009 FUTEBOL
Jornalista de café

Podem acusar o Labaredas de plágio, mas a reprodução até não deixa de ser irónica. «Por incrível que possa parecer», há um jornalista (?) de TV que lança uma notícia com a sua opinião e deixa os factos para segundo plano. Ontem, quem viu o Jornal Nacional da TVI ficou a saber que o pivot acha «incrível» o que devia merecer-lhe unicamente equidistância. É o que dá a clubite aguda.

Trata-se de mais um vermelho por dentro e por fora. Nunca o escondeu. Escusa é de o demonstrar no cumprimento de tarefas profissionais que lhe exigem isenção, rigor e objectividade. Que era mau a escolher clubes já todos sabíamos. Descobrimos agora que também deixa a desejar enquanto jornalista.

«Pedro Proença, árbitro do F.C. Porto-Benfica, teve nota negativa pelo seu desempenho no clássico, mas, por incrível que possa parecer, em causa não está o penálti inexistente que permitiu ao F.C. Porto empatar a partida».

«Incrível?» «Inexistente?» Não terá confundido o estúdio com a mesa do café?

"LABAREDAS"

Anónimo disse...

18-02-2009 FUTEBOL
Jornalista de café

Podem acusar o Labaredas de plágio, mas a reprodução até não deixa de ser irónica. «Por incrível que possa parecer», há um jornalista (?) de TV que lança uma notícia com a sua opinião e deixa os factos para segundo plano. Ontem, quem viu o Jornal Nacional da TVI ficou a saber que o pivot acha «incrível» o que devia merecer-lhe unicamente equidistância. É o que dá a clubite aguda.

Trata-se de mais um vermelho por dentro e por fora. Nunca o escondeu. Escusa é de o demonstrar no cumprimento de tarefas profissionais que lhe exigem isenção, rigor e objectividade. Que era mau a escolher clubes já todos sabíamos. Descobrimos agora que também deixa a desejar enquanto jornalista.

«Pedro Proença, árbitro do F.C. Porto-Benfica, teve nota negativa pelo seu desempenho no clássico, mas, por incrível que possa parecer, em causa não está o penálti inexistente que permitiu ao F.C. Porto empatar a partida».

«Incrível?» «Inexistente?» Não terá confundido o estúdio com a mesa do café?

"LABAREDAS"

Anónimo disse...

19-02-2009 LABAREDAS

Já estão a investigar?

Há um tema no ar que continua a intrigar o Labaredas. Será que as autoridades competentes já recuperaram as declarações recentes do ex-presidente da Assembleia-Geral da FPF acerca da visita do Sp. Braga à Luz? Já estão a investigar o seu teor e possíveis implicações? Perdoem esta chama de curiosidade, mas não parece normal se as palavras de Mesquita Machado passarem em claro.

O ex-presidente da AG da FPF afirmou ter «conhecimento de que teria havido influências externas para que o árbitro fosse alterado». Perante isto, já entraram em campo os justiceiros do costume? Ou será que há colours que a razão desconhece?