5 de setembro de 2007

Bitaites

Ando preguiçoso como o caraças. Confesso. Sem ponta de inspiração, arrastando-me no trabalho, contando os minutos que faltam para as [merecidas] férias. Míseros dois dias e meio. Mas parece uma eternidade. Pensando nisso, no que falta para o ócio tomar conta da minha vida, durante 3 semanas, dei-me conta que o fim-de-semana será ele, também, atípico. Isto é, sem jogos de futebol. Pelo menos, daqueles a sério. Sim, eu sei que joga a Selecção, e que ela até terá jogos decisivos. Mas, fazendo minhas as palavras do Bruno Rocha, num dos últimos artigos, o meu coração sofre é pelo Porto. Sei que com isto poderei despertar a ira dos nacionalistas exacerbados, já descontentes com a naturalização [e convocação] de Pepe, mas lições de patriotismo não levo de ninguém, e as paixões não se escolhem. Será, por certo, um fim-de-semana sensaborão, sem o jogo do Chelsea no sábado à tarde, o do Porto à noite. Enfim, hábitos enraizados que se ressentem destes compromissos nacionais.

E aqui, dei por mim a meditar [também um hábito enraizado] noutra prolongada paragem do campeonato, coincidente com as festividades de Natal e Ano Novo, em 2006. Aqui, bati 3 vezes na madeira [toc.toc.toc], não vá o diabo tecê-la de novo. Não sei se estarão recordados, mas um campeonato liderado com conforto transformou-se, num ápice, num pesadelo vivido com apreensão até final. 3 belas semanas de "dolce faire niente" colocaram os garbosos atletas portistas num ritmo diferente, mais molengão, aproveitado pelos adversários para nos inflingirem derrotas, algumas com sabor a escândalo [quo vadis, Atlético?]. E é bom que o exemplo não se repita. Que seja lembrado. Em especial, pelo Mister. O Mister que, não contente com as referidas semanas de descanso, resolveu poupar a equipa principal no confronto da Taça. E correu mal. E o correu mal é um eufemismo. Porque aquilo correu foi pessimamente. Vem isto a propósito da paragem, como referido, mas também da proximidade do jogo inaugural da Champions. Porque, também num hábito enraizado, os técnicos nacionais acham que os seus atletas não aguentam [ou fazem-no com dificuldade] dois jogos consecutivos, em 3 dias. O meu temor é esse. No confronto com o Marítimo, no afã de poupança [pomposamente chamado de rotatividade], Jesualdo poderá proceder a várias alterações. Se o plantel do Porto, teoricamente, deverá dar garantias de manutenção de qualidade, com as alterações introduzidas, na prática a história é outra. Segundo um artigo lido ontem, no Jogo, do José Manuel Ribeiro, a maior parte dos pontos perdidos, tendo como exemplo o Porto de Mourinho e o Chelsea do mesmo treinador, acontece em vésperas de confrontos europeus. Será que ninguém arranja uma cópia do artigo para Jesualdo ler?

Por isso, please, nada de invenções, um Porto na máxima forma contra o Marítimo [não nos esqueçamos que eles também são líderes] e, só depois, é que se começa a pensar no Liverpool.

ps: Por falar nos reds de Benitez, alguns amigos meus andam literalmente a salivar, com a perspectiva de que a máquina bem oleada do espanhol nos dê um correctivo exemplar. Estão embuídos de falsas esperanças. Relembrei-os do Arsenal e Chelsea, só para referir a última temporada, que "piaram" fininho no Dragão. Com o clube da cidade dos Beatles não será diferente. Venham eles!

4 comentários:

Anónimo disse...

Nem me recordes de tal coisa. O descalabro foi tão grande que durou até ao jogo do Aves. Fónix!
Mas quase de certeza que o professor vai inventar contra o Marítimo. E contra o Liverpool está-se mesmo a ver que vai entrar mais um trinco.

Anónimo disse...

Paulo, mas manda alógica que, depois das selecções (não nos podemos esquecer que são jogos no fds e 4ª), o Porto proceda a algumas alterações. E não concordo qd dizes k não se devia mexer, pois se o Porto comprou reforços, eles têm k ter, e provar, o seu valor. Aliás, é isso o k Benitez faz, se vires os jogos deles. Sempre a trocar de avançados e médios, pk sabe k a época vai ser muito longa.

Abraço.

Paulo Pereira disse...

Bruno, estás a comparar competições...incomparáveis. Em Inglaterra, para além do nível médio ser elevadíssimo, o dinheiro gasto no reforço dos plantéis é quase imoral. Não me espanta k Benitez proceda a cíclicas rotações, mas sem perder a efectividade. Mas ele pode, e aí é k está o busílis da questão. Qual a diferença de jogar com Voronin e Kuyt à frente, ou Crouch e Torres? Ou trocar o Xabi Alonso pelo Mascherano, ou o Sissoko pelo Gerrard? Nenhuma. A qualidade do plantel permite isso. Se estou a dizer k o plantel do Porto é fraco, ou com reforços de qualidade duvidosa? Não. Mas, se não jogarmos com o Lisandro à frente, não é a mesma coisa estar a centrar bolas para o Edgar. Ou dar descanso do Lucho não será, como se viu na supertaça, uma boa ideia. Mais a mais, não escondendo k espero do Porto uma época k honre os pergaminhos do clube, estamos ainda no seu início e cansaço é uma palavra k nem deve existir, nesta altura.

Abraço,

Anónimo disse...

"campeão compra Tempo"

O ruído em redor dos reforços do FC Porto não faz sentido. Ao escolher um onze que já conhece, Jesualdo dá corpo ao sonho de todos os treinadores: começar a temporada com uma equipa estruturada, tranquila, capaz de entender e executar as suas ideias. O campeão já derrotou três adversários que lhe custaram nove pontos no ano anterior e nota-se que a equipa está melhor a cada partida. Quanto aos reforços, entram devagar, ao ritmo ideal. Se tudo estiver a decorrer bem, estarão por esta altura a compreender o clube, os colegas e, sobretudo, o que o treinador quer de cada um deles. O tempo é um bem escasso no futebol. O que Jesualdo Ferreira conseguiu neste arranque perfeito de Liga foi comprar algum, sobretudo para os jogadores novos. Claro que chegará o dia em que a equipa vai mesmo precisar que digam presente e aí veremos se o campeão tem margem de crescimento ou se é capaz de jogar ‘apenas’ ao nível da época passada.