4 de janeiro de 2009

Vitória sofrida...mas justa

Liga Sagres, 13.ª jornada
Estádio da Madeira, Choupana.
Hora: 18.30

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)

(Equipas oficiais)


NACIONAL: Bracalli, Patacas, Maicon, Felipe Lopes, Nuno Pinto, Cleber, Luís Alberto, Edson Sitta, Ruben Micael, Fabiano e Mateus.
Suplentes: Douglas, Halliche, Igor Pita, Bruno Amaro, Juliano, João Aurélio e Miguel Fidalgo.
Treinador: Manuel Machado

FC PORTO: Helton, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Fernando, Raul Meireles, Lucho, Rodríguez, Lisandro e Hulk.
Suplentes: Nuno, Stepanov, Benítez, Pelé, Guarín, Mariano, Farías.
Treinador: Jesualdo Ferreira

RESULTADO: Nacional, 2 - Porto, 4

Ufa. Apetece respirar de alívio, pois o panorama na Madeira esteve bem negro, com o Porto a, finalmente, ser bafejado pela sorte nos últimos instantes.

O início do encontro parecia prenunciar o fado de outrora. Bola na barra, disparada por Lisandro, na sequência de um livre de Meireles, elevando para 14 os encontros imediatos do esférico com os postes dos adversários. E, como habitualmente, no desenrolar da bobine do filme, o mesmo de sempre. Primeira descida do Nacional e...golo.

Balde de água fria, aos 14 minutos, premiando apenas a solidez defensiva dos da casa, pois nada de relevante tinham feito em termos ofensivos.

O Porto continuou a porfiar, na ânsia de alcançar a igualdade, ainda no primeiro tempo, mas Hulk e Lucho falharam os seus intentos, com Bracalli a defender com perícia as suas redes.

Ao intervalo, Jesualdo resolve mexer na estrutura defensiva a equipa, retirando Pedro Emanuel, dono do lado esquerdo da defesa, por troca com Mariano. Procurava, assim, dotar a equipa de maior profundidade atacante.

Os azuis e brancos entraram, como se diz na gíria, "com tudo", pressionando o reduto defensivo dos madeirenses. O prémio, justo, aconteceu aos 52 minutos, com Hulk a surgir de rompante para igualar a contenda, após defesa incompleta do guardião opositor ao remate de Lucho.

O jovem brasileiro, sempre bastante activo, recolhia os louros do 1º golo portista em 2009. E não se ficou por aqui. Sempre com a baliza na mira, Hulk disparava de qualquer lado. Fê-lo, quase com sucesso, pouco depois, com Bracalli em apuros para suster o remate.

O desejado 2º golo aconteceu aos 75 minutos, já com Guarin em campo rendendo Meireles. Rodriguez, após um cruzamento de Lucho, tem um momento sublime, merecedor de todos os encómios. O uruguaio desfechou um pontapé de bicicleta, assinalando assim mais uma exibição meritória.

Parecia que o triunfo estava garantido. Falsa expectativa. O Nacional reagiu bem. Aliás, extremamente bem, empurrando o Porto para trás, e criando sérios embaraços à habitual solidez defensiva dos Dragões.

O empate, aos 79 minutos, acentuou a sensação de injustiça, parecendo que a 13ª jornada seria aziaga para as hostes portistas.

Os últimos 10 minutos foram eléctricos, com oportunidades de parte a parte. Até que, quando parecia que os comandados de Jesualdo perderiam mais 2 pontos, Felipe Lopes corta um lance com a mão, dentro da área. Oportunidade soberana que Lucho não enjeitou. 3-2 para os Dragões.

Ainda houve tempo para Hulk, em grande trabalho individual, encerrar as hostilidades, num triunfo suado, mas inteiramente justo.

Cada vez mais fortes e a provocar pesadelos a quem vai à frente. Vai uma aposta?

6 comentários:

Tiago Araújo disse...

Sofremos um bocado mas já passou.

Nacional 2-4 FCPorto

Se quiser comentar e visitar o meu blog, é que eu já publiquei a ficha do jogo há pouquinho.

http://campeoesfcporto.blogspot.com

Paulo Pereira disse...

Aliás, faço uma penitência. Quem vai à frente somos nós:)

G'anda Trofense. Mais um banho de humildade ao Special One com pronúncia espanhola, a uma equipa de merda que vive de elogios injustos.

Vai ser uma noite longa para o boi do Delgado. Ai vai, vai.

dragao vila pouca disse...

Foi uma vitória justa, mas muito sofrida, num campo difícil, contra um advesário muito complicado e que nos últimos jogos, nos tem feito a vida negra.
Melhor a segunda que a primeira-parte, mas não podemos de forma nenhuma, e depois de conseguir dar a volta, permitir o empate naquelas condições.
Ontem, ainda fomos a tempo, graças ao nosso Herói, Hulk, mas nem sempre as coisas acontecem como na noite de ontem.
Já lideramos, estamos portanto no nosso lugar habitual...agora é manter o ritmo e não vacilar, pois ainda não ganhamos nada.
Ah, e é preciso, o jogo da Choupana, mostrou-o à evidência, reformar a defesa.
Um abraço

Sérgio de Oliveira disse...

