3 de novembro de 2007

Asas para voar! Os recordes para não pensar!

Aviso já que não vou fazer deste espaço um chorrilho de criticas ou pior, carpir mágoas sobre os 2 pontos derramados…

Também não contem comigo para engrossar a colunas dos delatores e velhos do Restelo que estou em crer vou ver inundarem a blogosfera e outros espaços de opinião. É certo que este será um fim-de-semana mais aziago para os adeptos e simpatizantes das cores do Azul do Norte, mas arrepiemos caminho e sobre o jogo!!!

O colorido da iniciativa dos aviões de papel dava-nos asas para tudo, menos para aceitar o desígnio final, Jesualdo também ele a viver momentos particularmente felizes, dava-se ao luxo de, e pela enésima vez, mexer em equipa que ganha, fazendo ouvidos de mercador às frases feitas dos etróicos parangonistas da nossa praça. Com Postiga a ser cabeça de cartaz na frente ofensiva, tentava o mister dos dragões passar das frases aos actos e potenciar a tão propalada veia goleadora e os enleamentos ofensivos, fazendo e tendo como base sólida aqueles que têm sido os seus melhores artífices…

Claro que há muito se discute a qualidade do futebol praticado e que a jogar o que muitos apelidam de QB, um dia a casa vinha abaixo, e ontem o nosso castelo desmoronou-se não pelo que não jogamos, mas porque provou-se ontem que não chega ter asas é preciso quem as potencie e as faça voar (Lucho). Com a Champions em pano de fundo o jogo começou pouco austere, com a dinâmica a ressentir-se das alterações introduzidas, mas aqui ali pressionantes esticando o jogo para mais perto da área dos azuis de Belém, até aqui nada de novo e se era verdade que este oponente em nada se equiparava ao da transacta 2ª feira o futebol apresentado a flor da relva do anfiteatro Azul em nada se desemanava do então apresentado. Corria o marfim e sem que o fiel da balança se desequilibrasse por ordem dos pesos em campo e eis que um dos pesos pesados do meio campo Portista se quedava por terra, não se terão apercebido todos do momento e de como a partir dali este Porto não era mais o mesmo, o técnico Azul e branco lançaria L.Lima - a ideia era equilibrar forças na intermediaria - mas cedo se comprovaria o flop da substituição, desenhava-se agora sobre o relvado um 4*4*2 com Quaresma a derivar de flanco e Lisandro mais próximo de Postiga, deste esboço chegaria o Porto à vantagem.

P.Assunção divide no pressing uma bola e em esforço endossa-a a Postiga que descaído sobre a direita e em clara posição de off-side atira a contar, não sem que antes beneficiasse do meritório beneplácito coadjuvante de Costinha. Pensava-se estar feito o mais difícil e poderia nas costas desse golo o Porto partir para uma exibição condizente com o pecúlio de oito vitórias consecutivas, mas não o que se viu daqui em diante foi tudo menos isso, o Belenenses equilibrou, pois apesar de em número de espingardas a guerra de meio campo estar em teoria equiparada, a arma Leandrinho era muita pólvora seca, apesar de Helton ver a bola à distância, sentia-se cada vez mais o jogo a inclinar para zonas afectas à defensiva dos Dragões, o jogo baixara de ritmo e só o altruísmo de Lisandro e as infrutíferas arrancadas de Quaresma animavam as hostes dos da invicta, ninguém tomava as rédeas do jogo, R.Meireles e Assunção faziam valer-se por três e minimizavam estragos.

Adivinhavam-se alterações, pois o cariz da partida a isso indiciava, ainda antes de mudanças tácticas e rítmicas o inicio de 2ª parte trouxe a mudança no placar, um lance bem gizado desde o inicio ate ao fim sem que algum jogador dos dragões obstasse a conclusão com fino recorte técnico por parte de Zé Pedro. Dois meses depois sofríamos um golo mas é também a partir deste que me demarco dos demais “amigos” e Portistas que conheço, os azuis e brancos responderam bem ao golpe, Jesualdo emendou a mão lançando mão do brinca na areia e inconsequente brasuca, os Dragões foram corajosos, correram, lutaram é certo nem sempre da melhor maneira, nem sempre com cabeça (aliás faltou alguém com mais frieza no pautar do jogo), mas perante um adversário sempre sequioso de desferir o seu golpe fatal, atente-se na percentagem de posse de bola, ouve oportunidades, pela esquerda pela direita tentou-se de tudo para chegar a vantagem, salvo raras excepções não se notou quebra física, a estrelinha que por vezes nos acompanha ontem ausentou-se, juntemos o nervosismo, ansiedade e o normal desconforto emocional provocado por quem não está habituado ao revés do resultado e por certo não encontrarão na exibição draconiana tantos motivos de critica… (já vi jogar bem menos em condições bem mais favoráveis).

Haveria ainda de surgir Adriano qual salvador da honra, mas sem que acrescentasse muito e até final o que mais registo de significativo foi perceber que a descrença foi muito mais notória nas bancadas que na equipa. Até ao lavar dos cestos foi vindima, pena que a colheita não fosse produtiva o suficiente para um Porto Vintage capaz de diluir estes pasteis que nos amargaram a boca.

