BWIN LIGA - 18.ª JORNADA
FC PORTO, 4-U. LEIRIA, 0
(Bosingwa, Farias, Lisandro, Farias)
Estádio do Dragão, Porto
Hora: 19:15
Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)
FC PORTO:Helton, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho González; Lisandro López, Farías e Quaresma
Suplentes: Nuno, Adriano, Castro, Marek Cech, Hélder Barbosa, João Paulo e Mariano González
Treinador: Jesualdo Ferreira
Se psicologicamente o embate frente ao Leiria se revestia de enorme importância, pela derrota consentida na última jornada, no depauperado relvado leonino, a permissividade do adversário, a atravessar um período negro de resultados, deixava antever uma tarde/noite descansada para os Dragões...e seus adeptos.
E assim foi. Uma exibição agradável, sem forçar muito, permitiu aos pupilos de Jesualdo Ferreira passearem a sua imensa classe, para gáudio da assistência, sedenta de nova vaga de conquistas...
O jogo, entre os seus vários protagonistas, elegeu uma figura maior: Ernesto "Tecla" Farías, argentino de nacionalidade, avançado de profissão, marcador compulsivo de golos. Alvo de várias especulações quanto à sua real mais valia, o compatriota de Lisandro e Lucho aguentou estoicamente a onda de suspeição, procurando retemperar as forças enfraquecidas por uma arreliadora lesão e...voltou, qual fénix renascida das cinzas. Rápido, felino, correpondeu da melhor forma, em ambos os golos, a cruzamentos efectuados com mestria. Deixou água na boca, para o futuro imediato.
No regresso ao tradicional 4*3*3, o carrocel atacante portista, embalado ao som do tango, adornado pelo flamenco cigano, numa mistura de talento explosiva, colocou desde cedo a nú as fragilidades dos leirienses, longe dos tempos áureos na Superliga.
Rapidamente se percebeu que a tónica da partida apontava em sentido único: a baliza à guarda do desamparado Fernando, o guardião leiriense, provavelmente o melhor homem vindo da cidade do Lis.
Com rápidas mudanças de velocidade, aliadas aos passes rasgados de Lucho e Meireles, o autocarro estacionado em frente da baliza do Leiria foi sofrendo mossas, abanando na sua estrutura, até à derrocada final. Já destacado o neófito argentino da fente de ataque, que teve como companhia Quaresma.Este, depois dos arrufos das últimas semanas, esteve igual a ele próprio: genial, com pormenores de pura magia, e complicativo, adornando em demasia lances onde se pedia simplicidade. Lisandro, um demónio à solta, pesadelo de qualquer defesa, continua sem saber jogar mal.
Ela começou numa cavalgada impressionante do supersónico Bosingwa, o lateral mais rápido do Mundo, cujo remate é desviado, inadvertidamente em Farías. A bola, caprichosamente, anichou-se com suavidade nas redes, inaugurando as hostilidades no marcador.
Aqui, abre-se um ligeiríssimo parentesis para comentar o mais que provável coro de virgens ofendidas, que se farão sentir nos próximos dias, ao comentar a irregularidade [Farias estava em fora-de-jogo] do 1º golo azul e branco. Os mesmo que se mantiveram a assobiar para o alto, tentando passar despercebidos, no rescaldo do clássico Sporting-Porto, incapazes de analisar os erros prejudiciais aos Dragões, virão agora, de pena afiada, destilando o fel do costume.
Não foi por isso que o Porto venceu. Nem terá sido pelos erros arbitrais em Alvalade que perdeu. Em ambos os jogos foi melhor. Nas duas partidas demonstrou superioridade massiva. Falhou, em Alvalade, na finalização. Acertou hoje, no Dragão, nas redes do opositor. É futebol...
Com uma confortável margem ao intervalo, a segunda parte foi de poupanças, permitindo a substituição de El Comandante, para a habitual ovação e do marcador de serviço, "Tecla", saboreando pela primeira vez o carinho dos adeptos portistas. Castro, jovem promessa do clube, pisou o palco dos sonhos. Está ali o futuro das famosas riscas verticais azuis e brancas...
