30 de setembro de 2008

Um Arsenal de limitações...

LIGA DOS CAMPEÕES - GRUPO G (2.ª JORNADA)
ARSENAL, 4-FC PORTO, 0

Estádio: Emirates, em Londres
Hora: 19:45
Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)

EQUIPAS OFICIAIS

ARSENAL - Almunía; Sagna, Touré, Gallas e Clichy; Nasri, Fàbregas e Denilson; Walcott, Adebayor e Van Persie.
Treinador: Arsène Wenger.
Suplentes: Fabianski; Eboué, Djourou, Vela, Bendtner, Ramsey e Silvestre.

FC PORTO - Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Benítez; Guarín, Fernando e Raul Meireles; Tomás Costa, Lisandro e Rodríguez.
Treinador: Jesualdo Ferreira.
Suplentes: Nuno; Lino, Pedro Emanuel, Stepanov, Lucho, Hulk e Candeias

Não estava muito optimista antes da partida. Já o tinha proferido a alguns amigos. Já tinha veiculado a mesma opinião em alguns blogues azuis. E, infelizmente, os 90 minutos em Highbury apenas serviram para acentuar essa ideia. Foi, claramente, um Porto de trazer por casa. Apenas para consumo interno.

Ninguém esperaria que os pupilos de Jesualdo chegassem a terras de Sua Majestade e encarassem o opositor de peito feito. Na difícil e exigente Premier League contam-se pelos dedos de uma mão as equipas capazes de enfrentarem os comandados de Wenger, olhos nos olhos.

O abismo económico que separa as realidades inglesa e portuguesa ajuda a explicar o potencial de ambos os clubes. Mas não serve de paliativo para exibição tão pobre.

Foi um Porto muito certinho na defesa, com a lição aparentemente bem estudada, aquele que subiu ao relvado. Sem Lucho, com Tomas Costa no lado direito do meio-campo, deixando o centro do terreno para Meireles e Fernando e a esquerda com uma novidade: Guarin, na sua estreia a titular.

Lá na frente, dois vagabundos, com previsível dinamismo na procura do golo: Lisandro e Rodriguez. No papel, até parecia uma boa táctica. A realidade tratou de, rapidamente, mostrar que a mesma poderia ruir como um castelo de cartas.

Com o Arsenal instalado de armas e bagagens no meio-campo portista, a partida foi decorrendo num ritmo vivo, típico dos jogos com sotaque british. Mostrando que a lição de casa tinha sido convenientemente estudada, os principais raides arsenalistas verificaram-se pela esquerda. O lado da defesa onde hoje apareceu Benitez a titular.

Rapidamente o flanco esquerdo foi tomado de assalto, quase como uma espécie de recreio privativo dos atacantes londrinos, onde Guarin não servia de tampão às investidas dos gunners.

Naquele colete-de-forças onde o Porto se instalou voluntariamente, a ligação entre as linhas não existia. Passes desgarrados, tentativas condenadas à nascença de lançar os homens da linha da frente, mostrando a palidez e tibieza de quem já tinha entrado convencido na inevitabilidade da derrota.

Tudo poderia ser diferente se, na melhor jogada da primeira metade, Rodriguez não tivesse visto a trave devolver a bola, que levava selo de golo. Numa transição rápida, Meireles combina com Lisandro, que encontra Tomas Costa na direita. Este, lesto, centra na perfeição para a entrada de Cebola. Esteve quase. Mas o quase, na Champions, conta muito...

O Porto extinguiu-se pouco depois. Com espaço, Lisandro fuzila a baliza de Almunia. O guarda-redes espanhol corresponde com a defesa da noite. No camto subsequente, Lisandro encontra um momento de distração da defesa da casa. O remate, à meia volta, é salvo sobre a linha de baliza, por Clichy. E o árbitro deveria ter dado por findo o encontro, naquele momento.

Salvava o Porto de um naufrágio de consequências imprevisíveis. Mas "the show must go on". E o Arsenal, sem acelerar muito, chegou rapidamente aos 2-0.

Se o primeiro tento é fruto de uma jogada de envolvência, o segundo, na marcação de um canto, é de uma infantilidade gritante.

Se a primeira parte acaba sob o domínio intendo do Arsenal, a segunda inicia-se da pior forma para os Dragões. Novo golo, aproveitando nova ingenuidade azul e branca. Van Persie, claro, não perdoou.

E assisti, incrédulo, aos piores 45 minutos como adepto portista. Uma equipa a naufragar, totalmente impotente, vivendo e resistindo com muita sorte à mistura. Apenas o deslumbramento na finalização, juntamente com alguma inépcia, imediram que o resultado atingisse foros de escândalo. O Porto parecia um opositor à beira do KO, totalmente grogue em campo. A humilhação, já de si real, pairava como uma nuvem cinzenta sobre a cabeça dos jogadores portistas.

