21 de dezembro de 2007

Cruzando o oceano...

Hoje, às 20.30, no feudo de Alberto João Jardim, o Porto tem o último jogo de 2007. Simbólico, porque ninguém se quererá despedir do ano com uma resultado negativo, nem passar a quadra natalícia a carpir mágoas, e decisivo, no que toca aos azuis e brancos…

Sim, decisivo. Não é uma gralha ou uma apreciação exageradamente sobrevalorizada. O principal adversário do Porto é…ele próprio. Insidiosamente, os hossanas tecidos pela imprensa escrita, os elogios debitados em programas televisivos e as loas de comentadores outrora alérgicos a qualquer apreciação benigna à equipa da Invicta, devem servir de reflexão…

São, em parte, resultado da supremacia inquestionável da equipa de Jesualdo. Mas, quando pseudo-jornalistas, daqueles que fazem fretes ao clube do coração, como são o caso do Manha e do Delgado, gastam o seu tempo de antena com uma suavidade enganadora, lembro-me sempre do canto das sereias, que atraíram Homero e seus homens para o desastre…

O Porto sabe que não pode, sob pena de lhe acontecer o mesmo pesadelo da 2ª volta da época passada, adormecer sobre os louros conquistados. O inimigo, implacável, está apenas adormecido, aguardando uma oportunidade para fazer troar novamente as cornetas da guerra.

Por isso é que hoje se joga uma importante cartada. Sem Quaresma e Tarik, dois dos expoentes do futebol ofensivo dos Dragões, será um onze atípico aquele que entrará na Choupana para defrontar o Nacional. Jesualdo já prometeu não alterar a filosofia e a táctica da equipa. Significa o quê?

1. Descai Lisandro para um dos extremos, tendo por companhia Mariano Gonzalez, o jogador-fetiche do treinador, no outro lado, com Postiga na frente de ataque?
2. Ou será Adriano, o franco-atirador dos dois últimos ceptros nacionais, a ser a arma letal do ataque?
3. Optará por um mais pragmático meio-campo, com a inclusão de Cech?

Dúvidas para dissipar, mais logo, num jogo que sempre me provocou, tenho que confessar, alguma apreensão. A mente tem destas coisas. Quando menos se espera, abate-se sobre mim um daqueles sentimentos de fatalismo, com as imagens vívidas do empate, anos atrás, em tempos de desconto, quando se esbanjou uma vantagem de duas bolas...

Tradicionalmente, nunca foi um jogo fácil. Não será, por certo, desta vez que os Dragões encontrarão facilidades. Mas, com as armas do costume, com a convicção de que somos claramente mais fortes, a Pai Natal logo trajará de azul e branco...

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