Pouco mais haverá a dizer, num jogo que colocou ironicamente em confronto os opostos da classificação. Demasiado Porto para um Leiria já moribundo...
nota: a habitual e esperada dissecação da partida, num dos próximos dias, por Bruno Rocha.
6 comentários:
Em termos de resultado foi o regresso à normalidade.
Com tranquilidade!
Axo que em poucas palavras se pode definir a exibiçao de hoje..Quase Perfeita
Só uma nota para Jesualdo Ferreira..Mariano Gonzalez nao é medio interior...e se o jogador ja admitiu dificuldades..mtas mais encontra quando joga fora do sitio..
só uma nota para alguns portistas, quando a equipa ganha foram os jogadores q fizeram por isso, quando perde a culpa é do Jesualdo Ferreira.
Começar a dar o real valor ao timoneiro da nau não ficava nada mal...
Amorim
Se quer opinar sobre os post's dos maiores alucinados da blogosfera e sabe que se o fizer na casa dele será censurado ou alterado, vá a
http://circodaluz.blogspot.com/
Que lá terá liberdade para o fazer.
Pela 1ª vez em muitos anos não fui ao Dragão(uma daquelas gripes...), regressei aos tempos da rádio. Parece que está tudo de acordo que foi um a vitória e uma exibição para ninguém reclamar. Até o Quaresma parece que lhe fizeram bem os assobios. Tecla; quem marca tantos golos no campeonato argentino não podia ser um perna de pau.
Um abraço
As carpideiras
Andam para aí muitas carpideiras por causa do que disse o director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro. Disse este magistrado, recordo, que houve alguma precipitação no caso Maddie, ao constituir arguidos os pais da menina desaparecida.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, mais o dos juízes e mais o dos funcionários da PJ, insurgiram-se. O prof. Marcelo disse que o homem matou - foi a palavra: matou - a investigação. E que se naquele caso o director da PJ admitiu que houve precipitação, como será nos outros casos de constituição de arguidos. Pois o meu caro professor sabe muito bem que neste país ser-se arguido é uma pena no chapéu de muita gente. Quem não é arguido não é bom pai de família, digo eu. Precisa que lhe demonstre em quantos casos se constitui arguido por nada e se leva a julgamento por coisa nenhuma? Em que país vive o prof. Marcelo?
Voltando à Maddie, os sindicatos vieram carpir as mágoas porque não se pode falar de processos em investigação. Ai não, senhores juizes e senhores e senhoras do Ministério Público? E então como é que o Correio da Manhã, por exemplo, fez 50 manchetes sobre as culpas dos McCann antes de haver sequer algo que o indiciasse? Os senhores do MP ficam muito amofinados quando alguém dá a cara; gostam muito mais que façam o trabalho por eles, que criem o clima necessário nos jornais e nas televisões, para depois poderem agir à vontade. E ai de quem se meta com eles - no mesmo Correio da Manhã, que conheci muito bem, conseguem desmentidos a quatro colunas sem terem necessidade de dar a cara, porque há sempre um Octávio - ou até mesmo dois... - prontos para isso, porque acham que assim conseguem não indispor os senhores e sacar mais umas noticiazinhas sobre o PC. Sem ninguém dar a cara, pois então...
Depois, é evidente que Alípio Ribeiro já percebeu que não vai ficar muito tempo no lugar. Quando o procurador-geral da República, o homem que ouvia barulhos no seu telemóvel e não tinha dúvidas que era escutado - é fantástico como a Justiça se declara impotente neste país -, mandou constituir uma equipa especial para investigar a noite do Porto, logo percebeu que no eterno conflito latente entre as polícias e o MP quem é que tinha os favores do Governo.
Não tenho dúvidas de que Alípio Ribeiro não vai durar muito no cargo - há muitos anos que a PJ não tem uma direcção estável e a culpa não deve ser sempre dos próprios directores nacionais. Venha o próximo, que não há-de ser do Porto como Alípio Ribeiro. Vai uma aposta?
Manuel Queiroz
Blog Bussola
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