16 de dezembro de 2007

Catch me, if you can


Liga Bwin 2007/08, 13ª jornada
15 de Dezembro de 2007
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 36.812 espectadores

FC Porto: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Marek Cech; Lucho (Mariano Gonzalez, 76m), Paulo Assunção e Raul Meireles (Bolatti, 68m); Sektioui (Adriano, 79m), Lisandro e Quaresma.
Não utilizados: Nuno, João Paulo, Leandro Lima e Hélder Postiga

Golos: 1-0, Sektioui (55m); 2-0, Lisandro, (73m).

Ai estes são os filhos do Dragão
Unidos para vencer
Ansiosos por fazer
Deste Porto Campeão

É assim, quase textualmente, que é cantado o refrão da versão azul e branca de uma música dos Quinta do Bill. A ansiedade, nesta altua da época, não será muita, atendendo ao avanço pontual que se vai dilatando à medida que a invencibilidade do Porto aumenta e a medíocridade dos adversários se vai acentuando.

Na ressaca do êxito na Champions, os Dragões sabiam o que os esperava. Um fortíssimo opositor interno, a realizar um início de campeonato de sonho, alcandorando a ambição dos vimaranenses para níveis elevados. Não seria despropositado afirmar que esta recepção aos herdeiros de D.AFonso Henriques seria um dos mais complicados jogos que os Dragões teriam que enfrentar, até final da Superliga.

E os vimaranenses souberam corresponder à expectativa do público que praticamente lotou o Estádio. A filosofia de Cajuda, aliada à qualidade do plantel, ajudaram a transformar o espectáculo num jogo, jogado por dois contendores. Algo que o Dragão raramente vislumbra, pois as tácticas do ferrolho, a defesa porfiada e o malabarismo defensivo são a cartilha habitualmente adoptada por que nos visita. Ontem foi diferente. Um opositor que, apesar de respeitar o poderio do bicampeão, soube ter personalidade, jogando as suas armas e dificultando a vida ao clube visitado.

A visão deste jogo foi diferente. Sentado a uma mesa, no "Las Vegas", restaurante de Nogueira do Cravo, no já tradicional jantar de Natal do blog Bibó Porto. Oportunidade para se conhecer, pessoalmente, amigos que se vão fazendo, neste mundo virtual. Mas, pese o repasto [rodízio, para quem quer saber a ementa], a atenção de quase todos os presentes esteve sempre no ecrãn, que transmitia as imagens do jogo. Do Restelo chegavam ecos saborosos de mais um desaire encarnado, enquanto o Porto ía desperdiçando oportunidades clamorosas.

Numa primeira parte trepidante, foram os azuis e brancos aqueles que mais vezes apostrofaram a deusa da sorte. Várias situações de golo, normalmente não desperdiçadas, foram ingloriamente esbanjadas pelos artistas de serviço. Inacreditável a de Quaresma, depois de um passe aveludado de Lucho para o compatriota Lisandro, e do passe açucarado deste para o Mustang. Baliza escancarada e a bola, caprichosamente, a elevar-se para os céus, perante a incredulidade de quem assistiu ao falhanço. Eu olhei para a caipirinha, sossegadamente de guarda ao meu prato, mas cheguei à conclusão de que o efeito da cachaça ainda não me toldava a vista. Foi mesmo um daqueles bloopers que entram nas compilações anuais.

Na segunda metade chegaram os golos. Para gaúdio dos comensais, que fizeram do restaurante brasileiro uma filial do Estádio do Dragão. Camisolas orgulhosamente trajadas, cachecóis desfraldados e os cânticos a elevarem-se, celebrando a abertura do marcador, com o marroquino a ser mimoseado com uma enxurrada de elogios. Um golo importante, minutos após uma fabulosa defesa de Helton, impedindo a abertura do marcador, numa estirada fenomenal. O golo acicatou os desejos de vingança por parte dos vimaranenses, incessantemente apoiado pela imensa falange de apoio que os seguiu religiosamente até à Invicta [e a imensa falange de apoio é um eufemismo, que serve para designar a macacada que até hoje tem impedido, com recurso à violência mais rasteira, a abertura da Casa do Porto em Guimarães].

O jogo ficou mais aberto, com o Porto respondendo em contra-ataque às iniciativas atacantes dos visitantes. Depois de novo susto, com Lisandro no papel de defesa, cortando quase acidentamente uma bola com selo de golo, bem em cima da linha de baliza de Helton, o Porto chegou a novo golo. O marcador: [perguntinha retórica], o inevitável Lisandro.

O 2-0, a pouco mais de 15 minutos do fim, praticamente sentenciou a partida, com a economia de esforços a fazer-se sentir. Ainda houve tempo para um fora-de-jogo inacreditavelmente assinalado ao ataque azul e branco, com os dois jogadores portistas isolados [e em jogo], para um desperdício motivado pela cobiça, num 3-1, em que a superioridade atacante foi desaproveitada por Adriano [pareceu-me, pese a distância a que estava da TV] e para uma bola na trave, enviada por Targino, já nos segundos finais.

