21 de dezembro de 2007

Olha papá...o Postiga é o Pai Natal!

BWIN LIGA - 14.ª JORNADA
Estádio da Madeira, na Choupana
Hora: 20:30
Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)

FC PORTO: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Lucho González e Raul Meireles; Mariano González, Lisandro López e Hélder Postiga.
Suplentes: Nuno, Cech, João Paulo, Bolatti, Leandro Lima, Kazmierczak e Adriano.
Treinador: Jesualdo Ferreira

Nacional, 1 - Porto, 0

Detesto jogos do Porto à sexta-feira. Já o tinha confessado aqui. Um resultado negativo dá-me completamente cabo do fim-de-semana. Agora, um jogo à sexta, na véspera de um fim-de-semana prolongado, antecedente do Natal e respectiva quadra festiva, quando corre mal, faz-me sentir a bílis a fermentar...

Tinha um mau pressentimento acerca do jogo. Juro. Não se trata de nenhum estrategema para me armar num rival da Maya. Detesto os jogos frente ao Nacional. Tradicionalmente difíceis, sempre com os madeirenses a serem um osso duro de roer. Hoje, sabendo-se da ausência das duas armas letais, capazes de imprimirem um ritmo demoníaco às acções ofensivas, o jogo seria trascendentalmente mais complicado...

Da 1ª parte não reza a história. Futebol sensaborão, dificuldades enormes em fazer uma transição atacante, com o jogo pastoso a revelar uma total ausência de ideias e de oportunidades de golo. Os 10 pontos de avanço pareciam ser uma almofada tão fofa que os atletas portistas aproveitaram para tirar 45 minutos de folga. Apesar do aparente controlo do jogo por parte dos Dragões, os madeirenses jogavam à vontade, com Mariano e Postiga a serem meros simulacros dos ausentes Quaresma e Tarik.

Depois do sonoro e audível suspiro de alívio por parte dos espectadores, aliviados pela chegada do intervalo, as hostilidades na 2ª parte abriram com um lance polémico. Felipe Lopes, brasileiro jogador do Nacional, derruba Mariano Gonzalez. O árbitro, está bom de ver, assinalou a falta...fora da área. Foram os melhores minutos dos azuis e brancos na partida. Um mísero minuto depois, Lisandro, de forma acrobática, proporciona a defesa da noite a Benaglio.

Parecia que a postura dos Dragões iria dar frutos. E deu. Mas ao contrário. Postiga já tinha tentado, na 1ª parte, isolar um adversário, com um passe mal medido. Não conseguiu à primeira, mas redimiu-se na segunda tentativa. Desastrado passe, em zona convenientemente apelidada de proibida e Lipatin, isolado, fez o que lhe competia. O golo, autêntico balde de água fria, trazendo com ele o espectro da derrota e a perda da invencibilidade.

22 minutos depois assistiu-se, finalmente, a uma ténue reacção portista. Leandro Lima, acabado de entrar, remata e a bola, depois de tabelar num adversário, sai caprichosamente ao lado. Jogando já de forma emocional, com os minutos a escoarem-se, os 3 minutos seguintes levaram ao desespero os adeptos azuis. O polaco Kaz remata estrondosamente ao poste para, logo de seguida, Lisandro rematar com imenso perigo. Foi o canto do cisne. O Porto perdia a invencibilidade, 3 preciosos pontos que reanimarão os adversários directos e termina o ano da pior forma possível, numa "prenda" de Natal que ninguém quereria receber.

Vitória justa dos madeirenses, coesos na defesa, jogando com a incapacidade do opositor em criar uma verdadeira pressão, e beneficiando da estrelinha, em momentos culminantes da partida. Da parte dos bicampeões nacionais, uma partida para esquecer rapidamente e que, mais do que o travo amargo da derrota, ressuscita fantasmas passados. Um dejá-vu semelhante a tantos jogos da 2ª volta da temporada passada, com o confrangedor jogo a aumentar as dúvidas para o futuro. Um mero mau jogo, ou uma dependência preocupante de um lote reduzido de jogadores?

Postiga deve ter recebido hoje a sua carta de alforria, com a guia de marcha carimbada com algum rancor. Eu, pese a ligação directa do avançado ao resultado negativo, continuo sem conseguir sentir raiva do atleta. Mas entristece-me profundamente ver alguém com um dom, uma capacidade técnica acima da média, desaproveitar todo o talento com uma atitude amorfa, abúlica. Espetem-lhe com um Prozac!

Ufa, consegui chegar ao fim do artigo sem invectivar ninguém. Deve ser pelo espírito natalício. Foda-se!

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem,alguma vez tinha de acontecer!já se vê o ambiente mais desanuviado lá para os lados da mouraria,para além do facto de ter emergido mais um heroi nacional"Lipatin"que após ter marcado o gol do qual resultou a derrota primeira do FCP na liga portuguesa,pode muito bem ser condecorado pelo governo da républica!Enfim,vamos lá comer a caldeirada em paz e sossego e esperar que a próxima derrota do FCP na liga tarde pelo menos metade da que tardou esta!Claro que para que isso aconteça temos de jogar um pouco mais,penso eu de que!

Anónimo disse...

Temos avançados que até estorvam, e extremos nem vê-los. Alan, que foi o melhor vimaranense no Dragão, fazia um Jeitaço. Mas não. Foise, tal como Vieirinha, Helder Barbosa e mais alguns...

Agora, o inutil do Postiga é que não. Parece ter lugar cativo no plantel, talvez para fazer companhia ao inútil nº 2, o Mariano, que não joga merda nenhuma, seja ao centro ou nos extremos.

Temos que ir ao mercado e de preferencia comprar alguem de jeito. De uma vez por todas, ou o Leandro tem mais minutos, ou mais vale emprestá-lo.

Concordo contigo. Puta que pariu o Natal. Não dá para adiá-lo?

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :

Belo título !

Só fico na dúvida se não havia lá mais Pais Natal...

A começar pelo professor que continua com ideias fixas (e já teve tempo para ver que não vale a pena insistir na asneira )...

Bruno Pinto disse...

Não vi o jogo, não me posso pronunciar. Mas pelo que leio, a despedida de 2007 foi mesmo miserável. Há que ter, no entanto, confiança, porque o FC Porto não vai repetir os erros da época passada. Quanto ao penalty não assinalado, não surpreende.