A partir dos 48 minutos, altura do 3º golo arsenalista eu, não-crente nas coisas da religião, dei por mim a rezar para um fim rápido. E isso diz tudo. Exibição patética, com consequências imprevisíveis para o futuro. Apesar disso, não embarco em "noites de facas longas" ou "caça às bruxas", mas o ambiente estará pesado para os lados do Dragão. E isto antes de uma deslocação a Alvalade. Para a história fica a cruel realidade, patente numa frase do comentador da RTP, Luis Freitas Lobo: "O Arsenal está a divertir-se"!

Pudera, acrescento eu, que até me sinto contente por ter perdido apenas por 4.

11 comentários:

Dragaopentacampeao disse...

Só encontro um adjectivo para classificar a exibição portista desta noite: VERGONHOSA!

Sérgio de Oliveira disse...

...E o ar de gozo no banco ?

Divertiram-se todos à nossa custa !

Anónimo disse...

Acompanho com alguma regularidade os jogos do F. C. Porto, embora não me considere fanático. A derrota com o Arsenal veio apenas confirmar a idéia que o sr. Jesualdo é um treinador mediano, medíocre até em termos internacionais. Este ano, ainda por cima foi buscar para adjunto o sr. Luis Gomes, conhecido por deixar um lastro de péssimos resultados nas equipas onde passou. Julgo que temos jogadores para fazer melhor e dar uma imagem muito mais positiva lá fora. Mas com esta equipa técnica, sinceramente, não vejo que tal possa suceder. Os adeptos que são sócios e vivem mais intensamente a vida do clube e as suas prestações desportivas deveriam fazer chegar o seu descontentamento e tristeza à Sad e ao Presidente, porque o clube é deles. Ajam, por favor.
Saudações portistas.

Anónimo disse...

Meus amigos. Fomos humilhados e ponto final. Erros? muitos. Helton hj ate so falhou no 2º golo, safou muitos. o problema,está, que o nosso rico treinador ainda pensa que está na pré-epoca.sempre a inventar. ja se percebeu desta a supertaça que benitez é merda, lino anda a jogar bem, vai po banco. cebola anda a jogar constantemente mal, titular. hulk que sempre k entra dá dinamica, está no banco. guarin entra sempre a frio a titular assim do nada. dá para ter fio de jogo assim? claramente o melhor onze do porto neste momento é Nuno, fucile, b.alves e rolando e lino. meireles,fernando, lucho e tomás costa, hulk e lisandro. Jesualdo desculpa mas tens que admitir que és outro Fernando Santos, 80% sorte e 20% de estrelinha.

Anónimo disse...

É verdade que foi uma derrota humilhante, pelos números e pela forma como o Porto ruiu após o 3º golo do Arsenal. Foram 4, podiam ter sido 6. Mas, em rigor, perder por 1 dá tantos pontos como perder por 4. E, após a segunda jornada, o Porto mantém o segundo lugar que dá o apuramento para a fase seguinte e já fez o seu jogo mais difícil. Portanto, um pouco de calma. Vem aí um jogo muito importante para o campeonato. Há que recuperar animicamente e tentar dar outra imagem já em Alvalade.

dragao vila pouca disse...

Num momento destes um portista tem de fazer um grande esforço de contenção. Eu tento, mas não posso deixar de dizer o seguinte: quando uma equipa se vem queixar, treinador incluído, dos assobios dos adeptos e não é capaz de ser superior a isso...alguma coisa está mal sobre o ponto de vista mental.
Ontem, isso foi claramente notório, depois do 1º golo do Arsenal, com a equipa a desmoronar-se como um castelo de cartas.
As culpas não podem ser atribuídas exclusivamente ao Jesualdo, mas um treinador que não transmite convicção, raça, espírito ganhador...tem muitas responsabilidades.
Há treinadores que podem estar todos borrados, mas aquilo que transmitem para dentro e para fora, é confiança, fé, crença...com Jesualdo eu nunca senti isso.
Depois é preciso dizer que custou muito ao F.C.Porto conseguir todo o prestígio que tem na Europa do futebol e portanto, nunca pode baixar a níveis tão baixos e desbaratar, com um comportamento, tão pobre todo esse capital, que tanto custou a adquirir.
Se só temos equipa para consumo interno não se justifica um orçamento de 60 milhões de euros.
Eu não culpo Benítez, mas culpo Jesualdo por meter o Benítez e pergunto: o que ganha o F.C.Porto com o argentino em vez do Lino? Ganha defensivamente? Não como se viu! Ganha ofensivamente? Então aqui nem se fala! Porque joga então Benítez? Ah, com Benítez o B.Alves tem de estar sempre preocupado com ele e não joga nada.
Andamos e nós estivemos na luta, numa Guerra sem quartel, para irmos à C.League, não podemos, agora com exibições deste tipo, beliscar a nossa auto-estima, de Dragões orgulhosos.
Um abraço

Anónimo disse...

