16 de outubro de 2007

Prémio "e eu sou o Pai Natal!"

Miguel Ribeiro Teles: «Não somos queixinhas», in Record de 15.10.07

Esta malta descendente do visconde de Alvalade consegue ter piada. Inconscientemente, para gáudio dos rivais, debitam umas parvoíces, ciclicamente, na imprensa, mantendo vivo o espectáculo circense onde gostam de ser inseridos. Miguel Ribeiro Teles estava calado à muito tempo. Longe da mediatização desejada. Assim, neste interregno da competição-mor nacional, o dirigente leonino [ou o que raio ele é no clube] tentou testar a sua verve humorística. Como um solitário membro dos Monty Python [ao pé destes, os Gajos Fedorentos são uma anedota de mau gosto, uma espécie de humoristas da 3ª divisão], o dirigente dos leões veio a terreiro com o seu número de stand up comedy.

Discursando no almoço de aniversário de um núcleo qualquer, MRT saíu-se também com esta, da mais digna estirpe de humor inglês. Se não acreditam, leiam:
"O Sporting é acusado de não saber que errar é humano, é acusado de ser um clube queixinhas. Não é assim! O Sporting reconhece que todos os árbitros erram e sabe reconhecer o erro. O que o Sporting não compreende é que os critérios não sejam iguais para todos”.

Leram bem? Errare humanum est! Espantoso que, quem quer fugir à imagem do "queixinhas", se saia com uma lamúria deste calibre.

Sim, errar é humano. Existem erros na arbitragem portuguesa desculpáveis. Acidentais, motivados pela má colocação do árbitro, por um segundo de desatenção, por uma desconcentração fatal ou mesmo por pura incompetência. Há de tudo. Até erros deliberados. Neste mundo da bola, em que todos choram, o Sporting consegue a proeza de, com tantos queixumes, irritar um beatífico monge.

Batendo na tecla que, já se sabe, nos vai acompanhar até ao fim da época, Miguel Ribeiro Teles voltou ao Dragão. Em pensamento. Não sei se por masoquismo, mas o tema principal voltou a ser o atraso [que alguns tentam transformar em corte] que originou o livre, batido vitoriosamente por Raul Meireles. Está encontrada a defesa irredutível dos leões. Na época passada, com o mísero ponto de atraso para o campeão Porto atravessado na garganta, ressuscitou-se a mão de Ronny como se dela tivesse dependido a sorte da competição. Encontrando um seguro porto de abrigo no proteccionismo serôdio de alguma imprensa, lá se escamotearam erros prejudiciais aos adversários leoninos, elegendo o golo do Paços em Alvalade como o principal factor de desiquilíbrio na intensa e equilibrada luta pelo ceptro nacional.

A estratégia, este ano, cheira a bafio. É mais do mesmo. Não fossem os 7 pontos de atraso, acredito que a intensidade com que [ainda] se fala do lance em que a ingenuidade de Stojkovic é notória, seria ainda maior. Mesmo assim, este revivalismo serve para animar as hostes, já resignadas a uma luta pelo 2º lugar, e para branquear os crassos erros dos homens do apito que, esses sim, têm permitido que o Sporting se vá conseguindo aguentar na tormenta da Superliga.

Para que não se esqueça:
- Penalty grosseiro cometido por Gladstone, na recepção leonina ao Setúbal, quando o marcador ainda se encontrava num nulo teimoso;

- Penalty muito duvidoso [fica a ideia de que a falta é cometida fora da área] que permite a igualdade dos verdes e brancos;

- Primeiro [e crucial] golo, na vitória sobre o Guimarães, onde Vukcevic atropela um jogador vimaranense.

Já fora da esfera de influência dos homens do apito, as vitórias sobre o Estrela, na Amadora, e em Guimarães, para a Taça da Liga, tiveram ambas algo em comum: a má prestação de ex-atletas leoninos que, com erros primários, ajudaram, e de que maneira, à vitória do seu antigo clube. Nelson, guardião amadorense, e João Alves, médio vitoriano, são os atletas em questão. Uma noite má ou algo mais?

10 comentários:

Anónimo disse...

Não são só queixinhas, são tambem o clube e os adeptos mais hIpócritas do futebol português, que em duas situações semelhantes só com a diferença de serem ou contra ou a a favor vêem coisas totalmente diferentes, para mim tirando os adeptos do benfica que são um pouquinho mais burros do que eles, de resto são piores em tudo...

Anónimo disse...

O critério para comentar lances duvidosos também não é o mesmo.Quando ganham com erros do arbitro são lances normais do futebol mas quando perdem dizem logo que são perseguidos,que o futebol está de luto etc etc.Uns tristes, é o k eles são!

Anónimo disse...

Parece impossivel, duvidar dos nossos calimeros, a nobreza falida é muito séria, sofre é de miopia aguda...

Anónimo disse...

E o erro dos erros? Aquela mão marota do Tonel, na Supertaça?
Há que apontar esse, s.f.f!

Paulo Pereira disse...

Opsss,

Obrigado pela lembrança, Madjer!
Isto são tantos erros k o melhor mesmo é fazer uma base de dados em excel e começar a apontá-los:)

Obrigado pela lembrança. Fica aqui então já mais um benefício enorme, nesse jogo da Supertaça, favortável os queixinhas!

Dragaopentacampeao disse...

Como mouros que são, as lamurias dos lagartos devem ser interpretados como desculpas de mau pagador.

Com esta mentalidade nunca deixarão de ser o clube do quase.

Enfim, o calimero no seu esplendor.

bruno tribbiani disse...

Como é possível essa gente abrir a boca para falar do que quer que seja quando o único título que têm esta época foi ganho (com a mão) pelo Tonel aos bicampeoões?!?!

Anónimo disse...

alguem reparou num comentário na TSF durante o AZERBAIJÃO-PORTUGAL, houve uma bola tocada por um defesa portugues q o ricardo agarra e o animal q comentava ladrou, assim uma coisa do genero, "só era falta se fosse na liga portuguesa" e assim vai o mundo...

Bruno Pinto disse...

Não há dúvida de que o Sporting é o clube com as pessoas mais hipócritas do futebol português. Têm dois pesos e duas medidas, consoante o seu clube é prejudicado ou favorecido. Quando é favorecido, é porque errar é humano. Quando é prejudicado, cai o Carmo e a Trindade, que o futebol luso está uma vergonha! Vergonha devia ter, por exemplo, o Paulo Bento, por, tentando encobrir a falta tão visível de Vukcevic contra o Guimarães, ter feito aquela figura patética, metendo os pés pelas mãos. Dá vontade de rir, não dá?

Paulo Pereira disse...

Essa não sabia, Amorim, mas é revelador do facciosismo da nossa comunicação social, em k o clubismo fala bem mais alto do k a ética profissional.

Abraço,