17 de dezembro de 2008

Ficaram a ver Estrelas

Liga Sagres, 9.ª jornada
Hora: 20:45
Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)

(Equipas oficiais)

E. AMADORA:Nelson; Hugo Gomes, Mustafá, Hugo Carreira, Moreno; Fernando Alexandre, Vidigal e Marcelo Goianira; Celestino, Silvestre Varela e Anselmo.
Suplentes: Filipe Mendes, Pedro Pereira, Jardel, Rui Varela, N'Diaye e Nélson Pedroso.
Treinador: Lázaro

FC Porto:Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves, Pedro Emanuel; Fernando, Raul Meireles e Lucho; Rodríguez, Lisandro e Hulk.
Suplentes: Nuno, Benítez, Stepanov, Guarín, Tomás Costa, Mariano e Farías.
Treinador: Jesualdo Ferreira

Continua a recuperação portista, nesta caminhada que se pretende de glória, rumo à conquista do ceptro nacional. Na realização do encontro referente à 9ª jornada, em atraso, os comandados de Jesualdo somaram os 3 pontos, objectivo primordial para o ataque ao 1º posto da classificação.

Os jogos na Amadora colocam-me sempre apreensivo. Campo difícil, frente a um adversário abnegado, com demasiadas reminiscências de embates anteriores, com resultados frustrantes. Na mente de todos o empate, raiando o escandaloso, permitido na temporada finda, com os Dragões a sofrerem 2 golos de rajada, nos últimos minutos...

Não sei se foi com esse pensamento que os atletas portistas entraram em campo. Mas foi uma entrada de rompante. Fulgurante. Dominadora. E demolidora. Pressão a todo o campo, asfixiando os anfitriões, que foram sobrevivendo graças à prerícia de Nelson, guardião amadorense, responsável por adiar o golo azul e branco o mais possível.

Se, nos primeiros 15 minutos, o guarda-redes da casa brilhou [espantosa a defesa a um remate em zona frontal de Lucho, depois de primorosa assistência de Hulk], nada pode fazer quando Fucile centrou, com medida adequada, para a cabeça de Lisandro. Servido a preceito, o argentino fez o que mais gosta. Foi letal. E abriu as hostilidades...

O Porto era dono e senhor da partida, controlando os tempos de jogo, impondo a sua mais valia. Rodriguez, aos 20 minutos, poderia ter sentenciado definitivamente a história do encontro. Mas o futebol não é feito de ses. O uruguaio permitiu nova e decisiva intenvenção de Nelson. E a máxima de nuestros hermanos, de que "no acredito en brujas, mas que las hay, hay" visitou a Reboleira.

Contra a corrente do jogo, de forma totalmente surrealista, o Estrela tem uma prenda de Natal antecipada. Fucile alivia uma bola contra o corpo de Moreno. Caprichosamente, o esférico descreve um arco estranho, sobrevoando o espantado Helton. Empate. Balde de água fria, mesmo assim incapaz de calar o fervor dos bravos guerreiros que, na bancada, apoiavam incessantemente.

O Porto não se desuniu. Continuou com velocidade, procurando os flancos, onde Rodriguez, Lisandro e Hulk criavam espanços e lances de perigo. Por momentos, achei que esta seria uma noite igual a outras, quando Meireles falha, de forma impensável, o desvio à boca da baliza.

O Porto sofreu novo golpe, à beirinha do intervalo, com o juiz da partida a fazer vista grossa a uma grande penalidade evidente, por mão na bola de Hugo Carreira.

Foi mesmo sob o apito para o intervalo que Rodriguez se redimiu do seu falhanço anterior, marcando o 2º golo portista, após a marcação de um canto. Justamente, o Porto ía para o intervalo na posição de vencedor.

A segunda metade foi uma cópia fiel da primeira. Um Porto resoluto, mandão, frente a um Estrela abnegado, mas incapaz de contrariar a tendência da partida. Apesar disso, nos poucos ataques feitos, a equipa da Amadora empata, contra-natura, a partida.

Vidigal, imitando Rodriguez na marcação de um canto, coloca o marcador num teimoso 2-2. Motivos de preocupação para Jesualdo, com a defesa a claudicar, de forma infantil, num lance que deverá ser analisado pela equipa técnica.

Poderia ser problemático, com meia-hora para jogar, se no minuto seguinte Hulk não entrasse em acção. É um lugar comum dizê-lo, mas o golo do brasileiro vale, por si só, a ida a um Estádio.

Monumental remate, em arco, de fora da área, dispersando de vez as nuvens negras que ameaçavam abater-se sobre os Dragões. Um golaço!

O Estrela acabou ali. O 4º golo, na marcação de um livre directo, obra e graça da inspiração de Cebola, apenas veio coloca uma pedra sobre o assunto. Venha o próximo!


Melhor do Porto: Hulk, pelo importantíssimo golo. Mas não só. Raides habituais, dilacerando a defesa contrária, ofertando a bola em condições vantajosas várias vezes. Mas também Lisandro, sempre activo na frente de ataque, incorporando a raça que é um apanágio do clube. E, para finalizar, Rodriguez. Algumas vezes incompreendido, o uruguaio é sempre um exemplo de trabalho, esforço e dedicação. Autor de dois tentos, afastando os seus demónios interiores, permitindo que finalmente o seu futebol se exteriorize.

Arbitragem: Mácula grosseira no penalty claro cometido por Hugo Carreira, numa altura em que o marcador assinalava um periclitante 1-1. Bem na expulsão, perto do final, do mesmo jogador, por acumulação de amarelos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Por várias vezes quando o Cristiano Rodrigues tinha a bola ouvia-se um espectador no etádio a dizer:filho da puta,traidor,eu fiquei confuzo; o Porto estava a jogar com o Estrela da Amadora ou com o Benfica?

dragao vila pouca disse...

Perfeito!

Houve jogo, houve uma grande atitude das duas equipas - uma palavra de apreço para os profissionais do Estrela, que apesar dos problemas, bateram-se muito bem, dignificaram a profissão, o clube e o campeonato - houve espectáculo, apesar do péssimo relvado, chegou a haver incerteza no marcador, mas tudo acabou, com uma vitória justa, mas que podia ser mais dilatada, do F.C.Porto, apesar, repito, da excelente prestação do conjunto de Lázaro Oliveira.

Estamos a dois pontos do líder, estamos a pisar-lhes os calcanhares, a chama do Dragão já os chamusca... podemos, temos essa legitimidade, aspirar a ser primeiros, chegar rapidamente ao nosso lugar habitual: o primeiro lugar.

Muito bem a linha avançada, razoável o meio-campo, fraquita nas laterais a defesa, com Fucile a estar nos dois golos e P.Emanuel - tem a desculpa de não ser lateral - a fechar muito no meio e permitir as entradas por seu lado o que causou vários desiquilibrios na rectaguarda.

Um abraço

Sérgio de Oliveira disse...

HULK , FERNANDO e RODRIGUEZ
em grande !




Abraço