Helton - está na hora de dar uma oportunidade ao Nuno. o brasuca o que quer é puxar o saco dos adeptos.
Sapunaru - considerado o 2º melhor lateral direito do campeonato romeno, atras de Tony que jogou no estrela da amadora. Tanto dinheiro investido num jogador mediano.
Benitez - Outro jogador mediano, Lino é bem melhor que ele
Fernando - bom jogador, mas ainda muito verde para assumir a titularidade de uma equipa como o FC Porto
Guarin - palavras para quê!! Lento mais lento não há
Cebola - porque não mete-lo a jogar como numero 10???

para mim a melhor equipa neste momento seria:

Nuno; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Lino; Raul Meireles, Lucho, Tomas Costa e Rodriguez; Hulk e Lisandro. e se o sr jesualdo insistir num 4*3*3 meta o Candeias em vez do Hulk e nunca o Mariano.

Dragaoatento disse...

A partir dos 48 minutos, altura do 3º golo arsenalista eu, não-crente nas coisas da religião, dei por mim a rezar para um fim rápido. E isso diz tudo. Exibição patética, com consequências imprevisíveis para o futuro. Apesar disso, não embarco em "noites de facas longas" ou "caça às bruxas", mas o ambiente estará pesado para os lados do Dragão. E isto antes de uma deslocação a Alvalade. Para a história fica a cruel realidade, patente numa frase do comentador da RTP, Luis Freitas Lobo: "O Arsenal está a divertir-se"!

Paulo,infelizmente é como referes.

Sobre o comportamento da equipa acho que não trabalhamos o suficiente nos treinos para depois nos jogos, conseguirmos dar o máximo rendimento.Por exemplo: reparei que o Arsenal quando atacava pelos flancos,o fazia sempre com dois ou três elementos.
Este exemplo serve só para referir que em contra partida a equipa do FCP não funciona com as chamadas"asas" nas faixas laterais.

Tb acho que o Azenha era muito melhor Adjunto que o Gomes.Já o disse antes.Aliás referi na altura,a minha espectativa para ver até que ponto os êxitos da época passada se deviam ao Profe ou ao Adjunto Azenha.

Com o Lucílio Baptista vai ser muito difícil,senão impossível,dar outra imagem já em Alvalade.

Abraço

Tiago Araújo disse...

Chiça

Dragaoatento disse...

Caro Paulo!

Na minha opinião não devemos criticar individualmente A,B,ou C,porque foi a equipa no seu conjunto que falhou.Por estar mal preparada,por não ter conjunto,não funcionar como equipa,por estar mal orientada,e,devido a estes factores os indices de confiança estarem muito baixos.
Nestas circunstâncias só consigo vislumbrar uma única entidade responsável:a actual equipa técnica.Em face do acima exposto constato (deteto) que existe falta de profissionalismo: ou nos profissionais do Plantel,ou então na equipa técnica,porque se estão em má forma é porque não trabalham o necessário,e, por isso,deviam trabalhar com mais afinco,aumentar o empenho, no sentido de evoluirem e justificarem que merecem o estatuto que lhes está atribuido.Têm todos,jogadores e equipa técnica, de se esforçarem ainda mais para os resultados começarem a aparecer. Intensificar,se preciso for o ritmo do trabalho, de modo a produzir bons resultados.

Até certa altura não sabia até que ponto a acção do ex-Adjunto Azenha (agora substituido pelo actual Adjunto Gomes)teria sido importante nas vitórias então alcançadas pela equipa o ano passado.Agora já começo a perceber que talvez tivesse sido mais importante do que o desejável.E por isso começo a desconfiar de quem foi o mérito dos êxitos alcançados a época passada.É que dá-me a impressão de que sem o Azenha o Profe não se safa.
Não posso conceber,nem tão pouco admitir, que após todo este tempo,desde o início da época até agora,ainda não tenha sido possível encontrar uma equipa "tipo" com um mínimo de ligação entre todos os seus elementos e sectores.
Mas o que facto é que não existe essa tal equipa tipo,esse colectivo que todos estamos à espera,e que renda/justifique o investimento de cerca de 60 milhões de euros feito pela FC Porto-SAD no início da presente época.

Abraço

Anónimo disse...

Se o Azenha não estiver ainda a treinar uma equipa seria importantes volta-lo a chama-lo, não me parece qua a saida de 3 jogador do onze da época passada seja a razão para este mau começo de epoca... falta mais alguma "coisa" ao outros 8 gogadores