21 de agosto de 2008

O caminho para o tetra...

Numa semana dominada pelas Olimpíadas e pelo eterno debate sobre a participação lusa nos Jogos Olímpicos, a digestão do desaire portista tem sido efectuada em silêncio. Sepulcral. A mais recente derrota com os leões reavivou fantasmas esquecidos, com a blogosfera a dar a cobertura ao habitual chorrilho de críticas…

A impaciência continua a minar uma pequena minoria de portistas, pouco habituados à convivência com as derrotas. Se é verdade que a exibição azul e branca foi apenas esforçada, não existindo rasgos de genialidade, também é certo e sabido que o plantel oferece garantias para a realização de uma boa temporada, honrando os pergaminhos do clube.

O início de campeonato, com um grau de dificuldade elevado, porá novamente à prova o plantel às ordens de Jesualdo. E, como é apanágio naquela casa, a resposta será positiva. O Porto perfila-se como o principal candidato, na defesa do seu título de campeão.

O primeiro obstáculo, no início da competição-mor, é um velho conhecido. O Belenenses, histórico clube da Cruz de Cristo, costuma ser um opositor difícil de vergar. Contudo, a saída de Jorge Jesus, aliada a uma pré-temporada que avolumou as nuvens de dúvida sobre a real valia dos reforços vindos de paragens além-Atlântico, parece deixar os azuis do Restelo numa luta por postos menos ambiciosos.

Com o 4-3-3 já imagem de marca, será o Porto a marcar o ritmo, no Dragão, empurrando o adversário para tarefas defensivas. Pelo que se viu, na Supertaça, existirão pequenos retoques na estrutura do onze inicial, começando na periclitante defesa. Fucile, aparentemente em boa forma, deverá voltar ao lado esquerdo da defesa, por troca com o argentino Benítez, permanecendo Sapunaru, Bruno Alves e Pedro Emanuel imutáveis.

No centro do terreno reside o busílis da questão. A saída de Paulo Assunção ainda nos deixa algo soluçantes na mecânica defensiva, com Guarín a mostrar, no embate frente ao Sporting, que não possui a objectividade do brasileiro. Com Fernando, o mais parecido em termos tácticos com o proscrito que nos abandonou, castigado e com Bolatti a não convencer ninguém nos minutos que dispõe, a solução poderá passar pelo recuo de Raul Meireles para um posto que conhece. O triângulo do meio-campo seria completado com Lucho, peça nuclear no xadrez azul, e com Guarín ou Tomas Costa num apoio a El Comandante.

Na frente, Farias desperdiçou os minutos de fama, com a sua apatia a render-lhe a merecida saída do palco principal. Também aqui subsistem incertezas. Entra Hulk, mantendo-se Lisandro num dos flancos, ou o decano treinador portista opta por colocar o argentino, melhor marcador da temporada transacta, no seu lugar de eleição, concedendo a oportunidade por muitos aguardada a Candeias, no flanco direito, ou a Mariano, trabalhador inveterado tão do agrado de Jesualdo?

Domingo, as respostas surgirão. E espero que os pastéis de Belém tenham outro sabor, este ano, bem diferente do deixado no ano passado, no Dragão.

2 comentários:

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :

Sei não (como dizem os brasileiros )!

É que não gostei mesmo nada do que vi no Algarve.

Mas pode ser que tenha sido apenas um dia mau !


Abraço

dragao vila pouca disse...

"também é certo e sabido que o plantel oferece garantias para a realização de uma boa temporada, honrando os pergaminhos do clube."

Pois dá o problema é o timoneiro, que é como dizia o outro:"demasiado previsível"
Se ele tivesse versatilidade táctica para alterar, jogasse com o plantel, alterasse durante o jogo a forma de jogar...era capaz de não haver tantas dúvidas e desconfianças.
Este ano vai ser complicado eles investiram o que têm e o que não têm, é preciso muita estaleca, principalmente psicológica...estará a professor à altura? Quando revejo aquele jogo da penúltima jornada em P.de Ferreira no 1º título de Jesualdo, com ele já incapaz de reagir e foram os jogadores e o V.Baía no banco, que deram a volta ao texto...aguardemos.
Um abraço