21 de julho de 2007

Preparação

Preparação


"Se um jogo de preparação serve para preparar, então o encontro com o Genk, o último integrado no estágio de pré-temporada do FC Porto, serviu o seu propósito de mais que uma maneira ao colocar os bicampeões nacionais, não só perante um adversário extremamente complicado e agressivo, mas também perante um árbitro extremamente incompetente e irritante. Uma pequena amostra do que pode ser o futuro mais próximo e, nesse sentido, um sério aviso para Jesualdo Ferreira e para os seus jogadores. Se a expulsão de Lisandro López na partida anterior, com o Den Bosch, pode ser descontada no excesso de zelo do árbitro e do respectivo assistente, a de Bruno Alves resultou de uma reacção. Uma reacção à falta que tinha acabado de sofrer, mas também a uma série de provocações anteriores dos jogadores belgas que o árbitro, tão caseiro como uma boa mousse de chocolate, fez por ignorar. Ora, se o último campeonato serve de amostra, os jogadores do FC Porto vão ter que aprender a não responder a provocações, por muito frequentes que sejam e por muito que os árbitros as ignorem. Por muitas faltas que sofram e que fiquem por assinalar, por muitas grandes penalidades que passem em claro, por muitos rastilhos que lhes acendam, os jogadores do FC Porto não podem perder a concentração nem explodir, como Bruno Alves explodiu. Por muito menos, Quaresma foi suspenso por dois jogos na última temporada na sequência da expulsão em Leiria, prejudicando a equipa, não só nesse jogo, mas também nos seguintes. Ora, com o Apito Dourado suspenso sobre a cabeça dos árbitros portugueses como uma guilhotina ainda mais oleada esta temporada, os jogadores do FC Porto vão ter de estar preparados para sobreviver a arbitragens como a do belga Van der Velde. E nesse sentido, o encontro com o Genk foi a própria definição de "jogo de preparação".

Jorge Maia in O Jogo - 20/07/07

Nada mais certo. A verdadeira essência de um jogo de preparação é, como diz o título, preparar. Conseguir que a equipa ganhe mecanismos - uma expressão tão do agrado dos treinadores - rotinas de jogo e mais uma série quase infindável de outros itens. Mas, se quisermos levar a expressão preparação até ao limite, o jogo contra o Genk foi O jogo de preparação ideal. A equipa treinou o plano físico e táctico contra um adversário valoroso, mais adiantado na pré-temporada, mas também o plano mental, que será de extrema importância na nova época. A rudeza, mesclada com uma agressividade a roçar a violência, por parte dos jogadores belgas, serviu para aferir a capacidade dos atletas azuis e brancos de aguentar provocações, que por certo acontecerão amíude esta época. Dirão alguns que, se assim foi, o Porto falhou no teste. Sim e não. Sim, porque Bruno Alves foi expulso, logo ele que dias antes proferia ter as qualidades para envergar a braçadeira de capitão. Não, porque os restantes jogadores portistas resistiram estoicamente a todo o tipo de injúrias, entradas maldosas e testosterona nos limites do suportável.
O jogo de preparação foi, também, um excelente teste a uma equipa que sabe de antemão que será, muito provavelmente, injustiçada pela arbitragem. Não digo que os erros, mesmo aqueles tão grosseiros como na época passada, sejam todos deliberados. Como Jorge Maia explica, basta o abanar do espantalho do Apito Dourado para provocar uma reacção condicionada nos homens do apito, que não desejam, por certo, ser conotados com o processo, nem linchados na praça pública, por uma imprensa ávida de sensacionalismo. Assim sendo, o jogo com o Genk foi...perfeito. O Porto sofreu todo o tipo de vicissitudes e resistiu. Perdeu é certo, mas provavelmente terá ganho muito mais do que aquilo que à primeira vista se pensa...

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois, bem vistas as coisas, se calhar o Porto teve esmo um jogo de preparação no verdadeiro sentido da palavra. Não tenhamos dúvidas. Vai ser uma época terrível a nivel arbitral. Vão tentar tudo. Por isso, o jogo com o Genk deverá ter servido para os nossos rapazes saberem o que os espera e erros como o do Bruno Alves serão corrigidos.

Um abraço,

Anónimo disse...

Paulo, óptima análise. Efectivamente, apesar da imprensa gostar de frisar k o Porto teve 2 expulsos nestes jogos, acho k o Porto até se saiu bem de um jogo, contra o Genk, k por momentos parecia uma batalha campal. Se juntarmos à agressividade excessiva dos belgas, o caseirismo evidente do árbitro (internacional!!!), os jogadores resistiram bem. E na Superliga sabemos k será assim...ou pior.

Um abraço

Anónimo disse...

Dá-lhes na mona. Para nos defender, estás cá tu. É que se a palhaçada for como no ano passado, em que até à última jornada nos tentaram roubar o título, é bom que os jogadores tenham nervos de aço...mas ajuda também que marquem golos!

Um abraço