11 de dezembro de 2007

Passaporte carimbado

Porto: Helton, Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Fucile [Marek Cech 75'], Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho [Bolatti 80'], Tarik [Postiga 74'], Lisandro e Quaresma

Marcadores: Lucho, aos 44' e Quaresma, aos 62'

E pronto, dever cumprido. Em pleno Estádio do Dragão, o Porto mostrou que é muito mais forte que estes turcos de trazer por casa. Sem ansiedades, sabendo que o relógio corria a seu favor, os Dragões entraram conscientes de que o empate chegava para os manter na Champions...

Mas, se alguém achava que os pupilos de Jesualdo ficariam satisfeitos com esse resultado, rapidamente percebeu que estava equivocado. O Porto não queria perder a oportunidade de, pela 2ª vez na história da Champions, vencer o seu grupo. E foi assim que o jogo foi quase todo de sentido único, pese a réplica dada pelo Besiktas, pouco incomodativo, mas onde manobrava Delgado, um argentino bom de bola.

Sem forçar muito o Porto introduziu a bola na baliza do veterano Rustu, num cabeceamento perfeito de Lisandro, mal invalidado pelo assistente, vislumbrando algo que não existiu, pois o argentino de azul e branco vestido estava em posição legal. O jogo andou assim numa espécie de paz podre. Sem ocasiões de perigo, com os portistas controlando aparentemente as veleidades adversárias, ia-se vivendo de alguns rasgos individuais. E nos últimos minutos da 1ª parte, existiram vários que mereceram os aplausos com que foram brindados...

Primeiro foi Bosingwa, no seu estilo característico, deambulando por entre adversários, até culminar com um remate que proporcionou uma excelente defesa ao keeper contrário. Ainda não se tinham esgotado os ecos de espanto, quando Tarik, numa noite endiabrada, a proporcionar nova vistosa estirada a Rustu, depois de um trabalho individual fantástico...

Quando se esperava o intervalo, a defesa turca foi pouco lesta a adiantar-se no terreno e Tarik, o marroquino que começa a aumentar significativamente o seu clube de fãs, a entregar de bandeja o golo a Lucho. El Comandante, o estratega do exército portista nesta cruzada contra os mouros não se fez rogado. Fuzilou e descansou os corações mais ansiosos. O resultado, combinado com a tareia que o Liverpool dava aos franceses, garantia uma 2ª parte relaxada...

E cedo se percebeu que o adiantamento do Besiktas só favorecia os portistas. Espaço para o contra-ataque, com o terreno propício aquelas cavalgadas que alguns dos elementos tanto gostam. Houve alguns ensaios, desperdiçados ora por inépcia atacante, precipitação no último passe ou mérito dos defensores. Até que Quaresma, recolhendo nova assistência aveludada, se isolou e finalizou com a classe reconhecida. Foi um murro no estômago otomano, do qual nunca mais recuperaram, e um fechar o pano sobre o espectáculo, a meia-hora do fim. Deu tempo para gerir esforços, pensando já no próximo e difícil opositor de sábado, para a Liga nacional, e para as tradicionais substiuições retemperadoras.

Uma noite europeia sem sobressaltos, com Lucho, Quaresma, Tarik e Bosingwa a exibirem-se em bom nível, coadjuvados por Pedro Emanuel, cuja presença transmite solidez ao último reduto. Resta aguardar pelo sorteio, sabendo sempre que será ali, naquela palco magnífico, que os Dragões terão a oportunidade de dizer a última palavra. Venha quem vier, é para passar aos quartos.
GOLOS
1-0 [lucho] e 2-0 [quaresma]


1 comentário:

Bruno Pinto disse...

Foi uma bela vitória dos 'dragões', que jogaram sempre de forma inteligente e personalizada. A superioridade sobre os turcos era evidente e isso deu bastante tranquilidade ao FC Porto, que fez um jogo sem grandes sobressaltos. Na primeira parte a equipa jogou apenas q.b., chegando ao golo numa paragem cerebral colectiva do Besiktas. Na segunda foi só controlar e explorar o ligeiro adiantamento no terreno do seu opositor, com as famosas transições atacantes rápidas. Individualmente agradaram-me bastante Bosingwa, Assunção, Lucho, Tarik e Quaresma. Bruno Alves e Pedro Emanuel também estiveram seguros, com destaque para a voz de comando e experiência deste último.

Ficámos à frente do Liverpool, o que é sempre de relevar, pois o colosso de Anfield Road tem condições financeiras incomparavelmente superiores. Agora, para os oitavos-de-final, os adversários possíveis estão quase todos definidos e eu tenho, desde já, uma fezada que é, simultaneamente, um desejo: Schalke 04! Seria lindo voltar a Gelsenkirchen...