6 de janeiro de 2008

Salvaram-se os pontos...


BWIN LIGA, 15.ª jornada
Estádio do Dragão, no Porto
Hora: 20.15
Árbitro: Paulo Pereira (Viana do Castelo)

FC PORTO:Helton, Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Cech, Paulo Assunção, Lucho Gonzalez, Raul Meireles, Tarik, Quaresma e Lisandro
Suplentes: Nuno, João Paulo, Lino, Kazmierczak, Mariano, Adriano e Farías
Treinador: Jesualdo Ferreira

Resultado: Porto, 1 - Naval, 0
Marcador: Raul Meireles, aos 59'

Confesso que ainda não consegui exorcizar os fantasmas do descalabro verificado, na época transacta, nesta mesma altura. Pese o discurso optimista de Jesualdo, sentia alguma apreensão. A derrota e perda da invencibilidade na Madeira, aos pés do Nacional, só ajudaram a acentuar esse temor latente, como se uma ameaça indefinida pairasse sobre a equipa. Queria vê-los jogar, dominando os adversários, como é hábito, provando dentro do campo que estas paragens não são prejudiciais.

O decorrer do jogo em nada alterou esse meu pessimismo. Ritmo lento, dificuldades nas transições, perante um adversário que, apesar de não ser muito atrevido, ía fazendo pela vida, mostrando que tinha estudado com sapiência o modelo de jogo dos Dragões.

O ritmo baixo, do agrado do opositor, arrastava a partida, conferindo um efeito de soporífero aos espectadores. Poucos rasgos, criatividade ausente e oportunidades de golo em número reduzido, com o intervalo a terminar com o torpor que tinha invadido bancadas e relvado. Na retina, numa primeira parte imprópria para consumo, apenas um remate de Lucho, permitindo uma estirada esforçada a Taborda, e duas iniciativas de Quaresma, muito rematador, mas com pouco acerto na direcção.

Esperava, com alguma impaciência, o reatar das hostilidades, e com elas uma postura mais agressiva na procura do golo. A sonhada entrada de rompante não passou disso mesmo, de um mero desejo. Só 12 minutos após o apito do árbitro [curiosamente meu homónimo] pós intervalo, é que se assistiu a uma clara oportunidade de golo, com Raul Meireles a falhar a emenda à boca da baliza, após um disparo de Bosingwa ter sido desviado por um defesa.

Foi, sem dúvida, o melhor período dos azuis e brancos. Um minuto depois, Quaresma testava a elasticidade de Taborda e depois, o golo...

Lisandro, sempre o mesmo exemplo de abnegação, recupera uma bola na área adversária, endossa-a a Paulo Assunção, este entrega-a a Meireles, que apenas teve que encostar para o golo inaugural [e único] do encontro. E acabou-se o melhor período dos pupilos de Jesualdo.

Durou, se fizerem as contas, 3 minutos. 180 segundos. A palavra de ordem seguinte foi...contenção. Ou, se não foi, pareceu. O Porto voltou a pausar o ritmo, gerindo esforços, controlando o jogo com a bola em seu poder, mas não se livrou de alguns calafrios.

Elivelton falhou uma emenda, cabeceou de seguida para uma boa defesa de Helton e, já nos últimos 5 minutos, o brasileiro que guarda as redes do campeão nacional viu um centro de Mário Sérgio bater estrondosamente na barra.

Respirei de alívio com o apito final. O Porto inicia o novo ano da melhor forma, vencendo, mas muito longe de convencer. Dir-me-ão que, para os adversários que temos, é quanto basta. Talvez seja. Mas não me contento com tão pouco. Só mesmo o aumento da margem pontual, já de si confortável, é que foi positivo. Sábado, perante o Braga, será necessário muito mais do que esta desinpiração colectiva.

A arbitragem, salvo alguns erros de pormenor, não interferiu com o desenrolar dos acontecimentos. O melhor do Porto: difícil escolha, mas opto pelo Paulo Assunção.


5 comentários:

Anónimo disse...

Vá lá, foi melhor o resultado que a exibição, mas analisando o comportamento da concorrência até esta altura do campeonato, não podemos exigir mais, afinal eles também pouco jogam. Hoje, não tivemos o “Idolatrado” embora creio que esteve em campo, mas tivemos o “brinde” do Taborda; este sujeito parece-me que é especialistas em dar brindes, só com uma diferença, este dá antes e depois da quadra natalícia.

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :


A oportunidade (3pontos) não foi desperdiçada !

É o que conta !

lucho disse...

Tb estava apreensivo e ao longo do jogo fui-me enervando cada vez mais. Meireles acalmou-me mas mesmo assim... Ganhamos carago! E lá seguimos bem na frente com avanço cada vez maior, mas há q jogar mais... Sábado frente ao Braga vou ao Estádio e espero mais futebol. Abraço.

Bruno Pinto disse...

Paulo, o FC Porto ganhou mas não jogou nada. É bom que o abaixamento pós-Natal verificado na época passada não se repita, pois a fase decisiva, sobretudo na Champions, aproxima-se... A posição da equipa é boa, os adversários directos só ajudam, mas eu estou é direccionado para o desempenho na Europa e, por isso, é imperioso não deixar que a equipa comece agora a baixar de forma. O Jesualdo Ferreira, homem inteligente e capaz, que esteja atento e a SAD que trate de agir de igual forma, para que não venhamos a sofrer desilusões na liga milionária. O Tarik vai agora para a CAN'2008. Acho que mais um extremo para o plantel é obrigatório e não sei porquê mas vejo muita passividade no clube quanto a esta situação, até porque um jogador novo necessita de um período de adaptação. O Duda (Sevilha) parecia-me uma boa opção no imediato. Já o Hélder Barbosa (fartei-me de defender a sua inclusão no início da temporada) não sei se é possível fazê-lo regressar já em Janeiro. Sabes algo sobre isso? Um médio também era bem visto. Já falámos sobre isso. Belluschi (River Plate), Carlos Eduardo (Hoffenheim) e Pedro Mendes (Portsmouth) seriam sempre, em princípio, boas apostas. Já o Luka Modric, em quem falaste há uns dias, parece que tem um preço completamente proibitivo e é utópico pensar nele.

Paulo Pereira disse...

Boas Bruno,

Pois, o Modric é mesmo apenas um sonho. O preço é mesmo proibitivo para as bolsas nacionais. Qt ao Helder, não sei se existirá alguma cláusula no contrato k permita a vinda na reabertura do mercado, mas o k importa perguntar, antes disso, é se a equipa técnica o quer!

Sinceramente, não me parece, pelo discurso adoptado pelo Jesualdo, k as portas se abram ao Helder. Seria, na minha opinião, a melhor hipótese, tendo em conta a relação qualidade/preço.

Para médios, o Belluschi, pelo k li sobre ele, seria a contratação ideal, mas já k falas no Carlos Eduardo, tb não seria má de todo. Um brasileiro extremamente talentoso, capaz de suprir as nossas necessidades no meio campo.

Para vir alguém, que seja de qualidade e não para fazer número, pois como dizes a aposta agora será mesmo na Champions, onde a passagem aos quartos é um imperativo, mas só possível com uma melhoria exibicional.

Abraço,