Taça da Liga

A falta de tempo tem destas coisas. Um dos acontecimentos mais relevantes do fim-de-semana desportivo ainda não tinha sido abordado aqui. Até agora.

Refiro-me à estrondosa vitória do Porto, na Taça da Liga de Basquetebol, disputada em Vagos. Conseguindo meritoriamente o apuramento para a final, o 5 portista sabia de antemão que iria defrontar o favorito Ovarense, a besta negra da equipa comandada [e bem] por Alberto Babo, nos últimos anos.

Num bem composto pavilhão municial, onde pontificavam duas claques aguerridas, puxando pelos seus ídolos, de forma salutar, o encontro foi equilibrado, com as defesas, férreas, a sobreporem-se aos ataques.

A 5 segundo do final do tempo regulamentar, Fred Gentry, americano que defende as cores azul e brancas, tentou a sorte num lançamento, procurando evitar o tempo extra. Caprichosamente, a bola rolou no aro, defraudando as expectativas dos apaniguados portistas.

No prolongamento, impróprio para cardíacos, e com os anti-portistas da praxe a fazerem ouvir os seus apupos [triste gentalha esta que procura na desgraça dos outros o seu elixir de felicidade], foi novamente Gentry, até então a fazer um jogo modesto, a assumir a responsabilidade do lançamento decisivo. O marcador mostrava um 64-64. Faltava 1 mísero segundo.

E assistiu-se a um dos belos momentos que o desporto proporciona. A bola, comandada pelas mãos do Destino, entrou no cesto, coincidindo com a buzina anunciadora do apito final. Foi o júbilo. A loucura sadia. E o "melão", em todos aqueles que, num dia de chuva copiosa, sairam do quentinho do lar para assobiar os garbosos atletas portistas.

Senti-me recompensado. Não vivo num feudo benfiquista. Vagos não é isso. É mais um local onde habita uma espécie primária, que faz do ódio ao emblema do Dragão o seu modo de vida. Lixaram-se. Mais uma vez. Como diria o outro...

"Salimos a ganar"

nota: fotos simpaticamente cedidas pelo Bibó Porto