26 de novembro de 2007

Regresso à normalidade


LIGA, 11.ª JORNADA
Estádio do Dragão, no Porto
Hora: 18:15
Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

FC PORTO
Helton, Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Cech; Paulo Assunção, Lucho González e Raul Meireles; Tarik Sektioui, Lisandro López e Quaresma.

Ufa! Respirou-se de alívio no Dragão e em casa, para quem seguiu as incidências da partida refastelado no sofá. O jogo, já se sabia de antemão, não era fácil, mercê da bela carreira dos sadinos até à data, ostentando ainda a aura de invencíveis.

O Porto, sob pressão pelos dois empates consecutivos e pela redução da vantagem pontual, não podia ter almejado melhor início. Logo aos 6 minutos, ainda naquela fase que se convencionou chamar de "estudo", uma insistência de Lucho Gonzalez descobre o compatriota Lisandro desmarcado à entrada da área. Licha não se fez rogado. Agradeceu, virou-se e rematou de pé esquerdo, inaugurando o marcador.

O golo madrugador não inibiu os Dragões de atacarem, procurando desde logo resolver o jogo, antes da deslocação à terra dos Beatles. Nunca perdendo o domínio da partida, o Porto revelou uma cabal concentração, evitando repetição de erros passados. As veleidades raramente foram permitidas aos setubalenses, onde apenas o portista Pitbull procurava fugir do marasmo instalado.

Importa destacar, nesta fase, o trabalho de sapa do meio-campo azul e branco, com incidência na "formiguinha" Paulo Assunção, verdadeiro trabalhador incansável, destruindo jogo adversário, auxliando a defesa e procurando sair com a bola jogável. Falhou alguns passes, é verdade, mas foi em si que começou a jogada do golo inaugural, num primoroso lançamento aveludado para El Comandante.

Ao seu lado, no estilho guerreiro de sempre, imperava Raul Meireles, felino a atacar o esférico, pressionando os sadinos logo quando estes recebiam a bola e permitindo alguma liberdade de movimentos a Lucho.

Este, por sua vez, jogando com a classe de sempre, como se deslizasse no relvado, de forma quase imaculada, foi preponderante no desenrolar do intenso domínio portista, se bem que se notasse a irritante fuga às bolas divididas.

Gostei da atitude portista, da entrega, da capacidade de luta, na obtenção de uma justa e sofrida vitória. Sofrida, pois o espectro da Amadora não saía da cabeça dos espectadores, e o golo de vantagem não dava garantias suficientes de sucesso. Foram construídas, mas desperdiçadas, várias oportunidades, mantendo a partida em aberto. Até que...

O momento alto da noite, pelos pés do mágico. Harry Potter, ultimamente causticado sem dó nem piedade pelos media, incompreendido em alguns sectores do Tribunal do Dragão, sentenciou o jogo num remate indefensável. Portentoso disparo, prémio justo para quem nunca, mesmo nos maus momentos, vira a cara à luta.

Uma palavrinha de "apreço" para o árbitro, com a tradicional bonomia a julgar os lances dentro da área adversária. O lance, na 2ª parte, sobre Lisandro, merecedor de grande penalidade, é apenas [mais] um triste episódio nesta interminável novela, capitaneada por Vitor Pereira. Inacreditável a forma como o argentino é impedido de disputar um lance de golo iminente, numa altura crucial do desafio, com o periclitante 1-0 no marcador, com o (X)istema do costume a assobiar para o alto. E assim vai indo o mundo da bola tuga...

[+] azul forte
+ Quaresma, Paulo Assunção e Mireles, pelos argumentos acima enunciados.

[-] azul desbotado
- Mariano Gonzalez. Continua alheado destas andanças, apesar de mais um voto de confiança de Jesualdo. Longe do esperado para um jogador que enverga aquela camisola, ontem conseguiu um passe em esforço, para Quaresma, que permitiu ao mágico portista a obtenção do 2º golo, mas mesmo assim muito pouco, quando se esperava bem mais desta contratação.

4 comentários:

Sérgio de Oliveira disse...

Porto seguro !

Bruno Pinto disse...

Boa vitória do FC Porto, jogo de sentido único e três pontos seguros. A exibição foi agradável de todo o colectivo, do qual sobressaiu Quaresma, autor de uma portentosa segunda parte. Cinco, seis, sete jogadas como só ele sabe, pormenores deliciosos e aquele grande golo a fechar. É este o Quaresma que nós queremos e que nos é legítimo desejar. Critico quando acho que tenho razão para o fazer e elogio quando tal se justifica. Hoje o Harry Potter merece a minha vénia. Obrigado Quaresma por seres nosso!!

Anónimo disse...

Caro Paulo,

Não concordo com o azul desbotado. Apesar de Mariano ainda não ter rendido o esperado (se o esperado for obviamente um jogador que ja estev na selcção argentina) jogou bem. E digo que jogou porque correu atrás da bola, lutou, teve raça e procurou colaborar no ataque. Muito ao estilo do próprio lisandro... Ninguém é capaz de chegar a um clube e ser o maior jogador do mundo, vamos dar tempo ao tempo..

Abraço
El Pibe

Dragaopentacampeao disse...

Será que o Xistra vai ao castigo?
Estou convencido que não. Afinal ele só roubou o Porto!

Ainda querem estes cromos tornarem-se
profissionais!

Como diria o brasileiro "Profissionais? Só se for da masturbação!"

Já não há pachorra!