28 de janeiro de 2009

O herói improvável

Taça de Portugal - quartos-de-final
Estádio do Dragão, no Porto
Hora: 20:45
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)

porto, 1 - leixões, 0
[mariano gonzalez, aos 5']

EQUIPAS

FC PORTO - Nuno; Fucile, Stepanov, Bruno Alves e Benítez; Raul Meireles, Guarín e Lucho; Mariano, Lisandro e Hulk.
Suplentes: Ventura, Rolando, Pedro Emanuel, Bolatti, Tomás Costa, Farías e Rodríguez.
Treinador: Jesualdo Ferreira

LEIXÕES - Beto; Laranjeiro, Nuno Silva, Élvis e Angulo; Roberto Sousa, Bruno China e Hugo Morais; Zé Manuel, Chumbinho e Diogo Valente.
Suplentes: Berger, Sandro, Diogo Luís, Ruben, Castanheira, Paulo Tavares e Nwoko.
Treinador: José Mota

Meias-finais da Taça. Já lá estamos. O feito, misturado com a presença nos oitavos da Champions, as meias da Taça da Liga e o 1º posto no Campeonato, dão asas ao sonho. De tudo vencer.

O Dragão assistiu, na chuvosa noite da Invicta, a um jogo atípico. Pelo menos, se comparado com 99% dos sensaborões encontros da Superliga. Foi um jogo intenso, disputado no limite, entre dois contendores que disputaram cada bola, cada centímetro de terreno, como se dessa refrega dependesse o futuro da humanidade. Digno de Premiere League.

Os azuis e brancos, causticados por um calendário apertado, apresentaram algumas caras novas no onze inicial. Benitez, no lado esquerdo da defesa, Stepanov como irmão gémeo de Bruno Alves, Meireles fazendo o papel de formiga trabalhadora e incansável, geralmente desempenhado por Fernando, Guarín ao lado de Lucho, no meio-campo, e Mariano entrando como titular.

A rotatividade, mais uma vez, como forma de vencer o cansaço, evitando mazelas desnecessárias, em vésperas de jogos importantes.

Os pupilos de Jesualdo entraram a vencer. Literalmente. Aos 5 minutos, os momentos de fama de Mariano, argentino mal-amado por quem venera o símbolo do campeão, a empurrar com decisão a bola para as redes de Beto. Um golo madrugador, dando a ideia de que a partida da Taça seria um mero passeio para os da casa.

Nada mais falso. Novamente bem preparados tacticamente, os leixonenses tomaram as rédeas da partida, pressionando amiúde o último bastião draconiano, colocando dificuldades inesperadas a uma defesa que se via acossada por vários lados.

Aos 35', um dos momentos altos da partida, resultante de um péssimo passe de Bruno Alves, permitindo uma rápida transição aos matosinhenses, com José Manuel a permitir uma defesa instintiva do veterano Nuno.

O aviso, bem sério, apenas era respondido por algumas das habituais incursões de Hulk, ou por alguma iniciativa, louvável, de Mariano. A zona nevrálgica do meio-campo, onde se desenrolava uma batalha tremenda pelo domínio da partida, assistia a alguma macieza por parte dos atletas azuis, ultrapassados com uma facilidade irritante.

O intervalo, pausa retemperadora, não serviu de grande conselheiro a Jesualdo e seus pupilos. O Leixões crescia, tornando-se cada vez mais ameaçador. Até que...

O treinador portista mexeu [e bem] na equipa. Saiu Hulk, inconsequente ao longo do jogo, e entrou Rodriguez. O Porto equilibrava a contenda, jogada num ritmo impressionante, num "tu-cá-tu-lá" que mantinha a atenção dos espectadores bem focada naquele rectângulo verde.

A segunda e cirúrgica mexida, por parte de Jesualdo, conseguiu reverter o domínio do jogo. Entrou Tomas Costa, saiu o marcador do único tento da partida. Evoluído tacticamente, o argentino recém-entrado conseguiu estancar a vivacidade do Leixões, permitindo que os últimos 15 minutos fossem de desperdício portista, com várias e flagrantes oportunidades de golo.

