25 de setembro de 2008

É um fartar vilanagem!

3 jornadas disputadas na Superliga nacional. Apenas três. Mas é já perceptível que a competição se encontra minada. Erros crassos de equipas de arbitragem, numa sucessão quase obscena, que apenas não impressiona os jornais diários, avessos à publicação nas páginas principais dos habituais títulos sensacionalistas…

O Sporting, inexpugnável neste início de temporada, tem sido bafejado pelos Deuses do Apito. Bastou que Paulo Bento, num tom apopléctico, apontasse o dedo aos juízes de campo, à boa maneira das fatwas islâmicas, ofendido pela marcação de uma grande penalidade inexistente a favorecer o Trofense. O erro, inócuo para a atribuição dos 3 pontos, serviu de argumento para uma dose de pressão extra sobre os homens de negro. E os resultados não se fizeram esperar.

Na 2ª jornada, jogando no difícil terreno do Braga, os pupilos de Paulo Bento viram, testemunhas privilegiadas, como o árbitro da partida fechou os olhos a uma penalidade cometida sobre Meyong. O discurso cáustico do treinador leonino ficou, desta feita, estranhamente refém de um silêncio cúmplice.

Bastou apenas mais uma jornada para que nova arbitragem permitisse aos verdes-e-brancos lamberem a ferida aberta pela deplorável exibição em Camp Nou. No derby lisboeta, os azuis da Cruz de Cristo mostraram-se um adversário incómodo. Até que Postiga, agora enlevado numa catadupa de elogios às suas qualidades, abriu o marcador, saindo de uma posição ilegal, num fora-de-jogo clamoroso, visível a olho nú do espaço. Novamente a tibieza tomou conta das declarações finais de Paulo Bento, atacado por uma miopia repentina…

Do outro lado da 2ª circular, a prática habitual de gritarem blasfémias e acusações, diariamente, nos pasquins amestrados, logrou alguns frutos. Saído o sumaríssimo para Luisão, logo branqueado com uma série de artigos inflamados que bradavam contra a atribuição de castigos “apenas” a jogadores encarnados, verdadeira modernização da teoria de Goebells, de que uma mentira mil vezes repetida se torna verdade, a impunidade chegou à Luz.

Abro apenas um pequeno parênteses para elucidar os fajutos comentadores de que, deste a instituição dos famigerados sumaríssimos, a corja da Luz viu 3 atletas seus serem castigados, desde 2004. Em igual período de tempo, os azuis e brancos foram penalizados com 5 castigos similares. Ao contrário da ideia que se pretende passar, não é o Benfica a equipa mais perseguida…

Falando da impunidade vigente para as bandas da Luz, ela fez-se sentir no clássico da 2ª jornada. Logo aos 4 minutos, Luisão mimoseia Sapunaru com uma cotovelada, perante a incredulidade geral. O árbitro, alheado do lance, permitiu que a contenda continuasse com o mesmo número de jogadores de campo, de parte a parte. Já depois do grego de má memória para Anderson ter ido tomar banho mais cedo, Nuno Gomes resolve aplicar uma mistura de artes marciais, numa entrada digna de figurar num filme de acção, sobre Helton. Claro está que a figura paternal do juiz de campo, imbuído da pedagogia necessária, aplacou a dureza visível com uma palmadinha cordial nas costas do avançado. Siga para bingo…

Na capital do móvel, já sabendo que a prática do jogo sujo, subterrâneo e violento não lhes causa qualquer mossa a nível disciplinar, Maxi Rodriguez estreou-se na distribuição de pancada. Numa entrada de arrepiante brutalidade, analisada com a leviandade costumeira por parte do homem do apito, o uruguaio continuou em campo. E, pasme-se, até marcou um golo, que nunca teria acontecido se as leis disciplinares fossem cumpridas com o rigor esperado. Mas isso, claro está, é um mero desejo, não compatível com o que se vê em campo. Senão, atente-se à benesse concedida no reincidente avançado que roubou o apelido a Gomes. Falta pelas costas, varrendo literalmente o jogador do Paços, numa entrada que mereceria um cartão vermelho directo e um par de bofetadas bem aplicadas no oleoso jogador benfiquista. Quis o destino que a marioneta que apitava o jogo se tivesse equivocado na cor do cartão. Pois, nada a que não estejamos habituados…