Sobram criticas a Quaresma e a alguns mais, (não alinho), o Harry Potter procurou sempre jogo, não se escondeu, concordo não fez sempre tudo bem, exasperou e abusou do seu futebol, mas foi dos pés deste que veio sempre a esperança de que o rumo do jogo mudasse. O FcPorto não terá feito por certo a sua melhor partida, era dever dos da casa conquistarem os 3 pontos em disputa, não estarei longe da verdade se disser que os visitantes não lograram uma catadupa de lances de perigo e que em condições normais ontem mesmo jogando aquilo que muitos criticarão hoje era suficiente para ganhar…um dia tinha de ser e há muito que os demais auguravam tal desiderato…foi ontem, pois bem quantos de nós se importarão se só daqui por outras tantas jornadas, voltarmos a ter como tema o desperdício de 2 pontos?!?!?.

Ao contrário de outras tantas análises especulativas e escalpelativas dos jogos dos nortenhos não vou destacar positivamente nem negativamente ninguém, ainda que os tenha havido, mas um jogo menos conseguido acontece a todos. Estou certo que na casa do Dragão não se deixará de tirar as ilações convenientes, este jogo será um alerta e se preciso for um toque a reunir…não foi o resultado mais apetecível na antecâmara europeia…mas 3ª feira são estes mesmo que temos de aplaudir e que voltarão a elevar em nós o orgulho de ser PORTISTA.

Momento Arbitral

Foram muitos os ecos sonoros e estridentes do apito e algumas as vezes em que o mesmo não se fez ouvir, desde logo os fora de jogo dúbios e outros escandalosos não assinalados, o destempero disciplinar, sei que vai doer mas no ter e no haver e apesar da arbitragem não ter sido boa não temos nada para nos queixar…dixit.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais um jogo e mais do mesmo, excepto, infelizmente ou não, o resultado. Penso que já era de esperar que mais tarde ou mais cedo isto viesse a acontecer. E o que me refiro é a falta de atitude ganhadora desta equipa e deste treinador. É a teoria do jogar q.b. Estando a ganhar passamos ao controlo do jogo, numa de poupanças para a Champions. Já com o Leixões foi desagradável para quem como eu foi ao estádio e só viu 10 minutos de futebol. Tudo o resto foi paisagem. E por isso referi acima que pode não ter sido mau de todo este empate. Porque não merecemos mais, porque não temos treinador capaz de mexer o jogo, porque somos incapazes de virar um resultado menos bom e porque pode ter sido o acordar do Dragão.
Até porque sabemos jogar à bola como se viu depois do golo do Belenenses, até somos capazes de encostar o adversário às cordas e perder a cabeça porque queremos GANHAR!!
Não é por o adversário ser o Fátima, o Atlético ou por estar a chegar um jogo da Champions que devemos facilitar. Sempre os melhores e sempre para GANHAR! Quando estiverem cansados jogam outros.

Não sou um admirador do Jesualdo. Não entendo algumas opções, não o vejo capaz de ganhar jogos a partir do banco, não me parece que seja capaz de passar aos jogadores as suas ideias.

Quanto ao jogo estivemos mal, o Postiga sempre a mesma nulidade (nem no golo fugiu ao fora-do-jogo, chega sempre atrasado e em esforço, perde sempre na antecipação). o Stepanov, penso que já deveria ser melhor qualquer coisa nesta idade, mas continuo a acreditar, apesar de preferir o Pedro Emanuel. O Fucile esteve irreconhecivel. E o chec treme demasiado sempre que é chamado. Devia perceber que as oportunidades não duram sempre.
Para último, sobre o jogo, deixei algo que continuo sem perceber (já para não falar da substituição de Leandro). Porque raio o Tarik jogou 30 min atrás do PL e o Lisandro nas alas?!?!?

P.S.- o substituto de Lucho, com qualidade e mais experiência do que o que temos no Olival, está a jogar e bem no Flamengo. A quem se deveria pedir responsabilidades?

Anónimo disse...

Tenho que fazer algumas referências positivas: Bruno Alves -um gigante na defesa- Lisandro -um eterno e magnífico lutador- Paulo Assunção -a formiguinha de pés de veludo e aço- Raúl Meireles -a vontade de vencer- e quem mais...Stepanov -um pouco trapalhão na hora de colocar a bola na frente, mas conjuntamente com BAlves os esteios da defesa- Quaresma -tem de corrigir aquelas entradas, mesmo que passem o tempo a zurzir-lhe- Tarik alternou o bom com a infelicidade e Leandro que lutou muito mas foi infeliz, mesmo na interpretação do árbitro em alguns lances, Postiga esteve esforçado mas continua a perder quase todos os lances no vértice do ataque, o primeiro toque é dele, o segundo é sempre de quem o marca...Amigos não há que chorar, mas aquelas coxinhas....

Sérgio de Oliveira disse...

Tal e qual !