8 de setembro de 2007

Tão altruístas que eles são

A maioria das edições online dos jornais já dá à estampa a notícia da antecipação do próximo compromisso dos Dragões, frente ao Marítimo. O conteúdo da notícia não difere muito, de local para local, andando à volta do essencial. "Marítimo acede a pedido do Porto" ou "Verde-rubros aceitam antecipar compromisso com os Dragões". Espantoso! Os verbos aceder e aceitar conferem a ideia de que existiu, por parte dos insulates, uma espécie de altruísmo, tornando os madeirenses uns beneméritos da causa nacional. Logicamente que, nesta blogosfera onde pululam fundamentalmente pobres de espírito e frustrados clubistas, o mote estava dado. Logo se exacerbaram paixões, toldando a emoção a clarividência necessária para analisar a situação.

Muitos querem, e eu até compreendo o fundamento, colar esta antecipação à recente recusa do Porto em adiar o jogo com o Leiria. Já devidamente escalpelizada essa questão, até ao fastio, convêm relembrar, mais uma vez, que o Porto se limitou a seguir a lei. Nada mais do que isso. Este caso, que querem transformar numa situação análoga, fazendo passar a idéia que o Marítimo fez o que o Porto deveria ter feito, é apenas criado pela imprensa. Desde logo por uma simples questão de aritmética. O jogo contra os compatriotas de Alberto João estava inicialmente marcado para Domingo, dia 16. No mesmo recinto, mas às 19.45 horas do dia 18, o Porto enfretará o Liverpool. Está bom de ver que, entre um e outro, existe um espaço temporal de 48 horas, inferior ao mínimo estipulado de 72 horas. Logo, era perfeitamente óbvio que o jogo teria que ser antecipado, ficando apenas a faltar a informação se seria para 6ª feira ou sábado. Optou-se pela 2ª hipótese, ficando assim o Porto com as 72 horas estipuladas de descanso.

Não se tratou, como é bom de ver, de um gesto de especial benevolência madeirense. Aliás, estes nem aceitaram, nem acederam a porra nenhuma. O jogo tinha que ser antecipado. Ponto. A partir daí, tudo o que é dito é mero exercício especulativo, de quem pouco ou nada tem para fazer.

ps: Em relação ao recente artigo de MST, fica novamente a ideia de que o cronista já viveu dias melhores. Querendo ser mais papista do que o papa, MST esqueceu o óbvio: aquilo é um artigo de opinião sobre e acerca do Porto, podendo logicamente ser a opinião veiculada diferente do ponto de vista dos demais portistas, mas tendo sempre um fundo de defesa da causa azul e branca. E isso tem sido esquecido, para gáudio dos nossos detractores. Já não bastava a declaração desassombrada de que o dossier anónimo tinha sido uma criação da Direcção portista, agora ficam em plano de destaque as críticas [sem fundamento] sobre a questão dos reforços e sobre a polémica do adiamento do jogo de Leiria. MST julga que o futebol indígena deve ser feito de princípios morais inatacáveis, jogado com punhos de renda, mas o que consegue, até agora, é dar uma imagem de ingénuo, já aproveitada por José Manuel Delgado, cronista da Bola, um dos principais detractores do Porto, para colocar, no seu cantinho de opinião, o destaque nestas mesmas críticas de Miguel, retiradas do contexto. Assim, Miguel, mais vale ficares caladinho, pois esse teu espaço é um dos únicos na imprensa onde a voz do Porto é ouvida. Se até esse é usado para passar informações que fazem as delícias dos nossos inimigos...

5 comentários:

Anónimo disse...

meus senhores não acham que por muito portistas que sejam estam a defender o indefensável???custa assim tanto admitir que agiram mal ao não adiar o jogo de leiria?? será que não conseguiam ganhar o jogo se o fizessem?lá por ser o clube do nosso coração não quer dizer que o defendamos mesmo quando não há como.se precisam disto para serem campeões então algo vai mt mal. parabens á atitude do maritimo. pena que não sejam todos assim

Paulo Pereira disse...

Tiago, tiveste tanto tempo para meditar e evitar dizer tantas asneiras num curto comentário. É obra! Ponto 1) ninguém de bom senso tem que admitir porra nenhuma. O jogo com o Leiria deu-se APÓS um confronto internacional e não ANTES, o que faz toda a diferença.
Ponto 2)A chegada tardia do Leiria, APÓS om jogo em Israel, deveu-se apenas e só a uma completa ausência de profissionalismo e planeamento por parte dos leirienses, k teriam evitado dissabores se optassem pelo aluguer de um vôo charter. Profissionalismo é antónimo de excursionismo.
Ponto 3) ninguém pediu ao Leiria k se metesse nestas andanças, dado k nem a equipa conseguiu o apuramento para a Europa. Se a equipa entra na competição via Intertoto, saberá por certo que deveria estar preparada para efectuar jogos a meio da semana;
Ponto 4) tecer loas à atitude do Marítimo revela, acima de tudo, total desconhecimento das regras em questão. E isso não tem desculpa. Sobretudo pk, se tivesses ao menos tido o cuidado de ler o meu artigo, em vez de estares mais interessado em largar o teu ódiozinho de pacotilha em relação ao FCP, lerias, e ficarias elucidado, k o Marítimo não é tido nem achado para esta antecipação. O jogo seria sempre antecipado. Ponto. É de lei. Ponto.

ps: vê se para a próxima vez fazes um comentário minimamente inteligente!

Anónimo disse...

Regulamentos são para cumprir. A Leiria não pediu a tempo; o Porto pediu. E mais ainda, um clube tem que zelar pelos seus interesses desportivos; ter planteis completos, com bons jogadores, com boa condição física, com capacidade de aguentar a pressão também é uma vantagem. Se as equipas (União Leiria) querem andar na alta roda do futebol têm que viver com isso. O Porto vive com isso ano, após ano, após ano.
Infelizmente, nem todos os adeptos conseguem viver com isso, não é Tiago?

Anónimo disse...

Paulo, em relação ao não adiamento do jogo com o Leiria, já tudo foi escalpelizado, e todos esses k ainda vão querendo criar celeuma com o caso não passam de meros ignorantes, com a capacidade de raciocinio toldada pela inveja.
O k me chateia é o MST.Como tu bem dizes, o Miguel anda a ser muito ingénuo, na presunção de k temos k ser moralmente irrepreensíveis, em todos os aspectos. Nada mais errado, pois esse não é o mundo em que vivemos. Nenhum clube é assim tão puritano. O k ele diz são meras bacoradas, k se ele fosse dirigente no FCP, ou noutro clube, seria incapaz de por em prática. Passando por cima da questão dos reforços, k me parece apenas só uma oportunidade para ele zurzir o velho tema da compra de jogadores (ó Miguel, ainda me hás-de dizer qual é o clube que acerta sempre nas contratações), chateia-me o aproveitamento das críticas dele, por parte de quem tu disseste, que usam logo para nos atingir. E O MST, tão inteligente para umas coisas, anda a fazer papel de tontinho ultimamente.

Abraço,

Anónimo disse...

Falta de planeamento e de vontade de gastar algum dinheiro da parte do Leiria, é tudo do que se trata. Acho muito bem que o Porto tenha recusado o adiamento.

Não é que em geral seja contra fazer favores aos outros, mas não é de o fazer quando a culpa é deles e, acima de tudo, o adiamento ia colidir com o nosso próprio planeamento e disponibilidade de jogadores.