15 de abril de 2008

Na Final!

TAÇA DE PORTUGAL, MEIA-FINAL

Estádio do Bonfim, em Setúbal

Setúbal, 0 - Porto, 3
[jorginho p.b; lucho(2)]

Hora: 20.30
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)

FC PORTO:Nuno; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Lucho González, e Raul Meireles; Quaresma, Tarik e Lisandro.
Suplentes: Hugo Ventura, João Paulo, Lino, Kazmierczak, Mariano, Farías e Adriano.
Treinador: Jesualdo Ferreira

Contundente. Á Campeão. Foi assim a passagem dos azuis e brancos pela terra que viu nascer Mourinho. Categórica demonstração de força, classe e qualidade sobrenatural, vencendo e convencendo, dando a ideia de que, se preciso fosse, mais golos estariam reservados aos anfitriões...

Foi uma primeira parte que não fugiu ao esperado. Porto mandão, dominador, frente a um Setúbal retraído, aguardando um erro dos azuis e brancos para se adiantar no marcador. Nada que não se estivesse à espera. O sinal mais dos campeões nacionais foi dado, nos minutos iniciais, por Bruno Alves, fogoso a empurrar a equipa para a frente.

Os sadinos, fortemente apoiados pelo seu público, procuravam equilibrar a contenda, com Pitbull a cotar-se como o elemento mais perigoso e, por isso, mais vigiado. Com Quaresma displicente, coube a Lucho o comando das operações ofensivas, com passes aveludados e toques de bola acetinados, num verdadeiro regalo para quem admira perfomances de qualidade acima da média.

Bosingwa, no flanco direito, ía dinamitando a defesa contrária, com raides perigosos, mistos de velocidade e técnica, criando espaços, oferecendo em bandejas de prata lances de perigo. Estava escrito que seriam os Dragões a adiantarem-se no marcador. De bola parada.

Canto do lado esquerdo e Jorginho, infeliz, a introduzir o esférico na própria baliza. Uma vantagem justa, perfeitamente aceitável, que não se dilatou até ao apito de Pedro Proença, a convidar para o descanso, por mera inépcia dos pupilos de Jesualdo.

Várias vezes, algumas em sucessão, Eduardo viu as suas redes prestes a serem violadas, pela 2ª vez. Lances claros de golo, negados pela intervenção milagrosa de algum defesa ou por uma ineficácia estranha no momento do remate...

A segunda parte foi um passeio. Graças à precisão e qualidade de El Comandante. Lucho Gonzalez. Um verdadeiro luxo poder contar com um jogador desta estirpe, fazendo jus ao epíteto que lhe colocaram. Um comandante, dentro das quatro linhas...

Os segundos 45 minutos resumem-se apenas a isso. A uma história de encantar, protagonizada por heróicos jogadores de azul vestidos, capazes de suportarem o ambiente de enorme hostilidade criado pelas declarações irresponsáveis e cobardes de Carvalhal...

O treinador anfitrião, com um ego desmesurado, julga-se a "next big thing" do futebol tuga. Uma espécie de visionário, catedrático em práticas rasteiras. As críticas veladas, findo o jogo do campeonato, foram cirurgicamente preparadas para criar um condicionamento à arbitragem da meia-final. É a arma dos pobres. Dos tristes. Mas essa, perante a galhardia e bravura, nada consegue. Carvalhal é apenas mais um mero imitador. Até o sobretudo, imaculadamente vestido, o estereotipa, num arremedo mal amanhado de um condutor de homens.

O País podia, serenamente, aceitar a superioridade inquestionável dos portistas. Ela é semanalmente colocada à prova, com os resultados conseguidos...

Mas não. Existe uma espécie à parte, nesta fauna que vive do futebol. Os comentadores. Os da SIC, hoje, prestaram mais um verdadeiro atentado ao pudor, à inteligência, à imparcialidade, assassinando todo o código deontológico que deveria nortear as suas profissões...

Comentários indisfarçadamente recheados de ódio, deixando cair a ténue camada de civismo com que foram pincelados. Veneno destilado logo nos instantes iniciais, bramindo contra a não expulsão de Assunção [uma mera falta a meio-campo, bem ajuizada e punida em conformidade por Pedro Proença], mostrando à saciedade o tumor que lhes corrói as entranhas: as vitórias do PORTO!

Mas esse é um "mal" que não se extirpa. Tem demasiadas metásteses. ADN carregado com um código. O dos vencedores. Por isso, meus caros, terão muito que amargar, nos próximos anos...

7 comentários:

Anónimo disse...

Análise perfeita, comentários tal qual o que vi e entendi...
Visitei o Bibó Porto... e fiquei encantado com aquele seu texto tocante. Bonito e sintomático. Parabéns.
Armando Pinto
(Longra-Felgueiras)

Paulo Pereira disse...

Armando, obrigado pelos seus comentários e ainda bem k gostou do texto do Bibo Porto...

Geralmente utilizo este meu blog para dizer o k me vai na alma, sem grandes filtros, nem preocupações em ser politicamente correcto...

O Bibo Porto, pelo facto de ter crescido bastante, tornou-se um dos grandes baluartes do Porto na blogosfera. Confesso k tenho um cuidado extremo com os artigos k lá publico. Aquele é um espaço de tertúlia, de debate de ideias...

Este Mundo Azul e Branco é mais como um ponta-de-lança, algo embrutecido, mas pouco disposto a concessões estilisticas. Aqui é para "malhar" em todos aqueles que nos odeiam. Forte e feio.

Abraço,

Anónimo disse...

Banho de bola do Porto, e comentadores com tremenda azia, qualquer falta do Porto era merecedora de expulsão "...não era escandalo nenhum...,...e o Porto não jogou bem, o Setúbal é q não jogou nada..."
Só mesmo para rir estes comentadores...
Amorim

dragao vila pouca disse...

Em comento no defesa e no ponta-de-lança.
Foi uma vitória da classe do campeão incontestável.
A equipa está a um nível muito elevado e só num dia muito mau ou com muito azar- como em Alvalade- pode perder. Até parece fácil a forma como o Vitória, que tem boa equipa, foi derrotado.
Quanto aos comentadores;fazem parte dos 6 milhões de aziados.
Um abraço

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :

É bem observado !

Quando são transmissões televisivas dos nossos adversários directos , não falam da mesma maneira.

São tolerantes , compreensivos e apaixonados .


Mesmo na presença de jogadas absolutamente banais mas que acabam em golo , é vê-los , eufóricos , elogiando a magnitude dos intervenientes.

Mete nojo!

Podem crer que não é por inveja que o digo.
Digo-o , por revolta !

Um jornalista em serviço NUNCA deve vestir a camisola do seu clube.
Deixem de uma vez por todos de orientar ( condicionando ) as análises dos espectadores.

Limitem-se a relatar o que acontece sem terem a pretensão de serem o que não são.


É o mínimo que se lhes exige

Dragaopentacampeao disse...

O objectivo da conquista da dobradinha tem encontro marcado no Jamor.

Mais uma vez teremos de jogar na casa do adversário, mas isso ainda valorizará mais a nossa vitória.

Com a classe que esta equipa patenteia espero um grande resultado.

Um abraço

Nicolau d'Almeida disse...

Jornalismo português em "grande" nível. A SIC e o Expresso mostraram claramente o que sentem em relação ao FC Porto. É o costume, contra tudo e contra todos rumo à dobradinha.

Cumprimentos.