7 de abril de 2008

Uma época quase imaculada...

O domínio avassalador do Porto, nesta edição da Superliga, foi brutal. 8 vitórias a abrir a competição, cavado logo um fosso para os mais directos adversários, qualitativamente a milhas de distância do poderio azul e branco.

A determinada altura da época ainda pensei que os comandados de Jesualdo Ferreira seriam capazes de terminar a competição sem qualquer derrota. Seria, não um feito inédito, mas uma clara demonstração da hegemonia que o clube presidido por Pinto da Costa tem no futebol tuga...

Até à 25ª jornada, os números não enganam. Melhor ataque, melhor defesa e a proeza de, até à data, apenas ter sofrido um golo no santuário do Dragão. Mas é na análise dos pontos perdidos, apenas 12, que se nota a regularidade exibicional do Porto. 2 derrotas e 3 empates, todos eles com histórias para contar...

Estrela da Amadora, 2 - Porto, 2

Um balde de água fria no ânimo azul e branco. Um jogo com contornos surrealistas. Exibição personalizada, num reduto tradicionalmente difícil para o emblema portista, mas com a supremacia a ter a devida correspondência no marcador. Dois golos sem resposta e, pensava-se, mais 3 pontos para o bornal. Até que, nos últimos 5 minutos, dois erros clamorosos deitaram quase tudo a perder. Inacreditável como em dois lances, ambos com a intervenção desastrosa do sérvio Stapanov, o Estrela ressuscita de um estado comatoso. O golo do empate, no último minuto, na obtenção de uma grande penalidade, foi um murro no estômago dos adeptos azuis e brancos...

Porto, 1 - Belenenses, 1

Primeiro e único golo até à data sofrido no Dragão, marcado por Zé Pedro, anulando o golo inicial de Postiga. Boa réplica dos jogadores da Cruz de Cristo, conseguindo contrariar o favoritismo portista, num empate aceitável, apesar dos últimos 30 minutos em grande estilo dos Dragões, num forcing empolgante mas sem resultados práticos.

Nacional, 1 - Porto, 0

O adeus à ideia de uma época de invencibilidade. 45 minutos iniciais paupérrimos, sem chama, rectificados parcialmente ao intervalo, com a equipa a corresponder aos pergaminhos do clube na segunda metade, conseguindo-se aproximar mais da imagem de campeão inquestionável. Aziaga, a sorte nada quis com os atletas portistas, com o poste da baliza madeirense a devolver duas bolas com o carimbo de golo. Para a história, com clara influência no resultado, uma grande penalidade sonegada, após um derrube inequívoco a Mariano Gonzalez, nitidamente atropelado dentro da área nacionalista.

Sporting, 2 - Porto, 0

O exemplo perfeito de jogo para utilizar em qualquer palestra sobre as idiossincracias futebolísticas. Domínio intenso e avassalador do Porto, durante os 90 minutos, com a equipa da casa remetida para uma defesa porfiada e, a espaços, desesperada. 2 golos de rajada, no dealbar da partida, não fizeram os Dragões abanarem. Uma enorme demonstração de classe, silenciando um Estádio lotado, incapaz de perceber como é que o Sporting saiu vencedor de uma partida onde os portistas desperdiçaram uma mão cheia de golos. Uma travo amargo na boca, após o apito final do juiz, mas a sensação de que se tinha assistido a uma das maiores mentiras da temporada, a nível de resultado. Novamente irmanados na desgraça portista os ferros da baliza adversária, impedindo 2 tentos em alturas cruciais do jogo, e os já habituais erros de palmatória atribuidos ao árbitro. Segundo golo sportinguista irregular e uma grande penalidade sobre Quaresma por assinalar.

Boavista, 0 - Porto, 0

O derby da Invicta assistiu a uma revolução no onze inicial portista, com várias mudanças ditadas pela rotatividade obrigada pela Champions. Apesar disso, um jogo de sentido único, com uma moldura humana condizente ao ambiente de rivalidade. Domínio intenso e infrutífero do Porto, encontrando no guardião dos axadrezados um opositor intransponível. Os últimos 5 minutos da contenda assistiram a um dejá-vu: golo [mal] anulado aos 88', a Stepanov, sonegando 2 pontos, e um remate fantástico de Quaresma, em período de descontos, a embater com estrondo na barra da baliza do Boavista. Só com uma mistura explosiva de erros arbitrais e sorte é que se para a máquina trituradora do Porto.

ps: Noutra latitude, mais do mesmo. Após Makukula ter, intempestivamente e contrariando ordens superiores da equipa técnica, marcado [e falhado] uma grande penalidade frente ao Benfica, numa altura crucial do desafio, Jorge Ribeiro segue-lhe as pisadas, desperdiçando ocasião soberana hoje. Ambas as situações têm em comum o interesse encarnado nos jogadores, veiculado antecipadamente na imprensa, cirurgicamente propalado antes dos embates com os encarnados. Makukula teve a paga pelo serviço prestado. Já ostenta a águia no peito. Jorge Ribeiro deve seguir-lhe as pisadas. A sorte é que isto tudo é coincidência, pois eles são a locomotiva da transparência do futebol português...

4 comentários:

dragao vila pouca disse...

Pois é meu caro Paulo este campeonato é dos tais que podia ser ganho sem derrotas,mas ainda agora disse a um amigo: esses recordes de ganhar sem derrotas, com menos golos sofridos, mais golos marcados...já passaram de moda o que é verdadeiramente importante é o título, o resto é conversa. Já aqui referiste isso e eu concordo o próximo grande objectivo é; na próxima década chegar aos trinta campeonatos.
Sobre o Makukula e o J.Ribeiro?...são apenas coincidências meu caro, apenas coincidências...e aquele contra-ataque 4 para 1?
Um abraço

Anónimo disse...

E este amor de resumo:

http://www.youtube.com/watch?v=fc_jCwENxvA#

BRUNO ROCHA disse...

Noticia veiculada em alguns orgaos de comunicaçao e visto k o 1 de abril va foi a uns dias, fico muito triste..Jorge Costa apresta-se a ser o proximo treinador da pantera ou melhor dizendo vai treinar so os arqui-rivais da invicta..Há coisas que nao entendo muito bem....Ja tou nas horas de uma puta!!!!!!

Nicolau d'Almeida disse...

De facto, as derrotas sofridas nesta época não beliscam o mérito com que conquistamos o Tri. Aquele jogo na Amadora era impensável não sairmos de lá com uma vitória, mas faltou concentração na parte final. Dominamos totalmente Alvalade e... perdemos. Talvez só o Nacional da Madeira tenha sido o único adversário que num jogo do campeonato este ano nos tenha sido superior. Fizemos um jogo fraquinho...

Realmente importante foi renovarmos o título e conseguimo-lo bem antes de acabar o campeonato.

Cumprimentos.