3 de julho de 2007

Perseguição

Escreve Jorge Maia, n' Jogo:
Perseguição
"Há algumas coisas que me fazem confusão nesta história da investigação em torno da alegada legalização irregular de jogadores pelo FC Porto e apenas pelo FC Porto. Desde logo, o valor dado às camisolas do clube, considerado o suficiente para corromper os zelosos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Bem sei que o FC Porto não equipa de cor-de-rosa choque e admito que o ordenado de um funcionário do SEF não seja particularmente espectacular, mas daí até aceitar uma camisola dos bicampeões nacionais como contrapartida para favores e ilegalidades vai uma distância que o meu pobre e cansado cerébro tem alguma dificuldade em percorrer. Depois, há o facto do processo se centrar num alegado "facilitismo" nos procedimentos de legalização, mais do que em ilegalidades propriamente ditas. Uma forma de assumir que o relacionamento dos cidadãos com os organismos estatais e com a sua burocracia deve ser complicado e moroso e que qualquer tentativa para o descomplicar e abreviar será vista como um ataque à própria essência do Estado de Direito. Finalmente, causa-me algum espanto que o FC Porto seja o único clube português a precisar de recorrer a esquemas ilegais para proceder à legalização dos estrangeiros que contrata. E que contrata para trabalhar com ordenados bem acima da média nacional - como é público e notório - pagando os respectivos impostos e fazendo os respectivos descontos. Afinal, porque raios precisava o FC Porto de esquemas deste género? Como é que fazem os outros clubes? Cumprem todos os procedimentos legais? Ninguém, nem mesmo um funcionário do SEF quer as camisolas deles? Enfim, muitas perguntas, poucas respostas. Como de costume. O que me leva a concluir que, se este é o típico caso de imigração ilegal que preocupa as autoridades portuguesas, se os imigrantes que são explorados nas empresas de construção civil tem os respectivos processos em ordem, então vivemos num jardim à beira-mar plantado. Ou então o FC Porto está mesmo a ser perseguido. É normal. Os clubes que andam sempre na frente habituam-se a ser perseguidos."

5 comentários:

Paulo Pereira disse...

A última frase resume tudo: quem anda na frente, é sempre perseguido!
Mai nada! Ou querem lá ver que os funcionários do SEF, das restantes regiões deste País, são incorruptíveis? Não aceitam camisolinhas de ninguém? Acho engraçado que se vangloriem de ter 6 milhões de adeptos, mas depois, nenhum desses adeptos é árbitro, funcionário do SEF, jurista, membro de comissão arbitral, ou qualquer outro posto com poder associado. Não, os benfiquistas devem ser todos ou pedreiros, carpinteiros ou frequentadores do Casal Ventoso...

Anónimo disse...

Por acaso, Paulo, até acho que a frase que melhor resume tudo isto e a seguinte: "e os outros clubes, como fazem?"
Ninguém está interessado em saber, pelos vistos. Ou então, são todos uns cumpridores escrupulosos da lei.

Anónimo disse...

É a vontade pura de achincalhar. A seguir, vão implicar e transformar isso num grande escândalo, qd a ASAE fizer uma vistoria a um kk bar do Estádio. E ainda são capazes de pedir para serem retirados alguns campeonatos. O que os morde é a UEFA e a Champions ganhas recentemente...

Anónimo disse...

Deixá-los desgastarem-se com essas merdices, que acabarão por não dar em nada.

Anónimo disse...

Os outros não se metem nisso. Aguardam pacientemente, sem meter cunhas nem nada do género. E entende-se. Vão dar o quê? Bilhetes para espectáculos deprimentes? Camisolas cor de rosa?
Claro que não, pois os gajos do SEF não as aceitavam.