Paulo :

..."Cada vez mais fortes e a provocar pesadelos a quem vai à frente. Vai uma aposta?"



E agora ?
Desfaz lá esta aposta !


Abraço

Anónimo disse...

Gestão: Banco então liderado por Oliveira e Costa emprestou 45 milhões
EPUL financiou águias e leões
A EPUL financiou o adiantamento de 19,95 milhões de euros ao Benfica e ao Sporting, em Dezembro de 2004, com um empréstimo do Grupo BPN. Sem liquidez para tamanho compromisso, resultante do contrato-programa celebrado em Julho de 2002 para a construção dos estádios do Euro’2004, a EPUL pediu um crédito intercalar de 45 milhões de euros ao Banco Efisa e ao BPN.




O relatório e contas da EPUL de 2004 é categórico: 'Na conta de Outros Devedores encontra-se registado um saldo devedor de 19, 95 milhões de euros relativo a adiantamentos efectuados pela EPUL, em 31 de Dezembro de 2004, ao Sport Lisboa e Benfica [SLB], de 9,975 milhões de euros, e ao Sporting Clube de Portugal [SCP], de igual montante, por conta de lucros relativos à construção e venda promovidos pela EPUL de 200 fogos sitos no Vale de Santo António (SLB) e 200 fogos na Quinta José Pinto (SCP), na sequência do previsto nos contratos-programa celebrados entre a Câmara de Lisboa, a EPUL, o SLB e o SCP, em que os resultados líquidos destas operações serão repartidos em partes iguais pela EPUL e por cada uma destas entidades.'

Para fazer face ao encargo, a EPUL contactou, pelo menos, a CGD e o BPN, mas 'o BPN ofereceu as melhores condições de financiamento', frisa fonte conhecedora. O relatório e contas diz que 'a disponibilização dos fundos ocorreu em Dezembro de 2004'. E precisa: 'Foi celebrado um contrato de empréstimo junto do Banco Efisa, banco organizador, e dos bancos Dexia Credit Local e N. V. Nederlandse Gemeenten, bancos mutuantes, para a reestruturação do passivo a médio e longo prazo da EPUL e a consequente liquidação, nomeadamente dos empréstimos contraídos junto do BBVA, de 14,85 milhões de euros, e de um empréstimo intercalar contratado com o Banco Efisa e o BPN, de 45 milhões de euros.' De 60 milhões de euros, o crédito começa a ser pago em Junho de 2011.

O CM tentou falar com Eduarda Napoleão, então líder da EPUL, mas não foi possível. Santana Lopes, que assinou o contrato-programa em 2002, não comenta as verbas adiantadas ao SLB e ao SCP.

CÂMARA DEU TERRENOS PARA CONSTRUIR FOGOS

A cedência de terrenos camarários à EPUL é a peça-chave para esta empresa municipal adiantar ao Benfica e ao Sporting uma verba de 19,95 milhões de euros, em Dezembro de 2004. A operação previa a construção de 200 fogos no Vale de Santo António, na Penha de França, e 200 fogos na Quinta José Pinto, em Campolide. Os primeiros eram para o SLB, os segundos para o SCP.

A 11 de Novembro de 2002, a Câmara de Lisboa aprovou duas deliberações (577 e 578) que permitiram a transmissão daqueles terrenos camarários da autarquia para a EPUL. A 8 de Abril de 2003, Sequeira Braga, então presidente da EPUL, assinava um despacho com as regras de colaboração entre a EPUL e o SLB para a concretização daquele projecto.

Diz o despacho, a que o CM teve acesso, que 'a EPUL será responsável pela promoção, construção e comercialização dos mencionados fogos' e 'os respectivos proveitos serão repartidos em partes iguais pela EPUL e pelo SLB, sendo expectável que cada parte possa encaixar 9,975 milhões de euros'. Os mesmos princípios foram aplicados ao SCP. O contrato de execução entre a EPUL e os dois clubes seria assinado em 16 de Maio de 2003.

O Tribunal de Contas considerou estas verbas apoios indirectos da autarquia aos dois clubes. Manuel Vilarinho, então presidente do SLB, remete explicações para a EPUL e para a Câmara. Dias da Cunha, na altura líder do SCP, diz que 'não há financiamento indirecto da autarquia.'

CASAS PODERÃO NUNCA SER CONSTRUÍDAS

Quatro anos depois de ter adiantado ao SLB e ao SCP 19,95 milhões de euros, por conta de lucros futuros dos fogos no Vale de Santo António e na Quinta José Pinto, a EPUL não tem ainda nenhuma construção naqueles locais.