Os Dragões, habitualmente vilipendiados na opinião pública, viram a forma como Pedro Proença sonegou uma penalidade clara, perto do final do jogo em Vila do Conde, que terminou num incomodativo empate. A grande penalidade não marcada, com provável influência no resultado final, ainda assim permitiu ao juiz lisboeta sair incólume na sua reputação. O insuspeito diário “A Bola” decorou a exibição do árbitro internacional com um simpático 7, numa escala de 0 a 10. Critérios…

Confesso que é melhor escrever isto por partes. É que, bem vistas as coisas, se existe tanto erro a reportar, com apenas 3 jornadas decorridas, no final do campeonato teríamos um bonito artigo com milhares de caracteres…

5 comentários:

Anónimo disse...

ó triste pereira!!!!
podias incluir neste rol de queixas, aquele penalty aos 89 min. a favor do fenerbache!!!!

com tantos casos que referiste, mais um tb cabia!!
anda lá.....
faz isso pela malta....
olha para os dois lados.....!!

dragao vila pouca disse...

Força Paulo dá-lhes que eu apoio aqui e com um post que vai no mesmo sentido.
Mas atenção muita atenção a quem nomeia.Vá lá colocou na jarra o Bruninho.
Um abraço

Paulo Pereira disse...

Olha o triste anónimo resolveu aparecer. Que saudades...

Confesso que andava preocupado com a tua estranha ausência. É que a imagem que fiz de ti não difere muito da realidade, estou certo...

És um gajo amargo, mesquinho, que espera pelos meus posts para ter uns míseros minutos de atenção. E aí, quando eu finalmente resolvo escrever, parece que te consigo ver:

Debruçado sobre a mesa, escrevinhando furiosamente, espumando de raiva, com a bílis a deformar-te as feições...

ps: Em relação ao pretenso caso que mencionaste, desde logo estranho que vejas a Champions. Pensei que aguardasses fervorosamente o dia em que o teu clube lá conseguisse jogar.

Depois, só te posso aconselhar um bom oftalmologista. É que, bem vistas as coisas, se descortinas um penalty que mais ninguém viu, ou és um visionário ou precisas urgentemente de um forte tratamento visual...

Vai aparecendo. Que o vírus de Nápoles não te volte a enfraquecer...

Anónimo disse...

ó triste pereira...já uma vez te disse: as tuas crónicas iluminam os nossos dias! vá lá escreve mais amiude! é que, ouvir a tua voz, não chega, temos de ler esses textos deveras "honestos"...

bem sei que nao deves ter visto o lance....

deixa advinhar! o canal que passou o jogo foi.....sportv!!! tá tudo dito...

na tua televisao tb nao passou o lance do cebola na luz....!!!

vá, continua a escrever......
força, triste pereira...

Paulo Pereira disse...

Ó tolo anónimo...

Eu sei que te alegro os dias. Mas convenhamos, cada vez te pareces mais com o Fox Mulder, nessa tua cruzada contra as conspirações que, pasme-se, só tu vês...

Ele é o penalty, ele é a agressão, ele é a SportTV, agora diabolizada por não passar as imagens que toda a gente queria ver...mesmo que elas não existam.

Mas nesse teu Mundo, frágil e demente, é o que conta. O faz de conta. Vá lá, por hoje vai chuchar no dedinho mais um bocado...

Amanhã é outro dia. E, já se sabe, ao bom estilo dos X-Files, "eles andam aí"...