Uma vitória suada, inteiramente merecida, premiando a solidez defensiva azul e branca. Uma palavra de apreço para a combatividade e arreganho do adversário, digno vencido, capaz de fazer algo que a maioria das equipas não consegue: jogar de igual para igual no Dragão. E isso diz tudo.

6 comentários:

dragao vila pouca disse...

Sinceramente, já começo a ficar cansado de ver o F.C.Porto jogar abaixo dos mínimos exígiveis.
Ontem, com um dia de cão, bom para ficar em casa a ver no sofá, muitos portistas desafiaram a intempéride para irem ver ao vivo. E que viram, viram mais uma vez um mau jogo da sua equipa e, quando, estavam reunidas as condições - um golo logo aos 5 minutos -, para jogar bem, ganhar tranquilamente e sem estarmos o tempo todo, com o credo na boca.
Já é tempo para Jesualdo de deixar de desculpas com a falta deste ou daquele ou com cansaço para a frente e poupanças para trás. O Leixões ontem, em relação à equipa que ganhou para a liga, jogou sem os dois melhores jogadores - Wesley e Braga - e continuou a jogar bem e a ser uma equipa que sabe jogar, ao contrário do F.C.Porto, que joga aos repelões, não pressiona, erra passes atrás de passes, coloca-se a jeito e ontem, só não teve de enfrentar um prolongamento, que seria muito mau, porque Nuno foi o seu melhor jogador.
Os pragmáticos dirão que o que é preciso é ganhar, eu, talvez por estar mal habituado, digo que para mim é perfeitamente possível ganhar e jogar bem melhor.

Um abraço

Anónimo disse...

29-01-2009 LABAREDAS
Merece comentário?

Depois de uma entrada em cena que dispensou aviso prévio, tempo agora para as apresentações: sou o Labaredas e estou pronto para soltar fogo sobre temas da actualidade que envolve o F.C. Porto. Os Portistas podem esperar chamas atentas e oportunas. E há muito desvario para «chamuscar».

O calendário desportivo avança e o F.C. Porto permanece em quatro frentes competitivas. Contra tudo e contra todas… as opiniões. À míngua de argumentos para desdizer os feitos da nossa equipa, os comentadores apostam cada vez mais na falta de vergonha. É uma enxurrada patética.

Diz hoje um senhor que costuma debitar conhecimento na rádio do Estado e que até alimenta um blog, que o Nuno Gomes devia vir ao Dragão de elmo e armadura para enfrentar Bruno Alves…

Na TV igualmente paga pelos portugueses, a tal onde as dúvidas são transformadas em penáltis inequívocos, até os pivots estão preocupados com o facto de um treinador ter sido mais brando do que antes na análise ao jogo da sua equipa contra o F.C. Porto. Pudera, até ele ficou com dúvidas, ao contrário do que sucedera na reclamação anterior…

Outros ainda, no ambiente cabo que os amantes da bola pagam religiosamente para alimentar o negócio, confundem isenção com fanatismo, dando amiúde a cara como anti-fãs do F.C. Porto numa rubrica de jornal desportivo…

Também no cabo, há um comentador que consegue ser o único habitante do planeta a não ver motivo para grande penalidade num lance em que o jogador do Braga é arrancado pela raiz. Haverá jarra para tamanha falta de visão?

De quem narra os jogos da Taça de Portugal nem vale a pena falar… Não há palavras para descrever ou tempo para dispensar a quem se entusiasma com «o grande futebol» dos adversários do F.C. Porto, estejam eles a jogar bem ou não…

Enfim, o costume. Acicatado pelos sucessos do F.C. Porto e exacerbado pela pobreza de espírito.


SITE do FCP


Dá-lhes LABAREDAS.

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :

Gostei , especialmente ,
da 2ª parte.

Jogo vibrante e com o resultado a ser discutido (palmo-a-palmo) até ao apito final.

Só não gostei dos comentários dos senhores da TVI !

Um abraço

Anónimo disse...

Mas a "alentejana" há algumas semanas que anda muito, muito calma e isso é muito, muito, muito estranho!!!!!!!!!

Tiago Araújo disse...

Vámos ganhar ao belenenses!

Anónimo disse...

É IMPORTANTISSIMO não esquecer que a interpretação do teor das escutas relativas ao FCP, foi efectuada pela "escritora"!!!!!!!!!!.........