Para já, Manuel Salgado, vereador da autarquia, conduz a revisão do Plano Director Municipal e, nesse âmbito, quer avançar com os planos de pormenor naqueles locais. Como ambos têm problemas ambientais, há quem admita que a EPUL nunca construirá um único fogo no Vale de Santo António e na Quinta José Pinto.

MORGADO INVESTIGA SANTO ANTÓNIO

O projecto de urbanização no Vale de Santo António é um assunto relacionado com a Câmara de Lisboa que a equipa de Maria José Morgado tem sob investigação. No essencial, o projecto está sob suspeita devido ao terreno adquirido pela Sociedade de Construções João Bernardino Gomes, por cerca de 30 milhões de euros, em Dezembro de 2004, após a aprovação de uma urbanização para aquela zona pela autarquia.

Como o projecto não tinha plano de pormenor, na altura o PCP avançou com uma queixa em tribunal.

SAIBA MAIS

PAGAMENTOS

Em 2004, a EPUL pagou ao SLB e ao SCP 19,95 milhões de euros por conta da venda futura dos fogos. Ao SLB, pagou ainda 8,11 milhões de euros pelos ramais de acesso ao novo Estádio.

16,7

Milhões de euros foi o aumento da dívida de curto prazo da EPUL, em resultado da obtenção do crédito de 60 milhões de euros organizado pelo Banco Efisa. Em 2004, essa dívida era de 40,7 milhões de euros.

60

Milhões de euros era o valor do terreno no Restelo, na av. Ilha da Madeira, que a EPUL deu como espécie de garantia do crédito, ao assumir que não se desfazia desse activo no prazo do crédito.

PRAZO DO EMPRÉSTIMO

O crédito de 60 milhões de euros à EPUL tem prazo de 12 anos, com período de carência de seis anos, a reembolsar em 12 prestações semestrais. Começa a ser pago no 78.º mês a contar de Dezembro de 2004.

NOTAS

BANCA: SEQUEIRA BRAGA INICIOU

Sequeira Braga terá sido o mentor do recurso à Banca como forma de pagar ao SLB e ao SCP. Saiu da EPUL em meados de Junho de 2004 e foi substituído por Eduarda Napoleão.

VERBAS: NOGUEIRA LEITE CRITICA

António Nogueira Leite, ex-governante, considera que as verbas adiantadas pela EPUL ao SLB e ao SCP 'não é a melhor forma de dar o dinheiro dos contribuintes lisboetas'.

PROPOSTA: APOIO AO BENFICA

Acordo de princípios entre Câmara de Lisboa, SLB e EPUL, de 19 de Abril de 2002, previa que a autarquia comparticipasse com 12,5 milhões de euros no capital da SAD/Benfica Estádio.

_IN CM__________________________---


Há investigações???!!!

Bruno Pinto disse...

Vitória justa num jogo muito difícil, algo que já se esperava. A segunda parte foi, de facto, melhor que a primeira, mas é necessário também não tirar mérito à equipa do Nacional, que tem muito bons jogadores (gostei muito do Fabiano e do Ruben Micael, por exemplo).

O FC Porto teve alguma felicidade por ter conseguido o triunfo nos últimos minutos e por ter beneficiado de uma estupidez de Felipe Lopes, mas também é verdade que teve azar na bola enviada à trave e na forma fortuita como sofreu o primeiro tento. E o FC Porto teve muito maior caudal ofensivo e dispôs de muito mais oportunidades de golo. É preciso ver isso...

Gostei muito do trio atacante, foram as 3 melhores unidades da equipa. Maravilhoso golo de Rodríguez, 2 golos e boas arrancadas de Hulk e Lisandro, apesar de perdulário, sempre muito bem colectivamente. De resto, não gostei assim tanto. A defesa esteve bastante mal, Meireles fez um jogo fraco, na minha opinião, e Lucho continua muito ausente dos jogos. Fernando é culo tacticamente, mas na hora de sair a jogar revela algumas dificuldades e dá pouca profundidade. Sei que a maioria dos adeptos portistas apreciam Fernando, mas continuo a achar que o FC Porto merece um pivot-defensivo com mais qualidade no transporte de bola (Pelé?). Fernando é um bom jogador, mas não o suficiente para uma equipa como a nossa.

Acho também que a equipa, no seu conjunto, defendeu mal. Não conseguiu pressionar alto, deu muito espaço no miolo, jogou com os sectores demasiado afastados. Com isso, o Nacional chegou, por vezes, à área de Helton facilmente e, noutras vezes, conseguiu trocas de bola demasiado longas.

O mais importante foi conseguido e já estamos no sítio do costume, com a ajuda do Trofense e do nosso Hélder Barbosa.

PS: Quer-me parecer que o Benfica não perdeu por causa do árbitro!!!

Abraço, Paulo.