12 de janeiro de 2008

De que cor querem as faixas?


BWIN LIGA - 16.ª JORNADA
FC PORTO-SP. BRAGA

Estádio do Dragão, no Porto
Hora: 21:15

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)

FC PORTO: Helton, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cech; Lucho González, Paulo Assunção e Raul Meireles; Lisandro, Adriano e Quaresma

Jogando depois do pretenso rival, o tal que tem o "melhor plantel dos últimos 10 anos", o Porto sabia que uma vitória colocaria, à 16ª jornada, o avanço pontual numa longínqua distância, esmagando os sonhos da concorrência de forma brutal.

A dúvida que pairava nas mentes dos apaniguados portistas era sobre o substituto de Tarik, já a caminho do Gana e dessa CAN que teima em ser jogada a meio da época futebolística. Os mais convencionais aventavam a substituição do marroquino por Mariano, continuando Lisandro solto na área, qual fera esfaimada, procurando nova presa.

Eu defendia a entrada de Adriano, o eterno mal-amado de Jesualdo, mas mortífero quando em forma, franco-atirador responsável por inúmeras baixas inimigas, nos dois últimos títulos. O treinador portista, quiçá exasperado pela eterna fragilidade mental do argentino, optou por esta última.

Estava assim desfeita a dúvida e o Estádio do Dragão, com a tradicional moldura humana condizente com os grandes palcos [40.089 em números oficiais], preparava-se para a recepção difícil aos arsenalistas, adversário incómodo e com qualidade suficiente para criar engulhos em qualquer recinto.

Mas a noite era, decididamente, azul e branca. A mexida no onze vindo do Minho, com a entrada de Miguelito (esta merda parece um entreposto comercial, tantas são as trocas entre os minhotos e os encarnados da Luz), por parte do intelectual Manuel Machado, resultou...a favor do FCP.

Logo aos 4', o ex-benfiquista estreia-se a perder a bola para...Bosingwa. O resto é fácil de imaginar. Cavalgada supersónica do lateral-direito azul e branco, centro condimentado com mel, e Lisandro, ao bom estilo de um "serial-killer", a empurrar com facilidade. Sem pressão, o Dragão assistia ao inaugurar do marcador.

Quando se esperava a reacção do Braga, que surgiu de forma muito ténue e ínsipida, o ataque portista voltou a funcionar. E a marcar. Ao bom estilo do ataque de uma serpente venenosa. Sem aviso prévio, com o jogo adormecido, um ataque cirúrgico, com Lucho, com a classe de sempre, centrando tenso para a entrada de Raul Meireles. E o mais tatuado dos jogadores portistas, na marca de penalty, acenou afirmativamente à oferenda, marcando o segundo, perante o desamparado Paulo Santos.

Jesualdo sorria no banco, contente pela aplicação da lição que os seus pupilos, concentrados, estavam a aplicar na perfeição. E eu também sorria, afagando os escassos cabelos de Tomás, o rebento de ano e meio que dormitava no meu colo. Com maior facilidade do que a inicialmente esperada, os minutos iam decorrendo sem qualquer sobressalto de maior, com o whisky a ser saboreado com o prazer de quem assiste a um espectáculo de gala.

Chegou-se ao intervalo, com as investidas bracarenses a esbarrarem no muro de aço da defensiva portista e com Quaresma a esquentar as mãos aos guardião adversário, com o 3-0 a pairar como um espectro sobre a baliza à sua guarda.

A 2ª parte decorreu de forma algo animada, mas sem riscos. Parecia uma espécie de coca-cola light, sem a malfadada cafeína. Jogo totalmente controlado, com os estertores do Braga a pouco incomodarem o FCP. Apenas por uma vez, num bom lance de Linz, o coração aumentou o batimento cardíaco. O austríaco, avançado que aprecio, desperdiçou de forma quase inacreditável um lance de golo feito.

Sentiu o toque a equipa da casa e Lucho, na conclusão de uma bela jogada colectiva, remata ao poste de Paulo Santos. Era o prenúncio do terceiro, que se seguiria, com sabor do tango das pampas. Lisandro bisa, após passe de Farías. Sim, esse mesmo. O avançado resgatado ao Toluca, que tarda em se afirmar, fez uma assistência. Só por si já seria motivo de gáudio, mas o 13º tento de Licha colocou os números do resultado numa justa diferença. Demasiado Porto que, sem forçar demasiado, se desembaraçou de um opositor tido por complicado.

Espere aí...não se vá embora. Ainda existiu um quarto golo. Já lhe tinha falado de Farías? Já? Pois, aproveitou a benesse de Paulo Santos e marcou o 4º, assinalando com um belo remate o seu primeiro golo em solo luso. Pode ser que ali esteja o avançado que temos andado à procura!

Melhor em campo: Há dúvidas? LISANDRO LOPEZ!

GOLOS:
1-0 lisandro lopez



2-0 raul meireles

3-0 lisandro lopez

4-0 ernesto farías


4 comentários:

Sérgio de Oliveira disse...

Concentração competitiva .
À Campeão !
Assim...SIM !

Anónimo disse...

este Porto está a anos luz(credo) da mouraria, não dá hipoteses
Amorim

Anónimo disse...

show de bola!

Bruno Pinto disse...

Cumpriu-se o desígnio que lancei para este jogo: ganhar com uma boa exibição. Lisandro e Lucho simplesmente magníficos. E Farías em 10 minutos fez muito mais que Adriano em 80. Desconfiei do argentino ao início, mas também não fui daqueles que avaliaram o seu valor definitivo sem o ver jogar o suficiente. Aliás, no texto que escrevi sobre o FC Porto sobre o plantel, reclamei mais oportunidades para Farías, pois não era possível que um avançado de 4 milhões valesse tão pouco como tinha mostrado. É muito bom para o clube que outros jogadores, além dos 11 habituais, se mostrem alternativas válidas.

A caminho do Tri...