1 de abril de 2009

Desesperados

Nesta recta final da competição-mor do futebol luso vai valer tudo. Literalmente. Já se tinha percebido, com os pontuais erros dos árbitros a serem, cada vez mais, regulares. Perdida a vergonha, motivada pelo avanço pontual dos Dragões, actua-se às claras. De forma impune. Os últimos 180 minutos no Dragão já tinham mostrado o que nos espera. Penaltys sonegados, lances de golo legais invalidados, de forma despudorada.

Depois, a tristemente célebre final da Taça da Liga colocou as coisas no seu devido lugar. Mostrou quem manda no pantanoso futebol tuga. A verdadeira face do sistema. E, sabendo que o tempo urge, as armas utilizadas reflectem cada vez mais o destempero de quem vê o título como uma miragem...

Na Amadora, espantosamente com ordenados [ainda] em atraso, não se treina ao longo da semana, convenientemente antes da recepção à "locomotiva da transparência do futebol luso". Não foi necessário os préstimos de um diligente funcionário da Liga para transferir um encontro de capital importância para o Algarve, mas a estratégia é similar.

Não bastava isso para causar pruridos aos defensores da moral e bons costumes, soube-se que o nomeado para apitar o crucial Guimarães-Porto foi...Carlos Xistra. Num embate que se prevê jogado sob ambiente tenso, com um público pressionante nas bancadas, cirurgicamente escolhe-se que gosta de tramar os portistas. Basta atentar na meia-final da Taça da Liga, onde uma equipa de azul e branco foi notoriamente espoliada no Alvalade XXI, mostrando que o Xist[r]ema estava de boa saúde.

A última alfinetada, jocosamente guardada para o dia das mentiras, foi o castigo a Lisandro, pela pretensa simulação no embate frente às águias. E assim, num ápice, sem qualquer ponta de pudor, jogam-se as cartadas todas.

ps: Espanta-me apenas que essa gentalha ainda não saiba de que massa são feitos os atletas que usam o Dragão ao peito, quase como uma segunda pele. É nestas alturas que a mística vem ao de cima. E, mesmo contra todos, prevelecerá a justiça. Venceremos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Lisandro: ridículo, e também grave
[ 2009/04/01 | 19:43 ]
Luís Sobral
Tenho de começar por reconhecer que me enganei há umas semanas quando disse que o facto de o Benfica pedir a punição de Lisandro era o rídiculo do ano.

Não era. Ridículo mesmo é a Comissão Disciplinar da Liga ter ido na conversa e castigado Lisandro com um jogo de suspensão.

Explico o meu ponto de vista.

O lance está longe de ser óbvio. Não tem, por exemplo, comparação com o golo marcado com a mão por Ronny, do Paços de Ferreira, em Alvalade.

Não sendo um lance óbvio (o jogador não reconheceu a simulação, por exemplo, e é um facto que existe um braço de Yebda no corpo do avançado do F.C. Porto), a análise da Comissão Disciplinar da Liga é injusta e grave.

A interpretação que faz dos regulamentos é desproporcionada.

Neste caso, Pedro Proença estava em excelentes condições para avaliar e foi o que fez. Enganou-se? Sim, mas em muitas ocasiões já foram assinaladas grandes penalidades por menos. E em outras já deixaram de ser marcados «penalties» evidentes. Faz parte.

A CD partiu da confissão do erro, assinada pelo árbitro, para punir o jogador. Mas não o fez em dezenas de outras situações semelhantes, ao longo da temporada. Isso não se compreende e logo não se pode aceitar.

Se Pedro Proença considera ter cometido um erro, cabe à Comissão de Arbitragem da Liga puni-lo. E terminar aí.

A queda de Lisandro é igual a centenas de outras que ocorreram ao longo da época. Umas resultaram em grande penalidade. Outras, fora da área, em cartões amarelos injustos ou até mesmo vermelhos. Também muitas entradas duras ficaram por analisar de forma correcta, mantendo-se os autores de faltas bárbaras em campo, fim-de-semana após fim-de-semana.

Tudo isto tem sucedido. Porque o futebol também é feito destas coisas e tentação de «judicializar» o jogo é meio caminho andado para o matar.

Esta decisão é injusta porque fere o critério (?) utilizado ao longo da temporada e interfere, de forma directa, incompreensível e inaceitável, com a verdade desportiva.

Ou seja, a CD da Liga fez tudo o que não era suposto. E estou à vontade para o escrever porque ao longo destes anos defendi a generalidade das decisões, por me parecerem bem sustentadas.

P.S.: Agora que a Comissão Disciplinar da Liga decidiu analisar o comportamento dos jogadores que forçam os árbitros a errar, espera-se que Di Maria seja pelo menos chamado à atenção pelo braço no ar a reclamar «penalty» no Benfica-Sporting da Taça da Liga.
"maisfutebol"