Em suma, vitória importante, sofrida, mas inteiramente justa, permitindo aos portistas a já referida liderança desafogada. Agora, sexta-feira, na Madeira e frente ao Nacional, o Porto encerra as hostilidades neste ano de 2007. Um jogo tradicionalmente difícil e no qual a ausência de Quaresma é certa, em virtude do 5º amarelo que o extremo viu ontem. As dores de cabeça de Jesualdo aumentarão, caso a lesão muscular de Tarik seja impeditiva da sua utilização.

A nota mais vai, mais uma vez, para Lisandro, importante no ataque, facturando novo golo, e na defesa, ao impedir o empate do Guimarães, e para Helton, felino entre os postes e com enorme segurança nos cruzamentos, realizando a melhor exibição da época. E pronto, é assim que o brasileiro cala o MST, que anda a fazer campanha pela titularidade do Nuno.

8 comentários:

Anónimo disse...

Firme e seguro lá vai o FC Porto rumo ao tri-campeonato. Uma palavra de apreço pelo que o Guimaraes fez no Dragao e pelo belo espectaculo que foi ver 3000 visitantes desse grande clube que é o Vitória. - jogodearea.com

Anónimo disse...

Há árbitros que, sendo ou não internacionais, são nojentos na forma como apitam os jogos de determinados clubes!!!! Só vêem o que lhes convém e em caso de dúvida é sempre a favor do mesmo. Com a vantagem de que agora estão mais refinados nos métodos e na preparação dos cambalachos. Assim, até admira como o Porto só tem 10 pontos de avanço, porque tinha obrigação de ter muito mais. Não há apito dourado que valha ao futebol português....

Paulo Pereira disse...

Ó Sr. Carlos Santos,

Não sei qual é o seu clube, nem estou muito interessando. Nada do que diga me tira a boa disposição. Mas compreendo essa revolta, facilmente explicada por um estudante de 1º ano de psicologia. A vantagem pontual do Porto, a aura de invencibilidade construída com mérito, a permanência na Champions, junto à elite europeia, juntamente com (mais) uma época medíocre dos clubes de Lisboa, precocemente afastados dessa mesma competição, devem torná-lo uma pessoa frutrada.

Aposto que, ao escrever o comentário, até espumava, tamanha deve ser a raiva que sente pelo azul e branco. Tenha é cuidado com essa tensão arterial.

A utilização da desculpa arbitral, já de si tão estafada, só serve mesmo para minorar os doentes de azia. O Porto venceu com dificuldade, é certo, mas de forma justa. Os golos são regulares, tal como as vitórias conseguidas brilhantemente neste Campeonato. Ao invés, nem com colinho os enjeitados da Capital lá vão. Ontem, no Restelo, bastou-me um breve visionamento para assistir a mais uma expulsão perdoada, com a falta de David Luiz ao avançado do Belenenses a ser branqueada. O costume...

A realidade está bem patente: Somos nós que, lá fora, mantemos o orgulho do País em alta. Quanto a vocês, meu caro, aconselho-o a escolher novo clube ou, em alternativa, a começar a tomar uns comprimidinhos...

E vão 10...

Sérgio de Oliveira disse...

sr Carlos Santos :

Um abraço de solidariedade neste momento difícil que atravessa.

Só não sei é se (para si ) melhores dias virão !

Passe bem !

Anónimo disse...

"Catch me if you can"...que belo título!

Foi o que Bimbo da Posta disse ao juiz, não foi? Ou foi o que os SD da ribeira disseram aos de Miragaia? Ou será que foi o que disse o Passivo aos contabilistas quando disparou em Setembro? Ou será que foi o que 15% da transferência do Pepe disseram ao Marítimo?

Campeões do Mundo de que?

http://www.fifa.com/tournaments/archive/tournament=107/index.html

lucho disse...

:) ehehe Grande Porto, grande noite. Abraço.

Paulo Pereira disse...

Ó Vermelhovsky, agora não assinas os comentários?

Hehehe, andas mesmo aziado. Misturas alhos com bogalhos. Se, como medida profilática para não ficares a espumar de raiva, achas k o facto de escamoteares k somos campeões do Mundo te faz melhor, ainda bem. Quero-te com muita saude, meu caro, para continuares assim, aziado.

E sim, somos campeões do Mundo, provas brilhantemente vencidas frente ao Penarol e ao Onde Caldas. Aliás, se não me falha a memória, as mesmas em k o teu clube de merda foi humilhado duas vezes, pelo Santos e pelo Penarol. Mas lá está, deve ter sido o sistema:)

Quanto ao resto, mistura lá os alhos com bogalhos que quiseres. Assim como assim, o único motivo k terás de satisfação é mesmo falar mal de algo. O k importa é k quando vês a tabela classificativa, os enc(o)rnados estão a 10 pontos. Quando ligas a TV, a Champions só dá Porto. Coisas da vida. Tu nem serás muito culpado de seres adepto de um clube medíocre...

ps: E, já agora, enviaste a tempo o teu presentinho de Natal para o Vale e Azevedo?

Bruno Pinto disse...

Paulo,

Mais uma vitória sobre um adversário extremamente valoroso. O Guimarães jogou sem medo e valorizou o nosso triunfo. O FC Porto fez um grande jogo na primeira parte, mas curiosamente só marcou na segunda... Coisas do futebol... Tarik continua em grande, tal como Lucho, Lisandro e Quaresma. 10 pontos e com "pouco futebol", segundo alguns visonários. Imaginem quando o FC Porto começar a jogar qualquer coisita!!!