20 de abril de 2008

Dia de clássico

Hoje é dia de clássico. O Dragão recebe o Benfica. Ou, pelo menos, o que resta da caricatura da equipa presidida pelo inefável Orelhas. Pomposamente, com a arrogância costumeira, o incontinente presidente dos encarnados dissertava, no início da temporada, sobre a "imensa" qualidade do plantel à disposição do seu treinador...

Bastaram apenas algumas semanas para todos, sem excepção, se aperceberem de que o presidente com os maiores apêndices auditivos do País tinha novamente perdido uma excelente ocasião para estar calado.

O clássico não terá, pela classificação actual dos encarnados, a carga emotiva de outros tempos. 21 pontos separam humilhantemente o tricampeão nacional e o actual 4º classificado, vindo de duas estrepitosas derrotas...

Silvio Cervan, um excomungado da política que descobriu um abrigo dourado no futebol e na bajulação a Luis Filipe Vieira afirmou, peremptoriamente, que o jogo de hoje é importante...para o Porto.

Ressalvando a estupidez inerente a qualquer opinião veiculada pelo ex-político, o jogo de hoje é extremamente importante...para o Benfica. À procura, desesperadamente, de pontos que lhe permitam ainda ombrear com o Sporting e Guimarães, os encarnados vivem um momento de enorme tensão, como se viu na despedida da equipa do Centro de Estágios, alvo da fúria de alguns adeptos...

Sabendo já que os vimaranenses cederam um comprometedor empate em Coimbra, estes 90 minutos representam, por ventura, a última tábua de salvação para os encarnados, depois das eliminações sucessivas na Champions, UEFA, Taça da Liga e Taça de Portugal.

Como diz o ditado, no "Dragão mandam os que lá estão". Hoje, acredito, não será diferente. Ambiente de festa, numa comunhão espiritual entre adeptos fiéis e uma equipa qualitativamente muito superior a qualquer adversário interno, os azuis e brancos vestirão o fato de gala, procurando brindar os apaniguados portistas com uma vitória...

Contudo, pelo profissionalismo que sempre imperou no Reino de Pinto da Costa, a vestimenta adoptada não é sinónimo de falta de empenho. Será uma equipa confiante, dominadora, sabedora das suas potencialidades, mas respeitando sempre o espírito do jogo: jogar para vencer, sem desconcentrações infantis nem facilitismos primários. Antes da festa, está o trabalho. De manga arregaçada. Porque hoje, tal como sempre, é para VENCER!

A equipa apresentada será aquela que mais garantias deu a Jesualdo, no decorrer da temporada, restando apenas e só uma dúvida para a titularidade da baliza: Nuno ou Helton?

A resposta, depois das titubeantes exibições do português frente ao Setúbal, no duplo confronto, passará logicamente pela entrega da guarda das redes a Helton, desde que este esteja definitivamente recuperado das suas mazelas. O restante quarteto defensivo será composto pelo supersónico Bosingwa, pelo intratável Bruno Alves, pela frieza glaciar de Pedro Emanuel e pela eléctrico uruguaio Fucile.

No meio-campo, o trabalho de sapa fica entregue, como sempre, ao incansável Paulo Assunção, coadjuvado na tarefa pelo tatuado Raul Meireles, abrindo espaço aos passes aveludados do novo patrão: Lucho "El Comandante" Gonzalez.

No 4-3-3 habitual, as tropelias ofensivas ficam entregues à magia desconcertante de Quaresma, à rapidez de Tarik e ao instinto mortífero de Lisandro.

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