7 de dezembro de 2007

Notas soltas...

1 - Isto preocupa-me. E não é pouco. Não estou minimamente interessado no lavar de roupa suja que se prenuncia, com o lançamento do livro de José Veiga. Não sendo surpresa o ar crispado com que o ex-dirigente do futebol benfiquista fala do seu antigo líder, não deixa de me causar algum espanto as massagens no ego de Pinto da Costa, os elogios, ainda que encapotados, as loas à forma como o nosso presidente dirige o seu clube de sempre.

Tinha ficado de sobreaviso com alguns boatos que pululavam na blogosfera, quando os jornais trouxeram à estampa a notícia do convite de João Bartolomeu a José Veiga, para este ser o homem forte do futebol leiriense. Alguns blogues fizeram logo uma rápida associação, atendendo às cordiais relações mantidas pelas SAD's leiriense e portista. Na altura considerei-os infundados e mal intencionados. O futebol luso vive muito deste abanar de fantasmas do passado e de teorias de conspiração.

Mas começo seriamente a reconsiderar a minha aversão à notícia. Bastou-me ver uma pequena entrevista com o homem-do-gel-no-cabelo para ver que o antigo discurso de ofensas e ataques a Pinto da Costa e ao clube azul e branco tinham sido substituídos por uma postura mais cordata, mais dócil, pontuada por esporádicos elogios [visíveis na capa acima publicada]. E isto não me cheira bem. Não sou ingénuo ao ponto de achar que o futebol tuga pode passar sem associações entre clubes ou os seus dirigentes, ditas de amizade, mas não mais do que uma correlação de interesses, a que se segue sempre, no médio prazo, uma travessia do deserto, quando os cortes de relação acontecem. O Porto, no passado, soube usar este estrategema, de forma sublime, na crispação do ambiente entre os dois rivais sulistas, com tréguas assumidas pontualmente com um ou outro contendor.

Este caso é diferente. É um caso de honra. Eu, pelo menos, não esqueço os remoques diários e sistemáticos que José Veiga lançava, verrinosamente, na imprensa, apostrofando o Porto e tudo o que lhe dizia respeito. E é apenas isso que eu reivindico agora:RESPEITO! Pelo clube, pelos adeptos e pela nossa história. Que isto não seja o forjar de uma nova aliança...

2 - Hoje é dia de Taça de Portugal. Não sendo uma sexta-feira 13, prenúncio de azar, sinto-me sempre algo desconfortavel com estes jogos, perante adversários de escalões inferiores. Eu sei que muito desse desconforto é gerado pelas lembranças. E elas não são nada agradáveis. Marcadas de forma indelével na memória, a eliminação precoce, na época anterior, em pleno Dragão, contra o Atlético e na novel prova instituída esta temporada, onde o nosso algoz, o Fátima, milita na divisão secundária. Por isso, novamente a palavra chave, bem expressa por Jesualdo na confrência de imprensa, é: RESPEITO!

Hoje é para ganhar e jogar, de forma profissional. O contendor não tem um nome sonante, mas merece ser encarado da mesma forma que um adversário da Champions. Será também uma óptima oportunidade para alguns jogadores, menos utilizados, provarem finalmente que têm valor para jogar ao mais alto nível neste País, justificando sua contratação pela melhor equipa lusa. Por certo o treinador portista, atendendo ao calendário sobrecarregado e ao próximo e crucial embate na liga milionária fará algumas alterações. Dirão os mais desconfiados, de sobreaviso após as já referidas eliminações, que é um erro. Eu não acho. Num plantel com a qualidade do portista, qualquer jogador tem que estar preparado para assumir a responsabilidade de jogar, em qualquer altura. Eu sei que isto soa algo forçado e funcionará muito bem, mas no campo teórico. A prática já é diferente. Mas, digo eu, que raio! Existem jogadores insatisfeitos com a condição de suplentes, exigindo uma maior utilização. Pois bem, este jogo, frente ao Chaves, é a oportunidade ideal. Provem que merecem mais tempo de jogo. A bola está do vosso lado...

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